Nem tudo que reluz é ouro

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Mais uma aspirina e água, ele virou ambos enquanto a copeira do andar executivo depositou sobre a mesa a sua frente uma xícara de café e açúcar.

—Obrigada – falou meio como um resmungo. Sua cabeça doía como um inferno, sua concentração estava mais lenta que de costume. Nada propício aquelas decisões que precisava tomar.

Os olhos azuis fitaram a mulher deixar sua sala e ele adicionou açúcar ao café o mexendo. Talvez isso o ajudaria a levar aquele expediente e terminar seu trabalho da manhã. Aspirou o aroma do liquido e levou aos lábios provando do primeiro um bom gole, fechou os olhos inspirando profundamente enquanto buscava serenidade, uma que ele não tinha naquele momento. Repousando a xícara, ele pegou a primeira pasta de documentos de uma grande pilha que se encontrava ali para revisão e seu aval.

Mais um gole e então seu celular vibrou perdido em algum lugar naquela mesa. Ele bufou, não era hora de ser interrompido, certo que deveria ser mais dor de cabeça para variar. Talvez antes, ele até se designaria a atender, se fosse algo de fato importante, ligariam diretamente no escritório.

Ele tornou a concentrar-se novamente, mas o som das vibrações do aparelho parecia tão irritantes naquele momento.

—Rwnnr, inferno – resmungou enquanto buscava com o olhar o aparelho sobre a grande mesa.

Assim que os olhos finalmente fitaram a tela acesa, eles arregalaram-se e com a velocidade de um raio, ele pegou o aparelho, esse deu dois saltinhos escapando de suas mãos tamanho era seu choque, seu nervosismo e ansiedade ante aquela chamada. conseguindo firmar o mesmo ele atendeu:

Hinata Hyuuga.

—Alô, amor... É... Hinata?!

Ele ouviu um resmunguinho dela do outro lado e aquilo bastou para seu coração errar uma batida e seu ar travar em seus pulmões.

—E-eu... Estou atrapalhando?

Que pergunta mais estupida? Se ele estivesse até mesmo com o Papa ele o largaria apenas por aquela ligação, por ela. Não dava para negar o efeito dela em si e nem mesmo a euforia e felicidade que algo tão estupido quanto ouvir o som doce da voz dela o causava.

—Não... Claro que não.

Ela hesitou...

Estranho como a hesitação dela o perturbou, não de forma ruim, de forma boa. O trouxe uma euforia ainda maior, se ela hesitava era algo bom, significava que não havia tanta confiança no que ela queria falar e talvez aquilo fosse um ponto positivo para ele, para eles na verdade, ainda mais agora com a audiência decisiva tão próxima. Seria isso uma possibilidade de reconciliação finalmente? Talvez ela tivesse pensado melhor, talvez de alguma forma o amor deles tenha tocado o coração de Hinata.

—A-acho que a gente precisa conversar, Naruto.

—Agora? – aquilo saiu ridiculamente animado e desesperado demais, mas ele não se importava, céus, ela queria conversar e não usou a palavra advogado ainda. Definitivamente aquele era um bom dia.

—Agora não. Eu tenho trabalho, podemos fazer isso mais tarde ou tem algum compromisso?

Tão diplomática e organizada...

Os dedos dele bateram nervosamente sobre a mesa, estava altamente animado, extasiado e curioso, e isso fez o brilho voltar aos seus olhos que refletiam.

—Que tal um jantar?

—Humm... – não era bem essa ideia que ela tinha, embora fosse um bom primeiro passo dada as circunstancias atuais, afinal, pelo bem do filho que dividiriam, deveria se haver civilidade e maturidade – tudo bem. As sete?

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora