Reconquistando minha esposa

Seu pior pesadelo

Todas aquelas chegadas à meia noite

"Estou atrasado de novo, oh, me desculpe"

Todo o Ajax* do mundo não conseguiria limpar a sua roupa suja

Se os vizinhos perguntarem, eu não vou esconder nada

Vou contar todos os pequenos detalhes, como você me arrastou até a lama

Eu vou pendurar sua velha camisa e ficar na varanda

Caso você tenha a coragem de vir bater na minha porta

Dirty Laundry - Carrie Underwood

Ela usava uma combinação preta que contrastava absurdamente com os cabelos vermelhos que tinha, e com a sua pele clarinha. Os olhos azuis-violeta encaravam-se no reflexo do espelho enquanto reforçava o batom sobre os lábios. Os cabelos impecavelmente presos em um coque executivo davam ao rosto feminino o ar sério e elegante. Abrindo a caixinha de joias a sua frente ela pegou uma combinação de peças colocando: brinco, gargantilha e pulseira. Seu ritual fora quebrado pela provocadora voz do homem loiro que tinha o corpo nu coberto apenas pelo lençol.

—Tá caprichando hein?

Ela o encarou pelo reflexo, era um quarto relativamente pequeno de um apartamento simples e não tão bem localizado. Embora o ar aborrecido nela, o tom de voz tinha a mesma provocação dele.

—Claro que sim imbecil! Preciso estar ao nível de uma dama da alta sociedade. Preciso consolar meu futuro maridinho – um pequeno biquinho tão falso quanto o conjunto de joias que ela usava formou-se nos lábios.

Ao ouvir aquilo o loiro de olhos azuis não resistiu e gargalhou.

—Você não vale nada, Sara!

Ela aproximou-se da cama e engatinhou até ele falando assim quase contra os lábios do loiro:

—Nenhum de nós dois, Deidara, mas alguém precisa pagar as contas, né baby? – ela o beijou, esquivou-se das mãos que buscaram agarra-la e então pegou o par de sapatos os calçando finalmente, adorava aqueles saltos altos. – Bolsas são caras, muito! inclusive uma vida no centro.

Ele sentou-se na cama encostando-se na cabeceira, o torso ficara completamente exposto.

—Você tá confiante demais... Olha lá. – Ele acalcou o maço de cigarros acendendo um logo em seguida.

—A maldita Hyuuga se foi, tudo está perfeito! – ela sorriu genuinamente confiante.

—Ele nem tá te atendendo, princesinha. E olha que já tem três dias.

—Ele só tá... Passando pela fase do divórcio. Logo, logo ele esquece dela e vai estar bem aqui – ela abriu a palma da mão – não é excesso de confiança, eu só o conheço, muito bem, aliás, desde dos dezessete. Ele sempre foi louco por mim. E depois, hoje eu tenho balancete para passar ao diretor, ele não pode se recusar a me ver. – ela esboçou um sorriso maquiavélico.

...

Ele lia um relatório em sua mesa sem conseguir se concentrar nas projeções verdadeiramente. Deitou os papeis e esfregou os olhos reclinando-se na sua cadeira. Fechou os olhos por alguns segundos buscando serenidade. Sentia falta de casa, de dormir ao lado de Hinata, de a beijar, de sentir o cheiro dela, do som da voz dela... Estava cansado e de mãos atadas. Ainda estava no processo de dar a ela tempo e espaço. Naruto usava desse tempo para repensar as últimas decisões que tivera na vida a dois. A única linha que existia entre a razão e a loucura agora, era o seu trabalho, esse não o permitia virar um completo selvagem. Sinceramente? Se ele cedesse um pequeno instante sequer, ele se acabaria mais rápido do que conseguiria supor. Estava encurralado completamente, conversar com os amigos não ajudava, pelo contrário o fazia remoer a culpa ainda mais, talvez tivessem amigos em comum demais...