Autocontrole

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Ela ainda estava com o bonito buque de girassóis e lírios amarelos em seus braços. Num primeiro momento quando o recebeu ela considerou sinceramente ser de Kakashi, fazia o perfil do Hatake, principalmente pela leveza. Conhecendo os exageros e excentricidades do Otsutsuki, sabia que se fosse Toneri, seria mais um buque de rosas e certamente acompanhando de algo caro.

Ela sorriu e cheirou os lírios e cativou-se com as flores. As amava e era incontestável. Hinata então pegou o pequeno e simplório cartão que acompanhava e o leu:

"Te peço perdão pelo meu erro, sei que perdi sua confiança e talvez seu amor. Mas irei te reconquistar e nada mais vai nos separar."

Mentiria se dissesse que não sentiu o coração vacilar batendo acelerado, mas na mesma medida que aquele alvoroço a arrebatava, a jogava no chão e naquele momento ela sinceramente teve vontade de pegar aquele buque e incendiá-lo, pisa-lo, xinga-lo, mas o olhou incapaz de fazê-lo. Afinal, eram flores tão lindas e simbólicas. Fora que girassóis eram suas favoritas.

Sentiu-se irritada e frustrada. O que Naruto esperava com isso? Ela havia deixado tudo bem claro, eles já se separaram. Deveria então ela simplesmente mandar devolve-las? Rasgar aquele cartão em mil pedaços como ele fizera com seu coração? Ligar para ele e mandar pastar e esquecer qualquer sentimento romântico? Uma mensagem talvez?

Não... Havia algo que doía muito mais que qualquer coisa, algo que ela sentira na pele ofertada por ele naqueles últimos meses de casamento: a indiferença.

Nada matava mais um sentimento que a indiferença.

Ela saiu da sua sala que dava suas aulas e dirigiu-se até uma das grandes salas que os professores costumavam se reunir e assim que chegou ali pegou um jarro e encheu de água e colocou o buque dentro e no centro de uma das mesas que havia ali. O pequeno cartão que acompanhava fora picado e jogado no lixo.

Não havia notado que estava com a face avermelhada e muito menos que ofegava. Tremia em um nervoso ansioso. Para todos os fins. Fingiria demência quanto aquilo que recebera.

Seu celular vibrou, e como se algo bom em muito tempo acontecesse, ela recebeu uma mensagem que a fez sorrir imensamente: Kiba Inuzuka estava de volta a Konoha.

...

Ele estava sentado no seu escritório e tinha novamente em sua tela a pagina da rede social. Curioso, a uns dois dias ele pesquisava e olhava aquilo. Achara muitas recomendações aquela mulher, que além de atender uma clientela muito seleta, tinha um podcast muito acompanhando e uma pagina bem interessante, o problema para Naruto eram as coisas ditas, haviam coisas que ele via total sentindo, mas outras?

Seria ela mesma a pessoa que salvaria sua relação com Hinata?

Ele sentia-se tão intimidado com tal, que nem ao menos havia conversado com qualquer amigo sobre aquilo. Na verdade, ele nem sabia mesmo se valeria a pena, mas prometeu ao seu e a si mesmo que faria o que fosse preciso para recuperar seu casamento, sua família e se aquele esforço era necessário então ele o faria.

Pegou o telefone da base e discou para o consultório da mulher não demorando para ser atendido. Tremeu-se ansioso, engoliu em seco ao trocar aquelas poucas palavras ao marcar um horário com Mabui Ikeda.

(...)

Ele usava um grosso casaco oversized verde acinzentado longo. Uma camiseta preta e jeans claros rasgados nos joelhos. Os óculos escuros estavam arranjados sobre a cabeça entre os cabelos castanhos ligeiramente compridos e bagunçados. Quem visse o cara, certamente diria que ele tinha um estilo bem despojado e ao mesmo tempo seguia a moda atual, mas para quem não conhecia, ele pareceria um delinquente. Ele usava uma bolsa masculina mediana de lado onde costumava carregar um pouco de seu equipamento pessoal favorito, nunca sabia onde a inspiração surgiria e era por isso que Kiba Inuzuka sempre carregava sua câmera.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora