O rei, a rainha e o ás

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O táxi encostou frente à entrada da mansão, enquanto a Hyuuga encostou o cartão preguiçosamente realizando o pagamento daquela corrida. Puxou sua bolsa, descendo, ainda sentindo o rosto ligeiramente quente pelo que vinha pensando ao longo daquele deslocamento da casa de Naruto até ali. Suspirou olhando para o celular vendo uma mensagem de seu pai tão cedo. No primeiro momento pensou mesmo em abrir e ler, no entanto, estava com a cabeça mais tendida a outra coisa do que lidar com genitor.

Talvez um erro de momento...

O primeiro passo diante dos degraus e lá estava os olhos azuis ligeiramente frios a encarando.

— Senhorita Hyuuga, esperei no horário do seu itinerário. Mas...

— Eu tenho uma vida própria, Sasori — ela disse enquanto olhava o celular, mas diferente do que deveria, ela agora lia alguns artigos sobre a escolha do nome de bebês. — Tenho certeza que não deve gostar de servir de babá o tempo todo. Já disse que quando precisar, eu vou mandar avisá-lo.

— Sinto muito, senhorita, mas seu pai...

— Ele manda na casa dele. — ela parou e o encarou. Sorriu com a gentileza tão comum dela, como se o tranquilizasse — E você é meu funcionário, não é? Não precisa se preocupar com o grande Hiashi Hyuuga, eu dou meu jeitinho.

Ela voltou a olhar para frente quando ele assentiu levemente com a cabeça. Tirou os sapatos sentindo o delicioso e suave toque do piso de madeira de ipê maciço. Deixando a bolsa de lado, Hinata fora em busca de algo em sua cozinha enquanto conversava com Natsu, deixando assim, Sasori para trás.

O loiro encarou a saída da herdeira sem mostrar nenhuma outra grande expressão. Não era como se ele realmente não a seguisse ou fizesse seu trabalho, o que era muito complicado sinceramente falando. Tirando o celular do bolso, ele digitou uma mensagem enviando imediatamente e constatando que essa fora visualizada quase que imediatamente. Só então esboçou um sorriso miúdo saindo dali.

Hinata sentiu um leve frio descer pela espinha, mas ignorou. Terminou de sentar frente a ilha da cozinha, tendo um prato com pêssegos, sorvete de menta, calda de avelã e molho picante colocados diante de si pela emprega, que segurava em si uma careta pelo paladar gravítico da Hyuuga.

— Boruto... tem um som bonito, não acha? — Hinata mirou o olhar na mulher que pareceu atordoada e perdida. Então a garota sorriu — O nome... Boruto, é forte, tem presença.

Natsu sorriu.

— Pareceu seu pai falando, Hinata.

Ela imediatamente ruborizou enquanto os olhos arregalaram-se. Realmente, era quase como ouvir o próprio Hiashi dizendo. O problema era que... Hinata havia mesmo gostado não só da sonoridade do nome, mas sentiu-se profundamente ligada a esse. Se Naruto gostaria e concordaria? Bom, ela deveria se preparar para convencê-lo. Tentando distrair-se de toda a sua situação e levar tudo o que aconteceu na noite anterior em pânico, Hinata repetia mentalmente que, ela poderia lidar racionalmente com o que houve, ela não merecia sentir culpa, ela não deveria sentir raiva, ela deveria apenas pensar e esperar o momento que pudesse finalmente conversar, que ela pudesse ao menos tentar entender os porquês de Naruto, afinal, nada justificaria uma traição, ainda mais um caso, porem agora, de forma mais racional e tentando ver pelas perspectivas que Shizuka sempre a empurrava, Hinata queria descobrir e entender as motivações. Talvez ela tivesse algum peso naquilo, talvez algo em si contribuiu, não que isso o isentasse, não era isso, mas desde que passou a ter seu cantinho seguro com a psicóloga, a Hyuuga estava aceitando melhor que nem todas as verdades eram incondicionais e seguras.

De boca cheia, terminava de engolir uma generosa colherada daquela bizarra sobremesa quando seu celular começou a tocar. No visor, o nome de Toneri acendeu a fazendo cerrar os olhos ligeiramente e não demorar a atender a chamada.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora