O cupido às vezes erra

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Ela estava dentro do banheiro da suíte quase que berrando a plenos pulmões enquanto removia sua maquiagem depois de ter prendido os cabelos loiros. O marido tentava tirar as roupas casuais usadas naquele jantar às trocando para um confortável short de dormir enquanto fingia não entender o que sua louca e descontrolada esposa berrava. Sabia que algo viria daquela cabecinha, afinal, viera a viagem de carro toda fumegando ao ponto de ele quase ver a fumaça ali.

—Oh, aquela... Porca safada, fez de caso pensado! – falou de forma enfurecida encostando-se no batente da porta da suíte. Os olhos verdes alcançaram os negros do marido que acabava de sair do closet. – A gente tinha combinado, e... – Buscou a palavra certa.

—Combinado? – ele arqueou uma das sobrancelhas e viu o riso sarcástico e bastante perturbador dela.

—Filhos, Shikamaru Nara, filhos! Havia toda uma conversa de relógio biológico e talvez fazermos isso juntas, e adivinha? Ela me passou para trás e ninguém me passa para trás!

Ele ergueu o dedo para interpor enquanto os lábios abriram sutilmente, no entanto, fora engolido pela voz forte e imponente da loira.

—Caralho! Poderia pelo menos perguntar, você topa também Tema? Mas não...

"mais o pai seria eu, que caralhos Ino tem a ver com isso?" Indagou-se encolhendo-se um pouco diante da fúria crescente dela. Naqueles momentos de explosão da loira era apreciável apenas deixa-la extravasar, era sempre assim, ela gritaria, bradaria, brigaria e ameaçaria metade do planeta, e então mudaria de agressiva para passiva, segura, que tinha controle sobre si, calma e logo depois fofa, e ele rezava a deus que louca por sexo, porque essa a parte que ele carecia muito mesmo já que tivera um dia de merda com o trabalho.

—Shikamaru, vamos ter um filho! – aquela voz, aquelas palavras explodiram em sua mente o chacoalhando e trazendo a terra à força como que despencado de um arranha-céu.

—Como é? – chocado, ele encarou-a.

—Isso. Vamos ter um filho! Tivemos essa conversa várias vezes, mas esse é o momento.

—Isso é inveja... Jesus... – murmurou e recebeu um olhar dramático e aterrador dela da qual fizera ele erguer as mãos em rendição enquanto sentia o coração disparar e a mente gritar: Deus, não!

—A gente até fez uma merda de lista, prós e contras. A gente tem uma vida estável, casamento. Estamos no ápice de nossas carreiras. Viajamos bastante, quer dizer. Um filho vai... Somar. – Justificou com um sorriso bem... Hm... Assustador? É, assustador. Parecia um pouquinho maníaco demais.

Ele abriu e fechou a boca algumas vezes enquanto era encarado com expectativas pela esposa.

—Uau... Bem... Na lista de contras tinha o trabalho que eles dão, choram muito, interrompe nosso sono, foda, já me falaram isso. Está mesmo pronta para isso, quer dizer... – coçou a bochecha enquanto caminhava para a cama se sentando.

—Eu sou uma força da natureza, Shika. Meu útero está pronto para dar a vida. – falou dramaticamente o fazendo suspirar longamente.

—Um filho? – a viu consentir em expectativa. – pode demorar – resmungou, mas no fundo torcia mesmo pra ela desistir, veja bem, não era que ele não queria filhos – porque de fato ele evitaria – mas temia perder tudo aquilo que um casamento livre de pestes podia oferecer, ele não era burro, ouviu todo tipo de reclamação no trabalho, mas como negar aquela louca? Então ele sorriu mesmo que amarelo e disse:

—Você vai ser uma ótima mãe!

Bem, a recompensa dela se jogando nos seus braços e completamente pronta para ter sexo, agora estava atrelada a ideia de que talvez dali a longos meses a paz iria acabar.

Reconquistando minha esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora