Capítulo 44

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Aurora Ambrosius

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Aurora Ambrosius

Volto minha atenção para frente e vejo Black observar as copas das árvores passarem pela janela em silêncio. Parecia magoado ou afetado, talvez os testrálios tenham o levado a memórias nada boas. Ele balança o joelho freneticamente e esfrega o punho conforme as lembranças passam por sua mente, mantendo seu rosto sério.
Tomo a iniciativa de tentar acalma-lo e ponho minha mão carinhosamente sobre a dele, fazendo-o olhar para mim e parar seus movimentos.

- As vezes desabafar faz a gente se sentir melhor. - Disse amável. - Quer me contar no que está pensando?

Ele me olha e dá um leve sorrisinho como se agradecesse. Põe sua outra mão sobre a minha, como um sanduíche, dá umas batidinhas e sorri.

- Não precisa saber o que se passa na cabeça deste velho senhor. - Reviro os olhos e bato as costas no acento puxando minha mão junto, ele dá risada.

- Arg! Ele nunca vai esquecer disso, não é? - Olho o menino ao meu lado que ria.

- Parece que não. - Ele diz e Sírius sorri orgulhoso de sua teimosia.

Bufo em desistência e jogo minha cabeça para trás, relaxando com o balançar da carruagem e fitando o teto da mesma.

- Quer me contar como conseguiu isso aí? - A voz de Sírius me faz voltar a olha-lo e ele indica o lugar no próprio queixo.

Só então me dou conta que deixei minha cicatriz exposta bem diante de seus olhos. Queria evitar aquela história, poderia deixar um clima bem ruim e isso definitivamente não era o que eu queria para essa viagem. Conhecendo Sírius, sabia que não desistiria até que eu lhe contasse algo, mas também sabia que adorava um jogo e foi isso que eu fiz. Entrei no seu jogo.

- Não precisa saber o que se passa na cabeça dessa jovem adolescente. - Respondi com sua própria frase, fazendo-o revirar os olhos e rir. Cedric morria de rir de nossa conversa ao meu lado.

- Ah, não seja chata! - Ele reclama. - Tenho certeza que é uma boa história.

- Vai me contar sobre o que estava pensando? - Impus a condição.

- Não. - Respondeu decidido.

- Ótimo então. - Dei de ombros e me virei para encarar a janela.

Ouço ele resmungar algo e, fazendo sua manha, vira para a janela também. Noto que as vezes seu olhar escorregava para mim, na esperança de eu realmente falar, e me seguro para não rir.
Alguns segundos de puro silêncio depois...

- Vai mesmo me deixar na curiosidade?! - Ele reclama se virando para mim e nos faz rir.

- Não vai mesmo desistir, Black? - Cruzo os braços.

- Ah Aurora, você não me conhece. - Ele cruza também e seu tom de voz nos faz rir.

Suspiro. - Cai quando era criança. - Menti.

A filha de MerlinOnde histórias criam vida. Descubra agora