Capítulo 56

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Aurora Ambrosius

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Aurora Ambrosius

Narcisa estava sentada em uma das pontas da mesa em uma cadeira de padrão tão alto quanto suas roupas. Draco me ofereceu a cadeira à direita da mulher, e sentou a esquerda dela. De frente para mim.

A Malfoy parecia animada e satisfeita com minha visita, mas não parecia ansiosa para iniciar o assunto que nos fez vir as pressas. Ela nos deu de comer e de beber, e quando me dei conta estávamos comendo como se a grande questão não fosse nada importante do qual precisávamos falar.

Ela era uma mulher de classe alta. Sua postura sempre ereta, as mãos sempre no lugar certo e na hora certa. A cabeça erguida e um sorriso educado sempre no rosto. Até mesmo a forma como segurava os talheres era perfeita. E me peguei tentando copiar seus movimentos.

Eu estava ansiosa. Ansiosa para iniciar a conversa que nos fez vir aqui, mas ao mesmo tempo pensava em não ser rude. Mas quando senti que Draco estava na mesma situação que eu, resolvi puxar a conversa que coçava em minha garganta.

- Imagino que Draco tenha comentado sobre o nosso....problema. - Soltei antes de ocupar minha boca com a taça de água com limão.

Mãe e filho me encararam juntos. Draco direcionou um olhar sugestivo para ela e a mulher suspirou.

- Claro. - Concordou enquanto posicionava os talheres no canto do prato, e levou um guardanapo de tecido até os lábios, limpando-se com toques delicados e perfeitos. - Se querem saber o que é, terão que ouvir a história do começo, e aqui não é o lugar mais apropriado. Venham. Vamos para a sala de estar.

Após alimentar ainda mais nossa curiosidade, Narcisa se levantou e passou a caminhar. Draco e eu apenas trocamos um olhar breve -carregado de curiosidade- e rapidamente nos levantamos para segui-la.

Caminhamos mais do que eu imaginava. Como pode uma casa ser tão grande? Enquanto eu me encontrava completamente perdida depois que passamos pela quinta sala, Draco parecia conhecer todas as dezenas de cômodos e corredores como a palma da mão. Me fazia sentir idiota, sinceramente.

Finalmente paramos, e me vi em uma sala equipada com sofás e poltronas próximas a uma lareira acesa. Um tapete escuro tornava o chão macio e um cheiro agradável pairava no ar. Meus olhos correram pelos detalhes da decoração do cômodo, e logo parei para encarar os retratos postos sobre a lareira e pendurados na parede, e algo me diz que esse foi o propósito de Narcisa ao nos trazer para cá.

Parei diante das fotografias mágicas que se moviam e encarei com atenção cada um dos rostos, até que encontrei um mais do que familiar que me fez parar e me voltar surpresa para a dona da casa.

- E-Esse é...

- Sim. É Merlin. Seu pai. E essa no colo dele é você, com apenas um aninho de idade. - Ela se aproximou e pegou o quadro, acariciando a moldura dourada.

A filha de MerlinOnde histórias criam vida. Descubra agora