Parte 5

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- Como é que é?
Dois dias depois já pronta para ir ao México recebo um papel por Arthur, refere-se a minha pensão.
Ah ódio vem que eu quero me embebedar e arrancar a cabeça daquele homem porque raios ele não me deixa em paz.

Entro no prédio de seguranças a passos largos parece até que virou mania, entro sem nem mesmo bater, todas as cabeças se viram para mim por conta dos meus saltos batendo no chão, olho para Sebastian e ele aponta para a sala de reunião, quando abro a porta para o meu desgosto total presencio a cena, ele gritou na minha cara que não tinha nada com ela e agora esta aqui aos beijos.
Ele se afasta e quando me ver entra em pânico.
- Karol...
- Ah oi Karol tudo bem? Pergunta cínica.
- Tudo maravilhoso.
Abro meu sorriso largo plantado na cara que ela até se assusta.
- Que bom, vou deixar vocês a sós, depois conversamos Rugge.
Quando ela sai me viro para ele.
- O que você viu...
- Não se dê ao trabalho.
Pego o papel e bato ele na mesa.
- Que porra é essa? Ele pega a folha e lê.
- Sua pensão, se tivesse me deixado seu contato eu mesmo teria feito.
- E eu tenho cara de aposentada para receber pensão?
- Não, mais você é minha esposa.
- Ex, e não preciso do seu dinheiro.
- Mas mesmo assim eu faço questão.
- Para o quinto dos infernos com suas questões pegue seu dinheiro e enfie no...
- Opa, opa, opa mocinha olha a boquinha.
- Retire essa merda, ou seu dinheiro vai para caridade.
- Bom ao menos você sabe o que fazer com ele.
- Isso não é um jogo Ruggero, não quero seu dinheiro, não quero nada de você, quando cheguei em casa aquele dia e fui recebida por aqueles papéis decidir te apagar da minha vida e estou fazendo isso, já que tem alguém na sua vida, esqueça que eu existo também.
- Eu não tenho ninguém.
- Bom pra você. Dou as costas para sair mais ele me segura grudando nossos corpos e ameaçando me beijar.
- Nem pense em encostar na minha boca com a saliva daquela cobra.
Ele rir e beija meu pescoço, mas o empurro.
- Não sei que jogo é esse, mas vai jogar sozinho.
- Não é jogo nenhum, eu fiz aqueles papéis para você se decidir.
- E olha só eu decidir, já recebeu sua cópia. Ele fecha a cara.
- Eu não assinei, se tivesse prestado atenção teria visto que não tinha minha assinatura.
- O que pretendia que eu corresse atrás de você...
- Não, que você caísse em si, e pudéssemos realmente ter o nosso filho.
- Sabe você passou anos jogando na minha cara que eu era egoísta e não te dava a única coisa que você pedia.
Realmente você tinha razão, mas não porque eu não queria e sim porque eu não podia.
- O que?
- Eu não podia ter filhos, descobrir que tinha um bloqueio hormonal e não conseguia engravidar.
- Desde quando?
- Desde o nosso segundo ano de casados, de lá pra cá eu vinha fazendo tratamento para engravidar, até viajei várias vezes só para fazer o procedimento querendo trazer o sorriso nos seus lábios novamente.
- E porque não me contou nada?
- Eu queria fazer uma surpresa, mas o tempo foi passando e as esperanças indo embora e era mais fácil ver decepção do que tristeza, mas agora não me interessa nem uma nem outra, espero que ela te faça feliz e que te de filhos, adeus Ruggero. Bato a porta.
- Karol...
Os garotos se aproximam quando paro e abaixo a cabeça segurando as lágrimas.
-Eu estou bem.
Corro até o carro e sou amparada por Tomy que me leva direto para o aeroporto.

- O que houve? Jane pergunta assim que entro na área de embarque.
- Nada encerrei uma etapa da minha vida agora é hora de seguir em frente.
Ela assente e embarcamos.

Quinze dias depois a turnê termina e minha entrevista no programa de TV é comentada em todos os noticiários, confirmei minha separação, e meu afastamento dos palcos por um tempo, e aqui estou, já fazem dois meses que me instalei no México em Cancun perto do mar e estou me encontrando aos poucos.

Estava caminhando pela praia quando meu celular toca vejo o nome de Valentina na tela.
- Karol... Era Mike.
- O que houve? Pergunto nervosa.
- Está nascendo Karol meu filho está nascendo.
- Caralho...
- Ela quer você... Valentina quer você.
- Tudo bem eu vou pegar o primeiro vôo.
Corro para casa arrumando uma bolsa pequena e pego um chapeuzinho, por via das dúvidas eu dispensei os seguranças por um tempo, chamo um táxi e vou direto para o aeroporto, consigo um voo pelo celular, e logo estou embarcando para o Brasil novamente com o peito acelerado falta sair pela boca.

Chego de madrugada e recebo uma mensagem em que hospital ela está, pego um táxi, e assim que pago corro para dentro do hospital.

- Oi minha prima está aqui, Valentina Zenere.
- Um minuto senhora.
- Karol... Aquela voz que me faz perder os sentidos me viro e nada mudou ainda é de tirar o fôlego.
- Ruggero.
- Ela está no segundo andar.
- Segundo andar senhora seu crachá de visitante. A moça diz.
- Obrigado.
- Eu te levo lá.
- Não preciso de babá. Reviro os olhos.
- Eu não sou uma. Ele fala dando de ombros e aperta o botão do elevador, me concentro nos números.
- Eu ainda não assinei. Fico quieta.
- Estou muito confuso com tudo o que me contou. Muda Karol, não abra a boca, seja uma boa garota vai, entramos no elevador.
- Não vai falar comigo, precisamos conversar. Não consigo né gente.
- Conversar? Não, não precisamos você pediu a separação e já estava decido a fazer isso, eu lhe dei pela primeira vez, não é o que tanto queria, assine e acabe com isso vá viver sua vida como você queria e planejou.
- Eu não posso.
- Não é problema meu.
- Você me odeia não é?
- Hoje menos. Ele rir e saímos do elevador posso ouvir os gritos de Valentina daqui a enfermeira abre a porta e entro.
- Graças a Deus você chegou.
- Karol por favor... Ela grita e me aproximo segurando sua mão péssima ideia solto um grito seguido de um palavrão e os médicos me olham.
- Dêem algo para dor ou vou sair daqui sem os ossos da mão.
Depois de quatro horas e intermináveis gritos Lucas nasceu forte como um touro e gigante como o pai, meu coração estava derretido diante daquele serzinho tão pequeno.

Olhava através do vidro Lucas no berçário dormir, uma lágrima risca meu rosto e seco rapidamente.
- Eu também tenho a mesma sensação.
- De que?
- E se fosse o meu bebê.
Continuo com o olhar fixo no meu afilhado.
- Um dia será o seu.
- Poderia ser o nosso.
- Mas você não quis assim. Rebato imediatamente.
- Porque fui um um tolo em pensar que...
- Que eu correria para os seus braços dizendo vamos Rugge ter quantos filhos você quiser? Um riso estrangulado escapa dos meus lábios.
- É uma pena que não enxergue.
- O que?
- Que eu ainda te amo.
- Uma maneira de amar bem louca a sua.
- Vindo de você é até uma ofensa.
Olho para ele que está sorrindo.
- Obrigado pela parte que me toca.
- Quero tentar de novo Karol...
- É claro que você quer, com uma mulherzinha mais ou menos, com um sexo mais ou menos e o senhor gostosão aí não se satisfaz não é? Ele nega.
- Nunca tive nada com ela não depois de você, aquele beijo, não era pra ter acontecido e ela sabia bem disso, foi ela quem me beijou.
- E você correspondeu legal caso encerrado.
- Sim eu correspondi porque achei que poderia te esquecer e me enganei feio.
- Sinto muito Ruggero você quis um fim eu te dei e agora eu tenho um recomeço e o fim não vai voltar.
- Porque não, você ainda me ama eu sei que me ama.
- Nem sempre o amor é o bastante para superar as feridas.
- O amor é capaz de curar qualquer ferida, me deixa cuidar de você outra vez, me deixa te amar e sarar as feridas que eu mesmo causei.
- Me desculpe. Saiu correndo não consigo, eu não consigo foi doloroso demais, esbarro em uma enfermeira e vejo tudo escurecer mas antes de cair sou amparada por seus braços.

😘😘😘😘😘

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora