Parte 9

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Depois de encontrar Mike no berçário voltei para o quarto mas já estava vazio, fui atrás da doutora.
- Doutora Carmen.
Chamo quando a vejo conversando com outros dois médicos.
- Onde a Karol está?
- Ela foi embora.
- Como assim foi embora, porque permitiram que ela fosse?
- Não podemos prende-la aqui.
- Droga... Levo as mãos a cabeça.
- O que aconteceu para ela ir embora?
- Depois do diagnóstico, ela foi embora.
- Então saiu?
- Sim.
- O que ela tem, foi confirmado?
- Desculpe Ruggero, a paciente pediu sigilo, não podemos.
- Como é que é?
- Vocês são casados?
- Sim, tivemos alguns problemas mas ainda somos casados e exijo saber, sou seu marido, sou eu que vou responder por ela se não puder fazer.
Eles trocam um olhar entre eles.
- Eu posso perde-la?
- Infelizmente não podemos garantir nada Ruggero.
Meu coração retumba no peito e não consigo formular nenhuma palavra.
- Ela realmente precisa começar o tratamento ou pode se agravar muito, as chances de cura existem.

Passei as duas semanas como louco procurando Karol em todo lugar e nada, resolvi voltar para o nosso apartamento de onde não deveria ter saído.
Estava procurando pilhas para colocar no controle e assistir alguma coisa, vejo um envelope com o nome de Karol, pego e vejo que são notas fiscais e uma planta com o endereço da...
- A casa da mãe dela, mas...
Ela reconstruiu a casa e não disse nada a ninguém. Sorrindo penso, te peguei garotinha.
Meu telefone toca e atendo Mike.
- Fala.
- Rugge, preciso que verifique o sistema de segurança, o Gaston está vindo pra cá mais não está funcionando muito bem.
- Certo estou indo.
Troco de roupa e vou o caminho pensando em como não percebi que ela mandou reconstruir a casa.
- Lina. Ela atende no segundo toque.
- Rugge pensei que tinha esquecido o caminho de casa sabia, vou arrancar suas orelhas.
- Eu também amo você. Ela rir.
- Cadê minha princesa.
- Pergunta por você dia e noite.
- Vou aparecer, dê um beijo nela por mim, mas você sabe de uma construção recente que a Karol autorizou?
- Construção? Não tenho ideia.
- Lina eu já sei pode me contar tudo. Ela suspira ao telefone.
- Eu fiquei de fora, só sei por alto, ela acertou diretamente com o Ramiro, não tenho ideia do que seja.
- Então é verdade.
- O que?
- Ela mandou refazer a casa da mãe dela.
- Entendi, mas o porque te atormenta?
- Não conseguia acha-la.
- E porque quer achar a Karol, ela está se escondendo? Falei com ela mais cedo temos uma reunião amanhã.
- Ela está fugindo como sempre.
- Você pediu isso.
- Eu sei... Mas... Engulo o nó na minha garganta, pensando no diagnóstico.
- Vai ter que correr atrás do seu prejuízo se quer sua mulher de volta.
- Difícil com ela fugindo.
- Você é um oficial nada foge de você por muito tempo.
- Tem razão.
Desligo assim que estaciono meu carro na mansão, vou direto para a salinha que ainda existe e está operando.
Claro não como antes mas é daqui que eles cuidam de tudo, Gaston está ali atualizando o sistema e vou para a cabine ajustar as câmeras estava explicando a Luis como funciona quando um carro prata com vidros pretos para no portão o vidro do motorista desce o que me faz estreitar os olhos para ele e olhar diretamente para o banco traseiro, o carro entra e termino as instalações, quando entro na casa Analu está na cozinha preparando um café e Mike está debruçado no balcão cochilando.
Faço sinal de silêncio para ela que rir e bato a mão no balcão ao seu lado, ele dar um pulo e cai da cadeira.
- Puta que pariu, caralho parceiro quer me matar.
- Acorda vagabundo, você é um pai de família agora tem que me deixar orgulhoso.
- Fica com seu afilhado a noite inteira depois conversamos. Dou risada.
- É sério o garoto parece uma sirene, e já é espertinho, ele dorme e quando vamos colocar no berço a sirene explode, Porraaaa.
- Vai passar cara a Lete era a mesma coisa.
- Espero consegui dormir ao menos cinco minutos.
- Não reclame ele é bonzinho. Ana defende.
- Ah Aninha você não conta ele sempre vai ser bonzinho. Ela rir.
- Aninha preciso da bombinha que... Ela para de falar quando me ver sentado ao lado de Mike, mas desvia o olhar rápido e faz um gesto com a mão abrindo e fechando.
- A bombinha Aninha.
- Ah eu vou pegar pra você o Mike tentou mais não conseguiu.
- Eles não são portados para isso. Mike rir.
- Não vai falar comigo?
- Gastar saliva cansa, mas como sou educada, bom dia pra você e Mike acho bom aproveitar se quer dormir, meu pacotinho adormeceu.
- Como? Quem conseguiu esse feito? Ela solta seu riso debochado.
- Santa Karol, vou te sequestrar todas as noites.
- Nem pensar, você plantou a semente, você rega bebê, a dindinha aqui é só para cheirar e ensinar coisa errada o resto é com vocês.
- Viu só, não quero imaginar o que vai ensinar a ele, Ruggero conto com você ela vai estragar ele. Karol tem uma crise de risos.
- Vai confiar nele.. estreito os olhos pra ela que levanta as mãos em rendição e Ana trás o que ela pediu.
- O que é isso? Pergunto curioso.
- Algo que você não pode usar. Ela saí da cozinha e olho para Mike.
- ah cara é uma parada para tirar leite, maluco o bagulho é doido, não conseguir fazer Valentina chorou.
- Vocês homens são uns molengas mesmo. Analu reclama e rimos do seu surto.
Subo com Mike e entro no quarto e espero por ela lá, tem um vestido pendurado em seu closet e muitas coisas espalhadas.
Um tempo depois ela aparece e está ao telefone, fica parada na porta ao me ver ali, responde quem quer que seja, desliga e me encara.
- Vejo que seu telefone funciona perfeitamente. Ela não diz nada.
- O que faz aqui?
- Te esperando, já que não consigo te encontrar.
- Não sei porque precisa me encontrar, já acertamos tudo, correção você acertou tudo.
- Karol...
- Ruggero, eu quero seguir em frente com minha vida e estou aprendendo a viver sem você, porque não faz o mesmo?
- Porque eu amo você, e te quero de volta.
- Não sou um ioiô, eu cansei, estou cansada e só quero que me deixe em paz.
- Sinto muito mais isso não vai acontecer.
- Vou ter que pedir uma restrição judicial então.
- Tenta, você está doente Karol e precisa se tratar e eu vou garantir que faça pois não quero te perder.
- Cala a merda da boca, você não sabe de nada eu não estou doente e você não tem nada com a minha vida. Me aproximo dela segurando seus braços encarando seus olhos com lágrimas a tempo de explodirem.
- Eu não vou sair entendeu, não importa quantas vezes vai me pedir para sair ou me expulsar eu não vou desistir.
- Está tudo bem aqui? Jane pergunta da porta e com meu olhar em Karol eu respondo.
- Tudo bem, eu já estou de saída, mas antes. Pego o celular que está em sua mão e envio uma mensagem para mim, ela ainda está com seu olhar em mim, seguro sua mão colocando de volta o telefone, beijo sua testa e saiu do quarto, me segurando ao máximo para não voltar lá, segura-la em meus braços e levá-la embora comigo.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora