Parte 22

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Acordo e minha boca e cabeça dói, abro os olhos devagar e a luz quase me cega.
- Acordou bonequinha. Aquela voz.
- Você...
- Eu.. achou mesmo que ficaria com ele, que eu deixaria barato assim.
- Você é louca Fernanda, cara vai se tratar.
- Você ainda não viu nada, eu vou te tirar do meu caminho, você e esse monte de lixo que está aí.
- Não fale assim da minha filha.
Grito e recebo uma bofetada.
- Vai com calma Fernanda ela está grávida.
- Eu quero que ela morra, cadê conseguiu o que eu queria?
Ela pergunta para um cara que tem um semblante tão duro quanto o seu.
- Consegui o cara está lá fora e pode fazer a operação quando quiser.
Começo a me desesperar.
- O que vai fazer? Deixe minha filha em paz, faça o que quiser comigo mas deixe ela em paz.
- Calma garotinha é assim que ele te chama não é? Primeiro vou tirá-la daí, depois vou mata-la na sua frente e deixar você perder sangue até morrer.
Começo a chorar amarrada e sem consegui proteger minha filha, escutamos uns resmungos e vejo ela revirar os olhos.
Ela sai da minha frente e vejo alguém jogado do outro lado amarrado também.

- Mike, Mike você tinha que aparecer na hora errada, vai assistir tudo de camarote e depois eu acabo com você.
- Mikeeeeee. Grito.
- Karol você está bem?
- Por enquanto, se prepare para os gritos dela.
- Vagabunda maldita, eu vou acabar com você Fernanda nem que seja a última coisa que eu faça.

Nunca ouvir Mike falar dessa forma com alguém, Ruggero sempre me falou que Mike era responsável pelos treinamentos de combate e não média esforços para estourar a cabeça de qualquer um e ouvindo falar assim sei que se tiver oportunidade vai fazer isso mesmo.
- Vai morrer tentando querido. Vou deixar vocês por alguns minutos.
Ela sai da sala, de onde estou só vejo os pés dele.
- Mike você está bem?
- Sim, o que fazia no shopping?
- Você estava lá?
- Estava no meu carro no semáforo quando vi ela entrar, no carro e reconheci só segui ela, mas fui descoberto.
- Mike estou com medo ela vai matar minha filha.
- Kah... Preciso que se concentre e confie em mim.
- Ela vai te matar Mike e Valentina precisa de você.
- Ela precisa de você também, vocês são uma extensão uma da outra e se eu sair vivo daqui você também vai, concentração Karol lembra como nos velhos tempos.
- Ok. Concentração. Respiro várias vezes.
- Minha cabeça dói.
- Olhe ao redor, o que vê?
- Estou sentada no colchão, tem uma cadeira a minha frente, um monte de ferramentas ao lado da cadeira.
- Consegue chegar na cadeira, pode ter algo para quebrar essas correntes.
- Estou pesada demais para me arrastar.
- Vamos Kah você consegue.
- Tudo bem.
Com muito esforço vou me arrastando a corda é um pouco folgada o que me deixa espaço para chegar até a maleta e fico horrizada.
- Eles vão usar isso em mim Mike. Começo a chorar.
- Kah vamos pela neném..
- Certo pela minha filha.
- Já escolheram o nome da minha afilhada?
- Sim... Achei um alicate serve?
- Sim jogue para mim com mais força que consegue.
- Se eu te machucar.
- Não importa jogue.
Jogo e passa raspando a cabeça de Mike e bate na parede e cai, a porta se abre e empurro a cadeira com pé.
- Parece que a grávida é arteira não fica quieta.
- Vamos acabar logo com isso.
- Não.
Grito quando o cara todo tatuado vem na minha direção e me segura, eles aplicam alguma coisa no meu braço.
- Karol se concentra. Escuto Mike gritar.
- Cale a boca porra, vamos acabar logo com isso. Estou desfalecendo.
- Karol escute minha voz, se concentre.
- Estou tentando Mike.
Um cara vem com um bisturi e me debato.
- O que ele está fazendo Karol.
- Ele está com um bisturi Mike.
- Segura ela porra.
- Vai enfiar esse bisturi no cu da sua vó seu viado. Rosno para ele.
Não consigo mover meus braços mas chuto com toda força que ainda me resta e o cara cai pra trás.
- Seu imbecil não sabe fazer nada direito, me dar isso aqui.
Ela está em pé diante de mim com o bisturi em mãos.
- Vamos acabar com isso.
Ela só não esperava a pancada, e seu corpo cai, o homem que segura meus braços me solta e vai pra cima de Mike que o sufoca com o pedaço da corrente que está em seus braços, o cara que está no chão nem se levanta se encolhe todo no canto.
- Não me machuque por favor eu não queria eles me obrigaram por favor.
- Cai fora daqui.
Mike grita e o homem sai feito flash, então se volta para mim e vem na minha direção alisa meus cabelos estou chorando muito e Mike me abraça.
- Fique calma, estou com você, olhe pra mim, vamos sair daqui ok.
Faço que sim ele me desamarra e volta para o corpo do homem pega o celular no bolso e liga.
- Rugge sou eu o Mike...
- Eu sei me escute, estou com ela...
- Não tenho tempo para explicar... Ótimo.
- Eles já tinha rastreado parece que o celular de Tomazo estava no carro.
- Graças a Deus...
Aí, ai..
- O que foi?
- Mike ahhhhhhhhh. Travo os dentes.
- Karol o que foi?
- Minha bolsa Mike estourou, ela vai nascer. Grito.
- Não, calma a ambulância já está chegando, princesa aguenta aí dentro.
- Mike olha pra mim, você tem que me ajudar por favor ahhhhhhhhh....
- Aí meu Deus do céu...
- Olha pra mim porra, você enfrentou bombas e guerras, enfrenta a merda de bandidos e armas e não consegue enfrentar uma mulher no parto?
- Ora essa vocês são mais perigosas.
- Vou arrancar sua cabeça fora Mike juro que vou, agora pelo amor de Deus faz minha filha vim ao mundo, ela já está aqui eu sinto, corre Mike.

Ele está andando de um lado para o outro, então vê a maleta que está no chão abre e pega luvas, álcool.
- Ok vamos lá, tem muito sangue.
- Eu sei... Falo entredentes segurando a dor.
- Ruggero não vai me perdoar por enfiar a mão aí.
- Quero que ele se foda, foi ele que colocou ela aqui, e essa dor vou descontar nas bolas dele agora enfia a mão e tira a Heloísa daí.
- Heloísa? Ele sorrir.
E sinto suas mãos, e com os braços apoia minhas pernas para que fiquem no lugar.
- A cabecinha dela está aqui Karol, força vai...
- Isso Kah, mais pouco vai....
- Ahhhhhhhhhh... E escutamos o choro.
- Princesa do titio... Mike está chorando, mas vem para o meu lado e mesmo chorando sorrio vendo minha filha, minha pequena Helô.
- Miseráveis vocês vão pagar por isso. Escutamos e tiro forças de onde nem tenho e me jogo na frente deles.
- Não... Ouvimos só o disparo.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora