Parte 39

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Escuto a voz da minha garotinha bem baixinho, como se estivesse chorando, um peso e uma dor queima em meu corpo, minha boca está seca e essa sensação eu conheço, o filho da puta me atingiu.
Sair do prédio para encontrar Mike com o técnico da segurança, quando me ligaram da mansão avisando que minha filha caiu e estava chorando muito.
Nem pensei em nada corri feito louco e não percebi que quem abriu o portão não era nenhum dos meus seguranças, foi abrir a porta do carro e já levei a primeira porrada com o cano de uma arma na cabeça, o sangue desceu na hora, fui coberto de porrada por não sei quantos caras ao mesmo tempo e quando viram que não me rendia facilmente atiraram.
Abro os olhos e vejo a cabeça de Karol recostada em meu peito, ela está segurando meu corpo.
Aperto de leve sua mão e ela levanta o rosto.
- Rugge...
- Shiu não diga nada.
- Mas...
- Garotinha mimada fique em silêncio e faz o que eu peço. Falo e abro os olhos.
- Preciso que se concentre amor, pode fazer isso por mim? Droga ele a machucou.
- Você está sangrando muito.
- Eu sei, mas o foco agora é tirar vocês daqui.
- Eu não vou sem você.
- Não está ajudando amor, a Helô precisa de você.
- De você também.
- Só olhe em volta devagar sem que eles percebam, o que você vê? Tento ficar imóvel para que eles não descubram que acordei.
- Tem muitos homens aqui estão mais na parte de fora ou dentro do escritório.
- Armas? Eu preciso de uma arma.
- Mike.
- Ele não está aqui.
- Sim ele está, ele veio comigo, olhe.
Olho para o corredor e vejo Mike, respiro fundo, ele faz um sinal para mim.
- Não entendi nada.
- Vá até aquela mesa, embaixo no canto esquerdo.
- Como você... Ah deixa pra lá.
Karol vai até a mesa e vejo quando está tentando esconder a arma na roupa.

- Vejo que largou, podem apagar.
Droga ela se vira já com a arma em mãos, minha garotinha nunca pegou em uma, e não quero chamar atenção deles, olho de volta para o corredor e Mike me pede tempo que os caras estão chegando.
- Posso não acertar você porque sou péssima com miras, mas a mim mesmo é impossível errar.
- Karollll. Grito quando escuto suas palavras e que ela colocou a arma no pescoço.
- Merda o cara acordou. Um cara enorme aparece e não sabe se olha para mim ou para Karol. Ela joga na cara dele que se morrer não tem direito a nada.
- Você me paga sua idiota, acabem com ele.
- Naoooooooo. Karol grita se jogando em cima de mim, tenho que ser rápido porque o lenço que Karol empurrou na ferida para estancar o sangue está molhado.
- Amor...
- Não posso deixar que ele faça isso.
- Amor, olha pra mim, está tudo bem. Tento acalma-la, pois está desesperada chorando muito.
- Não está não, você não pode entendeu? Não pode, eu amo você mais do que tudo na vida e que caralhos agora que tenho seu presente de casamento você não pode morrer, o seu pedido está aqui. Entendo quando ela leva minha mão a sua barriga, a merda tenho que tirar eles daqui.
Mike faz sinal que vai invadir pela frente e assinto.
- Sai da frente Karol.
- Não, você não vai fazer com a minha filha o que fez comigo, não vai tirar quem ela ama não vou permitir.
- Sai daí garota idiota. Ele grita e escutamos barulho de tiros.
- Quem acionou eles quem?
- Você subestimou mesmo o treinamento do meu marido não é? Sinto só o corpo dela sendo puxado para cima, e agarro sua cintura com uma mão e equilíbrio a arma girando no momento em que ele tenta um chute, então se abaixa e vem com o punho em minha direção, mas acerto seu rosto, e dou um impulso para cima ficando em pé, seguro a lateral do meu abdômen e o cara vem para cima de mim, fecho a mão e soco a cara dele que revida com um soco na minha costela, acerto com o cotovelo sua barriga e levanto o punho acertando seu queixo pronto trocou as pernas, parto para cima desferindo socos e mais socos ele cai, estou ofegante quando olho para trás vejo Tomazo tentando achar uma vaga entre Karol e o desgraçado.
Me arrastando vou até ele.
- Garotinha. Chamo e Karol se vira afrouxando o agarre, seguro nas mãos de Tomazo acertando a mira e disparo ao mesmo tempo em que outro disparo foi feito.
A bala atravessa a cabeça dele e seu corpo vai caindo lentamente ao chão, e consigo ouvir os gritos da minha garotinha, então sinto o baque e só então me dou conta que eu também estava caindo, e a escuridão me engolindo.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora