Parte 15

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Escuto a voz de Tomazo e seus braços que me puxam para cima e me arrastam até a sala de espera, ele me entrega um copo com água, estou em choque não consigo responder a nada.
Karollllll é só nela que penso, ela não pode me deixar eu não consigo viver sem minha mulher, volta pra mim amor...

- Ruggero... Escuto a voz de Valentina e Mike está ao seu lado.
- O Tomazo me ligou disse que ela não estava bem, o que aconteceu onde ela está? Só nego com a cabeça porque é duro demais para poder pronunciar as palavras.
- Não.... Não eu a proibi ela não pode, não pode me deixar aqui. Karollll.
Valentina chama seu nome e começa a andar pelo corredor atrás do quarto, demora um pouco e Mike vai atrás dela e quando volta, ela está chorando agarrada a ele.
- Ela tem que ficar bem, essa maldita doença não vai levá-la assim tão fácil.

Uma hora depois doutora Carmen aparece.
- Doutora me diga que ela está viva por favor... Suplico.
- Sim, a pulsação é fraca tivemos que entuba- lá, ela está respirando pelos aparelhos, e foi induzida ao coma farmacologico vamos mantê-la assim pelas próximas quarenta e oito horas.
- Não acredito que isso esteja acontecendo, ela estava bem ontem.
- Eu sinto muito, o tumor atingiu um estágio maior do que esperávamos, mas não podemos fazer a cirugia se ela não reagir.
- Ela tem que reagir... Valentina fala chorando escondendo o rosto no pescoço de Mike.
- Calma amor ela vai reagir.
- Vai, vai sim, nem que eu tenha que dar na cara dela, aquela vaca vai reagir nem que seja embaixo de porrada, ela não pode me deixar aqui Mike não pode. Valentina fala em meio ao soluço tudo embolado e se não estivesse devastado estava gargalhando agora, e acredito que Karol também, vendo essa cena.

A doutora não permitiu nossa entrada na UTI mas poderíamos vê-la através do vidro e não conseguia me afastar.
- Rugge você precisa descansar um pouco. Mike fala tocando meu ombro
- Não consigo Mike, é como se eu fechasse os olhos e ela desaparecesse entende? Ele faz que sim.
- São dois dias você aqui, vá em casa prometo não tirar os olhos dela.
- Senhor... Olho para o lado vendo Tomazo estou tão concentrado em Karol que nem sequer tinha me dado conta dele aqui.
- Tomazo o que faz aqui, não tem que trocar de turno para descansar?
- De modo algum senhor, ficarei aqui se precisar de mim.
- Mas você está aqui desde quando?
- Ele não saiu daqui Rugge?
- Cara pode ir pra casa descansar.
- Desculpe senhor prefiro ficar, venha levo você para casa, toma um banho come alguma coisa depois lhe trago de volta, vai ser rápido venha.

E assim o cara que eu não gostava passou a ganhar minha admiração, só pelo fato dele se preocupar com minha mulher.
Chego em casa e vou direto para o quarto não paro porque se eu parar vou desabar e não posso, então é banho e rua.

Quando chego na sala escuto barulho de panelas e um cheiro de comida vindo de lá, arregalo os olhos com Tomazo na cozinha.
- O que faz aí?
- Oh me desculpe eu...
Achei que poderia preparar algo que não fosse café para o senhor comer, desculpa.
- E o que você aprontou aí? Pergunto sério segurando a risada e ele percebe.
- Bem não sei cozinhar mas fazer omeletes é minha especialidade, ao menos minha esposa adora.
- Se ela adora então deve ser boa, elas sempre tem razão.
- Isso eu tenho que concordar.
Ele coloca em um prato e me sento no banquinho.
- Você não vai comer.
- Eh...
- Ah vamos homem, você me trouxe pra casa e preparou uma omelete para mim sentar e me acompanhar não vai cair pedaço.
- Tudo bem. Ele senta e põe uma outra em seu prato.
- Ah quanto tempo é casado? Pergunto.
- Ah dois anos, Luisa e eu namorávamos, mas ela engravidou e o pai a expulsou de casa.
- Nossa, que barra.
- Sim eu estava terminando meu curso de segurança, não ganhava muito bem mas casar com ela e levá-la para morar comigo foi a melhor coisa que fiz na vida e não me arrependo.
- Sua filha? Quantos anos ela tem?
- Quase dois. Ele tira o celular do bolso e mostra uma foto da garotinha sorridente.
- Luisa é fã da K.. da senhora Pasquarelli. Tenho que rir.
- Entendi por que ela te chama de Tomy. Ele levanta a sobrancelha.
- É fácil falar com você, dificilmente ela se engana com as pessoas.
- Ela tem um coração grande demais. Assinto.
- Como era ser o segurança dela? Dou risada.
- Você pegou a melhor fase cara, Karol nunca baixou a cabeça para ninguém, e ter alguém comandando seus passos, eu era o inimigo, a primeira vez que acompanhamos ela para a faculdade, ela estava na lanchonete com os amigos e de repente saiu correndo, quando consegui alcança-la puto por ela sair assim, ela  perguntou se eu não queria trocar as fraldas dela também.
- Como assim?
- Tirou da bolsa um absorvente interno e pediu para que eu colocasse. Ele arregala os olhos e cai na gargalhada.
- Ela me tirou do sério desde o primeiro dia, queria sair sozinha discutia comigo o tempo inteiro, logo eu comandante de um batalhão no exército tendo uma pirralha batendo de frente comigo, acho que foi por isso que me apaixonei perdidamente por ela.
- Imagino que sim, ela te deixou louco.
- Sim e continua deixando e eu não mudaria nada.
- Ela vai sair dessa você vai ver.
Assinto.
- Bem, vamos? Falo e ele se coloca de pé prontamente.

Assim que entramos no estacionamento nos deparamos com uma multidão em frente ao hospital e polícia tentando conter o povo.
- O que será que está acontecendo?
- Acho melhor estacionar e entrar com o senhor.
- Ruggero.
- O que?
- Me chame de Ruggero, já basta a Karol dizendo que sou velho.
Ele rir e estaciona o carro, quando vou me aproximando uns jornalistas se aproximam.
- Ruggero, como esta a Karol? pode nos dar uma entrevista, os fans precisam saber o que está acontecendo?
- Desculpem o senhor Pasquarelli ainda não está pronto para dar declarações, se forem pacientes ele vai falar.
Tomazo fala e eu agradeço com o olhar e vou entrando, encontro Jane na recepção.
- Oi Rugge.
- Oi Jane.
- Desculpe por isso, mas foi inevitável só precisamos dar uma declaração assim não teremos problemas com o hospital.
- Tudo bem eu vou fazer isso.
- Preciso te entregar isso. Ela me estende um envelope.
- O que é isso?
- Ela pediu que eu entregasse se as coisas ficassem ruim, eu já entreguei a de Valentina.
- Não...
- Rugge ela me pediu e estou fazendo isso. Pego o envelope e me sento na sala de espera.

Oi meu velhinho rabugento, se está lendo essa carta é porque as coisas não saíram como esperávamos, mas quero dizer que está tudo bem, o que vivi ao seu lado foi o bastante para me fazer a mulher mais feliz do mundo.
Eu te amo Pasquarelli e isso nunca vai mudar, e por te amar tanto quero que seja feliz, não, feliz só não, seja feliz pra caralho, com alguém que te ame também, pois você merece ser amado meu amor, só pelo amor de Deus que não seja a songamonga, ela não é mulher de verdade, enfim quero dizer que estou bem e que você também tem que ficar bem ouviu, um dia nos encontraremos quem sabe, irei te esperar, até que a lua se apague e o sol já não brilhe mais.
Minha alma mesmo morta, estará viva para te amar.

Com amor Karol Sevilla.

Tento secar minhas lágrimas mas é inútil sinto como se meu peito estivesse sendo rasgado ela tem que voltar pra mim, não vou sobreviver sem ela, não vou.

Nem a gente Rugge...

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora