Parte 34

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Seis meses e ainda não acostumei a ter o Roberto entre a gente, ele tem se esforçado, passa horas com Lucas e Helo, contando uma história ou cuidando do jardim, como minha mãe gostava de fazer, ou inventando alguma travessura na cozinha e me pego pensando será mesmo que ele mudou a esse ponto, porque comigo ele nem olhava na minha cara, mas com a minha filha ele é todo bobo, um avô super babão.
Não conversamos mais, eu estou tentando não jogar na cara dele a cada cinco minutos em que estamos juntos que ele arruinou tudo.
Valentina acha que ele mudou por conta do acidente, mesmo ele não lembrando de nada, mas eu tenho minhas dúvidas em relação a tudo, ele ainda está ali mesmo que fique perdido em pensamentos mas está.
Eu o peguei várias vezes preparando seu drink ou tomando café, e deus gostos não mudaram, até as roupas e outro dia deu palpites em um contrato que estava avaliando com Carolina e isso me faz questionar até que ponto sua memória foi perdida, mesmo que Ruggero peça calma e que Valentina implore que dê a ele uma segunda chance, meu coração não confia nele, fora que já observei várias vezes seu olhar questionador para o meu marido. Suspiro saindo de mais uma audiência.
Pois só, me tornei responsável por ele e agora tenho que ir às consultas, e audiências em que ele está sendo acusado mais não pode responder então sobrou para mim, vou la assino uns papéis, respondo as mesmas perguntas, apresento deus exames médicos e vou embora.
Com toda a correria quase esqueço meu aniversário de casamento, aproveitei que Valentina pegou Helô para dormir na mansão e vou direto para o prédio de segurança atrás do meu marido.
- Ei Karolzinha. Agustin estava vendo algo no computador com Lionel e são os primeiros que vejo.
- Esse lugar está cada dia melhor, preciso vim aqui mais vezes purificar minhas pupilas. Agus rir e Lionel engasga.
- Seu marido está em reunião. Ele avisa.
- Ainda bem, já pensou não sairia daqui viva.
- Você não tem jeito Karol.
- Jeito pra que, pau que nasce torto morre torto.
- Chefinha preciso de um pausa ou vou morrer rindo aqui com você. Lionel fala rindo horrores e levanta. Me aproximo da mesa de Agus e me sento ali.
- Quem está com ele?
- Ah uns militares. Fecho a cara.
- Calma aí ferinha, são militares sim, mais querem nossos serviços de segurança para uma família.
- Ele só sai daqui para qualquer missão do exército dentro do caixão.
- Vira essa boca pra lá mulher.
- Eu mesmo faço o serviço, não vou esperar que batam na minha porta.
- Você tem pouca fé no seu homem.
- Eu tenho muita fé nele, não no fuzil dos outros. Ele abana a cabeça.
- Então papai do ano. Ele sorrir todo bobo.
- Sabe estou muito feliz, eu já tinha a Lete como uma filha e meu amor por ela só cresce, temos uma ligação muito bonita, e agora vem um bebezinho para aumentar esse amor.
- Acho lindo seu amor por ela e... A porta se abre e paro de falar quando vejo uma loira alta e magra com o braço enganchado no meu marido e eles estão rindo, Gaston sai também falando com um homem, mas o meu olhar está fuzilando os dois que agora se abraçam.
- Karol. Agustin me chama entao me dou conta que segurei o mouse do computador com tanta força que meus dedos perderam a cor, arranco com força e ele cria vida própria, porque uma hora está na minha mão e na outra voa para o outro lado da sala, assustando os dois quando bate na parede.
- Ah me desculpe, o pobrezinho criou asas e voou, não percebi vocês aí. Dou meu sorriso fingido sem mostrar os dentes e Ruggero esta com os olhos arregalados, me viro para Agus.
- Asas? Ele questiona e levanto a sobrancelha.
- Certo ele tem asas, sempre teve, vive voando por aqui, você tem razão.
- Cole na mesa da próxima vez. Beijo seu rosto e saiu.
- Karol espere. Escuto sua voz e já estou no elevador. Ponho meus óculos escuros  e saiu do prédio, Tomy e Ricardo estranham quando apareço sozinha e nem deixo que abram a porta pra mim.
- Para onde vamos Karol?
- Consegue ir pra Marte? Ele rir.
- Não tenho um foguete.
- Para qualquer lugar longe daqui.
- Ok. Ele responde e sabe que não quero conversar. Abro a porta do carro e ela fecha bruscamente e meu corpo é virado.
- Que porra foi aquela? Ele grita e só encaro furiosa.
- Não vai falar nada, o que você tem na cabeça?
- Vá para o diabo que te carregue, vá se foder lá na casa do caralho porra.
- Hum, boquinha nervosa garotinha vai ter que fazer melhor. Ele abre a porta do carona e segura meu braço me empurrando.
- Solta meu braço Ruggero.
- Quer que te coloque no ombro mimada do caralho. Escuto a risada de Tomy e o olho fuzilando.
- Viu Tom dia patroa ainda faz pirraça, deixa comigo. Ele fala e Tomy se afasta entrando no outro carro com Ricardo.
- Entra na porra do carro. Levanto a sobrancelha e ele faz o mesmo. Ok, entro e fecho a porta ele sorrir satisfeito, eu passo a perna rápido para o outro lado e travo as portas. Ruggero bate no vidro.
- Karol abre essa porra. Rir agora filho da puta, desculpa sogrinha, ligo o carro.
- Karol pare de pirraça e vamos conversar. Olho bem debochada pra ele.
- Garotinha... Levanto o dedo do meio pra ele e piso no acelerador.
Se estou fazendo pirraça, vamos fazer direito.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora