Parte 14

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Durante quatro semanas acompanhei Karol em todas sessões que ela fazia era difícil olhar para ela toda vez que saímos da quimioterapia, Karol ficava tão frágil e tudo que eu desejava era arrancar aquela dor que ela sentia, nunca me senti tão impotente.

Conversei um pouco com Valentina, que estava da mesma forma, se mantinha forte na frente dela mas chorou comigo.
Lina veio até o trabalho com Letícia me ver pois eu não encontrava tempo.
- Rugge você precisa ser forte por ela, estamos todos unidos pela Karol. Foram suas palavras.

Duas batidas na porta e a cabeça de Fernanda aparece no vão.
- Posso? Assinto.
- Algum problema? Questiono quando ela entra.
- Eu que pergunto, qual o seu problema, eu deixei você seguir sua vida quando se casou, e agora você queria se separar então achei que fosse o nosso momento e depois do beijo eu realmente esperei.
- Nunca te dei esperanças de nada, não sei de onde tirou que nós um dia fosse acontecer.
- Mas você me beijou.
- Sim e já me arrependi do ato, nunca deveria ter se quer pensado em me separar da minha mulher.
- Não acredito que está falando isso, ela lá doente e você aqui sem carinho sem amor.
- Quem te disse isso?
Ela está sim doente mais é nos braços dela que eu durmo toda noite, é com o carinho e o amor dela que levanto todas as manhã não preciso de mais nada Fernanda, e essa sua obsessão por mim já passou dos limites a muito tempo ou você acorda ou vou ter que te demitir.
Ela arregala os olhos.
- Nosso convívio aqui é profissional mais nada fui claro?
- Como quiser. Ela então sai batendo a porta.
- É cada uma que me aparece.
Meu celular toca e vejo o nome de Jane piscando.
- Oi Jane.
- Oi Ruggero, não consigo falar com a Karol por isso estou ligando.
- Aconteceu algo?
- Não, é só algumas propostas para entrevistas e uma sessão de fotos.
- Jane estamos para fazer a cirugia não acredito que ela vá querer fazer foto agora, Karol está um pouco debilitada para isso.
- Eu entendo, estão nos procurando por boatos que ela está doente, o que eu respondo.
- Confirme ela está fazendo tratamento e logo estará de volta.
- Ok vou falar com a impresa qualquer coisa me liga.
- Certo. Desligo e vou treinar o grupo novo que chegou.

Hoje ela teria que voltar ao hospital para fazer os exames da cirugia, não estava convencido em deixa-la ir sozinha com Tomazo ela insistiu dizendo que não precisava acompanhá-la, então só adiantei o treinamento e as reuniões que tinha para hoje e fui em seguida para o hospital meu peito estava apertado desde a hora que a deixei em casa, Karol é teimosa sempre foi, só quero que ela faça de uma vez essa cirugia, sei que vamos ter mais dez sessões de quimioterapias e mais trinta de radioterapia é um longo percurso mas vamos passar por eles e ela vai ficar bem, não tocamos mais no assunto bebê, na verdade eu não toquei mais, Karol uma vez ou outra fala, quando tivermos nosso bebê poderíamos ir para o México é um desejo seu, mesmo com tudo aqui ela insisti em ir para Cancun, não sei se é o mar ou a tranquilidade que ela encontrou lá, mas posso sempre pensar, o ruim é ter que ficar viajando, não quero ficar longe dela nem do nosso futuro filho.
Assim que ponho os pés no hospital, sinto um calafrio, chego a recepção e dou o seu nome, a recepcionista fala que ela está no quarto cento e doze e estranho ela veio fazer exames não discuto pego o elevador até o primeiro andar e quando ele chega encontro Tomazo com o telefone no ouvido andando de um lado para o outro na pequena sala de espera.
- Eu estava te ligando.
- O que houve?
- Ela não estava se sentindo bem e desmaiou.
- Ela estava bem hoje quando sair.
- Ela estava bem no caminho pra cá, mas quando desceu ficou tonta eu coloquei ela na cadeira de rodas e trouxe até a doutora, que está examinando ela nesse momento.
- Obrigado.
- Não precisa agradecer, espero que ela fique bem. Assinto e uma enfermeira aparece.
- A senhora Pasquarelli acordou.
Levanto rápido e a sigo até o quarto entro e Karol está entubada e a doutora está falando com ela, mas não posso ouvir sua voz.
- Amor... Chamo desesperado me aproximando dela.
- O que aconteceu, como ela está?
- Vamos precisar fazer a cirurgia o quanto antes, os rins não estão filtrando e os pulmões estão sendo prejudicados, vou acionar a equipe médica não se preocupe vai dar certo...
Ela continua falando mas para quando ouvimos o bip da máquina mesmo com oxigênio Karol está puxando o ar como se estivesse sufocando me desespero e a médica pede para aumentarem a quantidade e chama por Karol mas ela não abre os olhos.
O pânico toma meu corpo e chamando seu nome seguro seu braço.
- Karol... Karol... Amor.... por favor acorde, amor eu estou aqui acorde, vamos Karol por favor minha garotinha abra os olhos.
- Ruggero voce precisa sair. Carmen fala pegando uns aparelhos e dois enfermeiros me seguram e tento me soltar.
A médica grita para que eles me tirem e eles começam a me arrastar para fora do quarto
Grito quando o bip da máquina para em uma linha reta e caiu de joelhos no chão arfando.
- Karollllllllllllll...

Karollllll.

Larguei e me sai 🏃🏽‍♀️🏃🏽‍♀️🏃🏽‍♀️🏃🏽‍♀️ .

Aguenta ❤️.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora