Parte 29

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É claro que eu sabia que algo estava errado, mas era aniversário da minha princesa e não queria estragar o momento e sei que mesmo não admitindo, Karol não está satisfeita com a resposta que eu dei, a minha garotinha é esperta demais.
- O que está acontecendo? Michel pergunta assim que nos encontramos na frente do primeiro comando do batalhão.
- Não tenho ideia. Falo.
- Depois de quase catorze anos eles resolvem aparecer assim do nada. Sebastian resmunga e entramos.
- Fiquem alertas. Gaston chama nossa atenção.
- Não sei de nada, mas já fomos surpreendidos uma vez.
Chegamos até a recepção onde tem dois oficiais, uma mulher e um homem.
- Em que posso ajuda-los? Pergunta e os garotos olham para mim, mesmo não sendo mais o meu batalhão eles ainda me tem como líder.
- Estamos aqui para uma reunião de urgência.
- Sim, preciso do nome e a identidade. Ela pede e pego minha carteira.
- Major Pasquarelli. Escuto meu nome e me viro.
- Celso.
- Pasquarelli? A mulher pergunta.
- Neide são nossos garotos de ouro deixem eles passarem.
- Caralho são vocês mesmo?
- Como veio parar aqui? Mike pergunta, o cara serviu com a gente nas tropas do Afeganistão.
- Longa história, e vocês o que estão fazendo por aqui? Soube que se afastaram.
- Não, nos aposentamos é diferente, e queremos muito descobrir o porque estamos aqui. Lionel reclama.
- Talvez eu possa explicar cavalheiros.
- Coronel Alfredo.
- O negócio aqui está cada vez mais interessante. Sebas comenta. O cara era um dos comandantes da tropa.
- Me sigam. Ele pede e trocamos um olhar decidindo seguir.
Entramos em uma sala cheia de computadores, tem uma mesa e várias cadeiras.
- Queiram sentar.
- Será necessário? Mike pergunta.
- Sim. Nos sentamos.
- Coronel quer por favor nos explicar porque estamos aqui? Peço.
- Por isso. Ele aponta para o computador e um áudio se faz ouvir.

Se alguém está me ouvindo.
Sou o coronel Luis de Carvalho, ex comandante das tropas no Afeganistão, não sei por quanto tempo vão me manter vivo e preciso ser rápido, estava de férias fazendo voluntariado na África e fui capturado por rebeldes, que tinham parcerias com os árabes donos do petróleo, me descobriram e agora sou refém, se alguém pode me ouvir preciso de ajuda, tem um refém nas mãos dele, pelo que entendi se chama Sevilla, mas o homem sofreu um acidente e perdeu a memória, o homem tinha negócios com os árabes mas as transações foram cortadas, não sei por mais quanto tempo ele irá resistir, ou se estaremos vivo, só precisamos de ajuda.

- Que porra é essa? Mike já está de pé.
- Quando foi isso?
- Recebemos esse áudio a duas semanas, conseguimos a localização exata, e com ajuda de um drone temos essas imagens.
Eles jogam várias imagens na tela é o coronel Luis, o nosso comandante o cara quem nós treinou e nos ajudou quando mais precisávamos.
Fico em pé, chegando perto do telão.
- Pode dar um zoom nessa imagem? Peço e eles aumentam.
- Puta que pariu. Escuto Mike resmungar.
- Vocês conhecem esse cara? Respiro fundo, tiro o celular do bolso e faço uma foto da imagem um pouco destorcida e envio para Agustin, em menos de um minuto meu celular toca.
- Que porra é essa?
- Me diz você, enterramos o cara, como é possível que ele estaja vivo?
- Ruggero isso só pode ser uma brincadeira, onde foi isso? Eu vi o corpo.
- Você identificou ele?
- Estava carbonizado, mais o laudo deu compatível com ele.
- Caralho. Grito.
- O cara está preso em algum lugar da África, e tem dedo dos árabes, nosso mentor foi capturado por eles enquanto fazia voluntariado.
- Porraaaa, e agora?
- Não sei, parece um pesadelo.
- Fique calmo, veja o que eles querem e resolvemos quando estivermos juntos.
- Tudo bem. Desligo.
- Vejo que conhece o refém.
- Você é melhor que isso comandante, não me trouxe aqui só pelo coronel. Ele sorrir assentindo.
- Tem razão, você casou com a filha do Sevilla, ele deve muito a justiça, mas pelo estado de saúde do homem parece que a justiça não vai poder cobrar dele.
- O que querem? Gaston pergunta.
- So vocês podem.
- Não. Já respondo.
- É uma operação especial, vocês são os melhores para isso.
- Da última vez que mandaram a gente para uma guerra, foi para nos matar, acha mesmo que vamos cair de novo? Sebas questiona.
- Não acho, só peço que pensem, era o comandante de vocês naquele lugar e precisa ser resgatado.
- Vamos embora. Falo e já vou saindo da sala.
- Ruggero espere. Celso me chama.
- Pense, estou chamando os melhores para essa missão, não tinha ideia que tinham contatado vocês, mas se fizeram é porque acreditam que vocês podem.
- Você vai nessa missão?
- Ele era o meu comandante, tudo que sei devo a ele, não posso deixa-los lá sem tentar.
- Temos outras prioridades agora... Droga eu tenho uma vida agora, mulher uma filha de quatro anos acha mesmo que vou arriscar tudo?
- Desde quando o Major Pasquarelli tem medo de alguma coisa?
- Desde que eu ganhei um pacote cor de rosa, acredite elas tiram fora sentimentos que não existiam. Ele sorrir.
- Bom, foi muito bom ver todos vocês, se mudarem de ideia embarcamos no fim de semana.
Fomos em silêncio até o prédio de segurança.
- Então? Agustin pergunta.
- Querem que a gente se junte a eles para resgata-los. Gaston fala já pegando seu computador.
- Eu pedi para que verifiquem os destroços do avião, como ele escapou, como isso foi acontecer? Ele suspira frustrado.
- Não posso, cara como vou falar para Giulia que vou em missão como?
- Nós ainda não decidimos Michel fique calmo. Peço.
- Não sei como contar para as garotas que ele está vivo?
- Não sei como contar nada disso. Confesso.
- Contar o que? Valentina, Karol e Lina aparecem na porta. Hoje foi o primeiro dia de aula da Helô e do Lucas.
Engulo em seco e troco um olhar com Mike.
- Vocês estão nos assustando o que está acontecendo? Lina pergunta enquanto Karol e Valentina nos observa e sei que elas já entenderam ou ao menos uma parte sim.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora