Parte 13

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- Não gosto dele, tem resposta para tudo. reviro os olhos.
-Talvez porque ele lembre você. Ele rir.
- Está de sacanagem não é?
- Não, acho que foi por isso que me dei super bem com ele.
- Não gostei desse comentário.
- Você está com ciúmes.
Aponto e ele faz bico. Tenho que rir.
- Não que precise saber, mas Tomy tem esposa e uma bonequinha de dois anos.
- Como sabe?
- Eu converso com meus seguranças, não fico com essa cara amarrada.
Aponto a dele.
- No meu tempo você ficava.
- Porque a minha raiva era direcionada a você, Tomy é legal e esteve comigo nos momentos em que eu mais precisei sem dizer uma palavra, estava ali para me fazer companhia então faça um esforço.
- O que eu não faço por você. Sorrio.

- Karol é muito bom vê-la. A doutora Carmen fala assim que entro em seu consultório o doutor Marcelo está com ela e sorrir para mim e cumprimenta Ruggero.
- Bom vamos nos sentar.
- Bom Karol quero que sinta-se a vontade e tire suas dúvidas.
- Quanto tempo eu tenho?
- Karol... Rugge chama mas não olho pra ele.
- Ainda não chegamos aí Karol, você precisa começar o tratamento.
- Se eu não fizer?
- Máximo dois anos. Engulo em seco.
- Ok o que eu tenho que fazer?
- Optamos pela cirugia, vamos fazer de tudo para não tocar no útero, mas você precisa se preparar caso isso aconteça, voce tem que fazer cinco sessões de quimioterapia antes da cirugia e tomar a medicação.
- Os efeitos disso tudo?
O doutor Marcelo começa.
- Cansaço físico por isso é bom que repouse o máximo que puder e pode ter febre, tontura e algumas dores, por isso a medicação para aliviar.
- Tudo bem vamos fazer tudo direitinho certo? Ruggero fala e assinto.
- Ok, vou marcar sua primeira quimioterapia para daqui dois dias, hoje mesmo você começa com a medicação.
- Vamos conseguir e voltará a ser a Karol de antes está bem confie em mim. Ela fala segurando minha mão.

Ao sair do hospital passamos em uma farmácia e pegamos toda a medicação que iria precisar e fomos pra casa.

Dois dias depois de tomar os remédios no horário certinho fiz a minha primeira sessão, Ruggero ficou ao meu lado todo o processo, eu queria chorar a sala só tinha pacientes com câncer e eles sorriam pra mim como se nada estivesse acontecendo.

Cheguei em casa meu corpo tremia e eu soava frio, um cansaço e meu coração estava acelerado.
- Amor o que está sentindo?
- Estou cansada.
Ele me ajuda a deitar e se deita ao meu lado aconchegando meu corpo no seu, meus olhos estavam ardendo, nem sei como adormeci.

Quando acordo já é noite lá fora e me viro para encontrar Ruggero, mas no seu lugar ao meu lado tem uma loira linda que eu amo tanto, ela se espreguiça.
- Acordou dorminhoca. Faço que sim.
- Ótimo agora pode contar que porra está acontecendo e porque sou a última a saber que você estava no hospital?
- Valu é complicado, não queria te preocupar.
- Não queria me preocupar, Karol você é minha irmã, pode não ser de sangue mais é, fizemos uma promessa de sempre cuidar uma da outra.
- Eu sei mais agora você tem o Lucas, tem que se preocupar com ele.
- Quando nos casamos fizemos uma promessa você lembra?
- Sim, não importa o que aconteça sempre estaríamos juntas.
Uma lágrima cai dos meus olhos e ela me abraça.
- Descobri um câncer no colo do útero. Valentina se afasta segurando meus ombros e me encarando incrédula.
- É uma pegadinha isso?
- Eu queria que fosse, fiz a primeira sessão de quimio hoje.
- Você não podia ter escondido isso de mim, estou aqui pra você sempre estive.
- Me perdoa, não queria mesmo te preocupar, não quero que sofra como aconteceu com a mamãe.....
- Não fale isso nem de brincadeira, eu te proíbo de me deixar está ouvindo? Não importa quantas precise fazer se tiver que enfrentar cirurgias vamos fazer tudo, e você vai sair dessa entendeu?
Faço que sim e não consigo segurar as lágrimas e Valentina está do mesmo jeito.

Mais quatro sessões uma em cada semana, Valentina e Ruggero estavam comigo em cada sessão.
Precisei voltar ao hospital para fazer os exames de controle, Ruggero tinha um treinamento e falei para não desmarcar afinal só iria fazer alguns exames poderia ir com Tomy tranquilamente, ele não ficou muito convencido e disse que me encontrava lá.

Naquele dia em especial não me sentia muito bem, tinha algo diferente em meu corpo que não parava de tremer, e meus músculos estavam lentos demais, assim que desço do carro senti uma tontura e se não fosse Tomazo que estava segurando a porta para mim tinha caído alí mesmo.
- Karol, desculpe perguntar mas o que você tem? Ele pergunta e seu tom é preocupado e o olho no mesmo instante.
- Você sempre pergunta como estou, hoje é minha vez e como seu destino está bem recorrente algo sério está acontecendo.
- Estou tratando um câncer.
Era difícil para mim ter que repetir toda vez principalmente para pessoas que eu amava.
- Câncer? Faço que sim.
- Pode me ajudar a chegar no consultório?
- Sim é claro. Ele faz sinal para o outro segurança ir estacionar e passa o braço em volta da minha cintura me ajudando a caminhar, mas minhas pernas fraquejam e perde a força, Tomy me pega no colo e não vejo com quem falou só sei que logo depois estou sentada em uma cadeira de rodas sendo empurrada por ele.
Meu peito está queimando e respiro devagar, buscando oxigênio.
- Karol... Tomy me chama mais minha visão está escurecendo.

Quando acordo estou com uma máscara no rosto e Carmen está controlando meus batimentos.
- Karol, você está no hospital, lembra?
Faço que sim.
- Fizemos alguns exames e vamos ter que adiantar a cirugia.
- Amor... Ruggero entra desesperado e segura minha mão.
- O que aconteceu, como ela está?
- Vamos precisar fazer a cirurgia o quanto antes, os rins não estão filtrando e os pulmões estão sendo prejudicados ela....
Ela continua falando mais não consigo ouvir, mesmo com oxigênio meu peito se aperta e não consigo respirar, a única coisa que escuto antes de apagar é os gritos de Ruggero e o bip da máquina.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora