Parte 24

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Duas semanas depois.

Acordo com o choro da nossa pequena na babá eletrônica, mas antes mesmo que eu possa levantar para não acordar Karol, que passou a noite em claro com ela, o choro diminui e escuto o som da música de ninar tocando, olho a hora são seis em ponto ela está com fome, abro a gaveta do criado mudo e pego minha arma saiu sem fazer barulho a porta está entreaberta e quando empurro...
- Bom dia chefe. Tomazo fala sorrindo com minha arma apontada pra ele.
- Puta que pariu... Solto.
- Shiu palavra errada na frente dela sabia? Espere até ela ter a idade da minha repete tudo.
- Tomy eu quase estouro sua cabeça. Respiro fundo colocando a arma na cômoda.
- Eu sei, acha que não estou me cagando aqui. Começo a rir.
- O que faz aqui? Ele franze o cenho.
- Meu trabalho, de olho nas duas.
- Tomazo você voltou em casa? Pergunto e ele faz que não.
- Quando foi a última vez que esteve em casa? Ele fica em silêncio, olha para Helô no berço.
- Quando você viu sua filha a última vez?
- Ah duas semanas, eu.... Seus ombros caem e Helô volta a chorar.
- Vou preparar a mamadeira, pegue ela um segundo.
Ele pega Helô no colo que se cala rapidinho, olho para a pequena bebê e estreito os olhos.
- Elas são bem espertinhas.
- Estou vendo.
- Tom tem que voltar pra casa, dormir está com sua mulher e filha elas sentem sua falta.
- Não consigo dormir, parece que a qualquer momento vão entrar e levar elas duas e não vou me perdoar por isso. Ponho a mão em seu ombro.
- Você acha que eu não sinto o mesmo, eu perco o chão toda vez que Karol abre os olhos ao meu lado, mas não posso controlar tudo, coisas ruins vão acontecer e tenho que está pronto para enfrentar, sua mulher deve odiar a gente.
- Não ela está vindo me ver sempre mas não consigo ir pra casa.
- Eu estou aqui com elas, quero que tente ok, vá pra casa durma um pouco e fique com sua família elas são seu bem mais precioso.
- Eu não sei o que faria se algo acontecesse a elas, não sei como você consegue... Termino a mamadeira e pego Helô no colo.
- Não posso dizer que me acostumei, porque toda vez que algo acontece eu perco o sentido, mas anos de treinamento me fizeram ter o sangue frio no momento para pensar. Ele assente.
- Mas não precisa passar por um campo de batalha de verdade para isso, a vida real é cruel e você tem que está pronto.
- Como? Eu me pergunto como deixei ela sozinha no carro e não me atentei para o perigo.
- Tom, o perigo existe em qualquer lugar, você não prevê, fora que existiam seguranças muito bem treinados como você quando deixou ela no carro, fomos pegos de surpresa, Fernanda sabia o que estava fazendo, ela sabia como funcionava nossa segurança, nosso esquema, já tinha tudo programado e estava esperando o momento certo e não culpo você, conheço a minha mulher, se não tivesse acompanhado ela teria saído sozinha, não seria a primeira vez.
- Fico imaginando, como era com você...
- Não imagine, não chega nem perto, o furacão que eu tenho no quarto desconhece a palavra ordem, ela sempre odiou ser comandada. Heloísa termina a mamadeira e já está sonolenta, ergo minha princesa dando pequenas batidinhas em suas costas.
- Acho que você pegou o jeito.
- É claro que peguei, monto e desmonto qualquer tipo de arma, achou mesmo que não pegaria o jeito.
Na mesma hora ela resmunga no meu colo e sentimos. Tomazo desata a rir com a carreta que eu faço.
- Vai lá chefe, quero ver você montar e desmontar fralda.
- Porra princesinha assim você quebra o papai. Tomazo continua rindo e levanto o dedo do meio pra ele.
- Vá pra casa, isso é uma ordem.
- Sim senhor.
- Agora. Ele assente sorrindo.
- Pronto já mandei um pra casa, agora vamos a nós dois pequena guerreira, deixa o papai dar uma olhada nessa tua fralda, o negócio aí foi feio hein?
Nem todas as bombas e armas se comparam a isso querida mais o papai continua te amando acima de tudo isso, é só me concentrar e prender a respiração né, dar tudo certo. Ela sorrir como se entendesse o que estou falando.
Termino de trocar minha pequena, pego sua cobertinha e volto para a sala, sentando na cadeira de balanço, deito Helô no meu peito e a canção de ninar que cantava para Lete dormir me vem em mente, canto baixinho, balançando devagar a cadeira e aos poucos ela adormece, contorno seu rostinho, as bochechas rosadas e o nariz arrebitado da mãe, ela é uma perfeição, estou encanto filha.
Papai te ama e não tem nem noção do quanto, eu sempre sonhei em ter você, e vou te proteger com a minha vida se for preciso.
Levanto a cabeça e meu olhar encontra com o da minha garotinha e mesmo com aspecto cansado das noites mal dormidas é a mulher mais linda que eu já vi, sorrio para ela e levanto devagar para levar nossa princesinha de volta aos seus aposentos.

Entrelinhas - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora