O que tinha sido roubado, foi restaurado; O que havia sido retirado dos monstros, voltou para eles novamente.
Eleven nunca foi do lado bom do tabuleiro.
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Eu sabia que a coisa que eu iria fazer naquele momento era extremamente errada, mas não me importava, eu faço as minhas regras. Os poderes eram meus e a garrafa em meio ao tabuleiro apontava para o nome 'Max Mayfield'. Não sei o motivo, mas eu queria muito saber o que ela estava fazendo naquele momento, e espionar a mesma me parecia uma boa opção.
Max e eu não éramos muito próximas, mas desde que ela terminou com o Lucas passamos a conversar mais, principalmente o Will, percebi que os dois não eram tão chatos como eu pensei que fosse. No fundo eu já sabia, só não gostava da Max por causa do Mike e um ciúme doentio que eu insistia em ter, mas agora eu não sinto essa posseção que antes tinha. Agora, o Mike era só o meu namorado e os seus beijos não me satisfaziam mais, eram só beijos e transas vazias. Assim como o meu sentimento por ele. Vazio.
Sempre fui a garota boazinha, e algo em Max despertava o pior em mim. Talvez o seu jeito largado e sexy, ou a maneira como ela falava, ou os seus cabelos ruivos, tão vermelhos quanto o fogo que passa por o meu corpo quando eu a vejo. Não sei, mas ela consegue corromper o meu espírito bonzinho.
— Ninguém precisa saber que eu espionei ela se eu não contar.
Mordi o meu lábio com os dentes como uma forma de aliviar o nervosismo, e respirei fundo. Sim, eu irei fazer isso, mas não sei porque estou tão nervosa, já fiz isso antes à única diferença é que quem eu espionei não foi a ruiva que mechia com os meus nervos.
Estiquei meu braço direito depositando meus poderes na porta do outro lado do quarto que fechou com um baque, não queria que o Hopper e Joyce vissem o que eu estava fazendo. Ou eu não queria ver o que eles estavam fazendo. Liguei o meu rádio amarelo em um canal vazio e amarrei a faixa com a bandeira dos EUA bem estampada no tecido em meu rosto.
Fechei meus olhos e logo me vi em um local escuro e frio, a água no chão respingava a cada passo que eu dava e um pequeno ruido que ecoava por minha mente era ouvido de longe. Não identifiquei a origem do som, ate me aproximar e perceber que a zuada era de uma cama batendo contra a parede rangendo os pés do estofado. Gelei.
Aquela visão era estranha para mim. E por mais que eu não entendesse muito bem o que tava acontecendo senti um pequeno formigamento em minha parte intima que logo se espalhou por todo meu corpo.
Max estava com os cabelos ruivos amarrados em um coque despojado. Vestia uma roupa estranha, um sutiã de renda vermelha transparente que deixava aparente o bico do seu peito e a calcinha da mesma coloração, ver ela assim me deixou louca. Na mão direita tinha um chicote e na outra segurava com firmeza o cabelo castanho da garota que estava de quatro de frente para ela arfando, enquanto sussurava algo em seu ouvido.
Ela virou seus belos olhos azuis pelo quarto e os pousou no local exato que eu estava. Gelei mais ainda. Ela olhou o espaço onde eu me encontrava como se soubesse da minha presença, e logo em seguida abriu um sorriso maldoso e sacana no canto dos lábios, antes de voltar sua atenção para a garota que tinha as mãos presas na cabeceira da cama de quatro com a cabeça entre os braços algemados e o corpo todo empinado para ela, a mesma bateu com o chicote que tinha em mãos na bunda da morena arrancando um gemido seu. Eu me assustei com o grito que ela deu. Pensei em ajudar a garota, pensei que ela não estava gostando daquilo, mas eu logo me repreendi ao ver o sorriso depravado que ela deu depois.
Ela gostava, mas também gritava. Eram gritos felizes, iguais os que um dia eu ouvi Will e Max falando sobre no canto de uma parede cochichando longe de todos. Eu não vou mentir, nunca entendi muito bem de sexo já que quando eu fazia era algo sem graça. Mike apenas penetrava em mim e satisfazia os seus desejos, já os meus eram colocados de escanteio, nunca conseguiu me satisfazer, ate a quina da mesa do meu quarto me dava mais prazer quando sem querer eu encostava minha parte íntima nela.
Outro tapa foi desferido na morena que dessa vez, gemeu mais alto ainda.
— Você está gostando? - Max indagou voltando a pousar seus olhos no espaço que eu tomava. Ela sabia que eu estava ali, mas como isso seria possível? Não. Ela não sabia, eu apenas estou ficando louca, talvez o formigamento entre as minhas pernas esteja afetando a minha visão, ou algo assim. A morena que estava com ela confirmou com a cabeça sem conseguir deixar nada sair pela sua boca à não ser gemidos. Max encheu sua mão com um punhado dos cabelos castanhos da menina, e os puxou para trás com força fazendo com que a garota encarasse os olhos azuis e intensos da ruiva — Eu fiz uma pergunta.
Falou entre dentes, ouvi um gemido escapar da menina novamente com a proximação.
— S-sim senhora - soltou quase como um sussuro, sem ar e ofegante.
— Eu creio que você também esteja - se virou para mim. Arregalei os olhos e dei alguns passos para trás, ela continuava me olhando, em choque e sem saber o que fazer eu corri como nunca antes.
Senti minha mente saindo do meu subconsciente e voltando novamente para a consciência, retirei a bandana que estava em volta dos meus olhos, eu estava ofegante como se tivesse corrido 100km em um minuto, o suor descia pela minha testa e o cheiro de ferro tomou conta da minha boca ao perceber o sangue escorrendo pelo meu nariz.
As imagens de Max batendo na garota ainda eram frescas na minha mente.
Como isso aconteceu? Por que eu fui espionar ela? Como ela soube que eu estava ali? Max é lésbica?
Não sei. Não sei. Não sei de nada, só sei que eu acabei de ver Max Mayfield aplicando castigos em uma garota que eu não faço a mínima ideia de quem fosse. E pior, eu gostei.
