Minha gata, minha sina do meu condomínio

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 Se eu criasse um grupo no Wathassap vocês entrariam?               

                 JANE HOPPER
                      Good girl
                             ❥

O meu destino sempre esteve traçado em uma linha bem tênue: morte, dor, angústia. Mas sempre surgem atalhos para desviar aqueles dos seus caminhos trágicos e tortuosos, atalhos tão perigosos quanto a própria estrada, que resultam em armadilhas, armadilhas do amor. Eu caí numa dessas, elas são tão imprevisíveis e confortáveis que por momentos esquecemos do mundo lá fora. Mas assim como o sol puxa os planetas, e a gravidade puxa todos eles, o meu destino também me puxa; não há como fugir do que já foi predestinado.

Amar alguém e perdê-la é como água benta em demônios, uma estaca no coração de um vampiro e uma arma na cabeça de um humano. Dói. O fogo da paixão incendeia e destrói tudo ao seu redor. Se alastra. Arde. Queima.

Eu posso estar errada, mas sinto que ninguém vai sair ileso dessa vez.

Estávamos nesse momento, deitadas na cama do Laboratório. Ela dormiu comigo, abraçada ao meu corpo. Eu já estava acordada há um tempo, pois nem sequer conseguia dormir direito com aquela coisa dentro de mim, apenas uma coisa me fez cochilar por alguns segundos: seu abraço. Quando ela me abraça, é como se fosse o encontro do Sol e da Lua em um eclipse total, duas metades opostas que se completam. Assim como os gregos diziam, sobre o mito da alma gêmea, que fomos criados originalmente com quatro braços, quatro pernas e duas cabeças com duas faces. Mas Zeus, temendo o poder desses seres que eram tão completos, dividiu-os em dois seres separados condenando-os a gastar sua vida em busca de sua outra metade.

Acho que eu encontrei minha metade.

Não foi difícil de achar, creio que nossas almas renunciavam tanto pela outra metade, que mesmo em meio a tudo isso: devorador de mentes, mundo invertido, demogorgon e seres macabros, nos encontramos. Ah como nós encontramos. Um encontro de almas.

Percorri uma trilha calma com meus dedos pelo seu busto, ela dormia tão calmamente que nem percebia os meus movimentos. Posicionei meus braços no espaço ao lado do colchão e sai do apoio do seu peito, facilitando minha vista para o seu rosto belo. Apoiei a cabeça na minha mão e dei um sorrisinho bobo, recordando-me dos nossos momentos na praia.

Senti um flash branco e evasivo atravessar do outro lado da sala, virei-me ligeiramente, deixando todo apoio que antes me sustentava com dificuldade para vê quem havia capturado aquele momento.

— E-eu, eu quero ter vocês duas focadas na minha câmera para sempre, para que nunca lhes perca de vista - Pansy afirmou e Hermione, do outro lado do cômodo balançou a cabeça confirmando.

Elas estavam, lado a lado, Pansy com o dispositivo fotográfico em mãos, esperando que a revelação da foto ficasse pronta e Hermione com um livro de aspecto envelhecido.

— O que vocês estão fazendo aqui?

O tom que eu fiz aquela pergunta pode ter soada meio arrogante, mas é que eu estava realmente impressionada por terem contado a elas sobre o mundo invertido.

— Bom viemos visitá-la! Precisa de todo o nosso apoio nesse momento - Hermione ponderou como se fosse óbvio.

— Eu não acreditei de primeira, pois é algo quase impossível, mas agora vendo isso não tem como não acreditar. Pansy completou.

Eu franzi as sobrancelhas, em receio e preocupação.

— Contaram para vocês?

— Claro que sim - pansy retirou a foto que saía devagar pelo encaixe da câmera e começou a soprá-la para que a tinta secasse logo

darkness and shadows (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora