Minha Vênus, minha deusa, quero seu fascínio

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Lembrando aqui que estamos na reta final da fanfic.

                  JANE HOPPER
                      good girl
                             ❥

A minha vida inteira eu sempre tive que aguentar o fardo das pessoas em minhas mãos. Eu sempre me arrisquei perder entes que eu amo, para não perder o mundo, que de uma maneira inconsciente é responsabilidade minha. Nunca jogaram isso na minha cara, pois foi sempre  muito óbvio, eu podia me perder de mim, mas não poderia perder o mundo; eu já estou amaldiçoada, mas por um momento, eu acabei se esquecendo disso, suponho que é por isso que essa "gravidez" me afetou tanto, eu já havia me esquecido a sensação de ser a grande salvadora.

Um helicóptero do governo foi enviado para que nos buscasse, durante todo o trajeto não trocamos nem sequer uma palavra. Eu estava com tanta raiva, e ela sabia que qualquer coisa que saísse da sua boca me irritaria mais.

Eu estava com ódio, tanto ódio. Desde que eu nasci fui submetida a essa situação, uma maquina mortífera pronta para destruir os inimigos do governo e um ser maligno que criou uma obsessão maquiavélica por mim. Sempre perdi tudo aquilo que eu mais amava, por isso, nunca me acostumei com a estabilidade, eu sabia que ela poderia desmoronar a qualquer momento; mas, dessa vez, eu estava tão confortável que nem cogitei em nenhum dos meus momentos com a Max que o devorador de mentes estaria trabalhando em um novo plano para me destruir.

Eu estou tão cansada da Eleven, de ser a Eleven. Gostaria de ser, apenas Jane, Jane Hopper. Filha do xerife, aluna exemplar, amigos um tanto suspeitos e namorada da Max, minha Max. Mas eu sempre soube da minha verdadeira identidade, por mais que eu minta para mim mesma, continuo sendo a cobaia número 11 do laboratório de Hawkins, feita especialmente para vencer os russos na guerra fria, uma arma.

Eu posso sair da Eleven, mas a Eleven não sai de mim. Ela está cravada bem na minha pele, para que eu lembre  todos os dias de onde eu vim.

Segurei no apoio do acento do helicóptero, para que ele não me afetasse enquanto sentisse a pressão do mesmo pousando no chão. Observei a figura de três pessoas em pé, longe da linha vermelha de pouso. Joyce, Will e Hopper carregavam uma expressão preocupada, o que não era para menos.

Descemos do automóvel e seguimos ao trio de pessoas, que logo vieram em minha direção. Cada um deles me deram abraços que poderiam ser incríveis, caso eu não estivesse gestando o demônio.

— Eu estava tão preocupado, querida.

Afirmou Hopper, eu sorri sem graça e voltei a abraçá-lo.

— Sem necessidade! Eu estou bem.

— Não, não está - ponderou Max — Ela está vomitando, e tem vários indícios-

A interrompi, eu já estava farta de tudo isso.

— Dá para você calar a boca, Max! Você não vê que só está piorando tudo. Eu já falei que estou bem, porque insistir em tudo isso?

Me arrependi no mesmo momento de minhas palavras, ao vê sua expressão tristonha e arrependida.

— D-desculpa, eu não queria piorar tudo.

Ela abaixou a cabeça, passando as mechas dos seus cabelos para detrás da orelha, em uma ação totalmente nervosa.

— Eu-

Tentei chamá-la, mas no mesmo momento senti algo rasgando a minha pele por dentro, como se fosse garras, o que me fez cair no chão em desespero com a sensação de unhas cravadas em meu útero. Gritei alto, e enlacei meus braços nas minhas pernas, na intenção de conter a dor. Ela correu até mim, tentando entender o porquê daquilo, enquanto eu apertava sua mão com força. Quatro dos militares altamente armados que nos escoltaram ate Hawkins vieram em minha direção, pondo-me em uma espécie de maca improvisada.

darkness and shadows (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora