Passa na minha calçada

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MARATONA 9/9

                    MAX MAYFIELD
                          Bad girl
                                ❥     

A segunda-feira havia chegado, e com ela, toda sua preguiça e indisposição para qualquer atividade acadêmica. Eu, com certeza, estaria mais desanimada se não fosse pela companhia de Pansy, Will e Eleven do caminho até a escola. Nós vínhamos conversando, sobre o sábado, e Will ressaltava como foi suas reviradas de olhos neste final de semana.

— E aí, depois que eu acompanhei a Max e a EL até a casa da curupira, eu pensei - pôs a mão no queixo como se refletisse
— Essa noite acabou para elas, não para mim, eu ainda posso me divertir. Então, voltei para a festa e...

— Em qual você aposta? - indaguei para Pansy que começou a pensar.

— Suponho que o Tom - estendeu a mão para mim, na intenção de fecharmos a aposta.

— Eu aposto que o Marcus - segurei sua mão, confirmando o combinado — Você me deve 10 reais se perder.

— Sério que vocês fazem aposta disso? - questionou Eleven que estava surpresa, enquanto Will só observava, ele já estava acostumado.

— Essa é a melhor parte de ter um prostituto, como amigo - pansy deu de ombros e indicou a cabeça para Will.

— E aí, quando eu cheguei lá na festa um cara me ofereceu uma bebida. Eu aceitei, e eu já iria pagar a conta, mas ele falou que pagaria por mim, caso eu lhe recompensasse de outra forma - deu pulinhos extasiados — Eu, claramente, poderia pagar minha conta, mas como ele disse que eu poderia pagá-lo de outra forma...

Lançou para nós, o olhar mais malicioso presente naquele rostinho de anjo.

— FALA LOGO!!

— Affer calma - ergueu os braços, como se rendesse — O nome do cara começa
com MAR e termina com CUS.

— O cus do mar - eleven falou para si mesma, como se refletisse sobre aquilo.

— EU VENCI - estiquei a minha mão até Pansy que me entregou contra sua vontade, os $10.

Ao chegarmos na escola, um grupo de garotos do time estavam encostados nos armários, entre eles, Marcus. Não resisti, infelizmente, me virei para Pansy que havia entendido tudo, antes que eu falasse. Comecei a bater palmas, chamando grande atenção e quando estabeleci um ritmo Pansy começou.

— ELE DIZ QUE É BAD BOY - berrou batendo no metal dos armários enquanto passávamos até nossa sala. Todos olhavam para gente, sorrindo da nossa iniciativa e do outro lado do corredor Marcus já estava tão vermelho quanto meus cabelos, já havia entendido que era para ele.

— MAS ESSA POSE NÃO ENGANAAAAA - olhei para a marra que o garoto fingia que tinha. 

— NA PARADA GAY SEU NOME É RAISSA RAIANA - pansy gargalhou, enquanto cantava.

— NÃO ME ENGANA, NÃO ENGANA COM ESSA POSE DE BACANA.

O garoto havia se retirado, e agora eu ria de Will que começou a bater com um livro em Pansy, eu aproveitando meu tempo para não apanhar, sai como uma louca ate a sala. Quando cheguei na classe, todos já estavam presentes, o professor me olhou com ódio, esperando uma explicação.

— Você está atrasada Senhorita Maxine - disse ríspido. Eu passei minha mão, sobre minha testa para limpar o suor e me virei para ele com um sorriso. Quando ia abrindo minha boca para falar, Will, Pansy e Eleven entraram na sala se auto empurrando e me empurrando junto, quase cai, mas segurei na mesa e me virei para ele como se estivesse tudo bem, mesmo sentido o impacto das costas de Pansy nas minhas.

— Sabe professor, uma vez, Albert Einstein falou: o tempo é relativo - Eleven tomou a frente e começou a gesticular com as mãos, como se estivesse em um debate
— E como o tempo é relativo, talvez, não estejamos atrasadas, vai ver vocês que estão muito adiantados.

Ele a olhou com desconfiança e cedeu que todos sentassem. Eu sorri para eleven e quando passei por ela só pude sussurrar em seu ouvido:

— Lady Jane, o mundo vai ser seu e eu também.

Lhe dei uma mordidinha no lóbulo que a fez lançar-me um olhar excitante. Sorri.

                             ❥

Estávamos no recreio, curtindo o sol que fazia às 10 am, quando um aluno do primeiro ano nos interrompeu, ele falava repetidamente que alguém chamava Eleven no pátio. Eu a olhei receosa, ela se levantou do banco que se encontrava, e saiu com o garoto, curiosa como sou logo fui atrás. Quando cheguei lá, meu coração gelou quase parou por alguns segundos antes de se romper.

E foi ali que eu percebi, o mais terrível não é termos nosso coração partido, (pois corações foram feitos para serem partidos), mas sim transformar nossos corações em pedra.

Mike estava ajoelhado, com um grande buquê de flores em mãos e uma caixa de chocolate na outra, recitava algo para ela, como se fosse um poema. Todos em volta, gritavam rápido e intensamente "aceita" ou "reata com ele", me virei para ela esperando que ela negasse, mas ela pensava seriamente sobre aquilo, enquanto ouvia as multidões de professores e alunos gritarem. Não sabia decifrar seus pensamentos, nem sua linguagem corporal, era indecifrável, como se não fosse ela, ou eu que estou muito nervosa para tentar desvendar.

Os gritos se intensificaram, e ela rapidamente pegou o buquê. Ele se levantou, devolveu-lhe a aliança que antes usavam e depositou um selinho em sua boca.

Eu vi cada centímetro de mim, revirar, esse sentimento varria por todo o meu corpo o desorganizando por inteiro. Senti a comida de hoje mais cedo voltar, e os meus olhos lacrimejarem, soltei um sorrisinho sarcástico e fui embora.

Sai dali com as minhas expectativas e coração destruídos por uma máquina de demolição chamada: Jane Hopper.

darkness and shadows (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora