Não me mostre o paraíso

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MARATONA 6/9
Gente, eu tô implorando, coloquem essa música enquanto ler. Vocês vão sentir a vibe maravilhosa.

                  MAX MAYFIELD
                         Bad girl
                               ❥

Assim que eu acordei e me dirigir a cozinha, vi apenas o flash de Eleven correndo como uma maluca até a porta. Não pude nem chamá-la, pois, ela correu tanto que por mais que eu tentasse alcançá-la não conseguiria. Deixei-a ir.

Passei a tarde inteira lendo Shakespeare, e os seus romances extraordinários. Já estava no fim de Romeu & Julieta, quando ouvi alguém bater na porta, fui até lá e ao abrir a vi, ela parecia mais calma e relaxada, a eleven normal, ou que pelo menos eu pensava que era. Usava uma calça de jeans claro e uma camiseta azul, não me olhava mais nos olhos como ontem e nem tinha aquele sorriso maluco, pouco sóbrio nos lábios. Queria que ela começasse a ser ela mesma comigo.

— Nós podemos conversar? - perguntou, eu confirmei.

— Será que podemos ir para outro lugar? Meus pais estão em casa, não é o melhor lugar.

Ela balançou a cabeça, eu fechei a porta atrás de mim e seguimos pela rua ainda molhada pela chuva, o tempo estava frio e gostoso. Seguimos caladas ate a sorveteira perto da minha casa, ao chegarmos no local, ela pediu um sorvete de chocolate e eu de morango.

— E então...?

— Eu não sei como falar isso, mas... Eu quero te agradecer, nem sei o que poderia ter acontecido comigo se não fosse por você. Me salvou, e cuidou de mim.

— Eu faria isso todos os dias, pelo resto da minha vida se fosse possível.

— E-eu não sei o que dizer...

— Não precisa falar, só a sua companhia me diz tudo.

Ela sorriu, abaixou os olhos e tomou um pouco do seu sorvete.

— Quer trocar? - propôs me estendendo o sorvete.

— Sim! - gargalhei e lhe entreguei o meu, ela o experimentou e fez uma expressão engraçada — Olha aqui está melado.

Ela passou a mão no nariz, e eu sorri, na verdade, não tinha nada ali.

— Aqui ó - melei meu dedo em seu sorvete e passei em seu nariz, deixando um resquício de doce nela, ela gargalhou e melou o seu dedo também, passou em toda a minha bochecha o espalhando pôr o meu rosto. — Aaaaa para!!

Tentei me afastar, mas ela continuou me melando, peguei o seu sorvete e o joguei na sua cara, por inteiro, ela me olhou surpresa e começou a gargalhar e eu mais ainda. Percebi que a moça da sorveteria nos olhava com um ar apaixonado, me virei para o lado e a vi sorrindo ao vê a água caindo do céu, chovia novamente.

Se levantou da cadeira e me puxou pelo braço, depois de uma certa insistência cedi a ela e a segui em direção à chuva afora que banhava toda a rua, trovões estremeceram os céus e os raios cortavam toda a extensão dele. Ao ser puxada para a calçada e sentir a água entrar em contato com minha pele, um choque térmico me acolheu, já estava completamente encharcada e meus cabelos ruivos, antes bem arrumados já se embaralhavam com o vento forte que deu repentinamente. Fechei meus olhos e ergui minhas mãos para o ar, podia ouvir o som do líquido bater contra a calçada, os raios eletrizantes trovejarem e a Eleven ao meu lado rodopiando pela água.

Abri meus olhos e a observei pular pelo chão, com os braços erguidos para o céu, os olhos fechados e um sorriso em sua boca, sentindo a água gelada descer pelo seu rosto, seu belo rosto.

Ela abriu os olhos, e se virou para mim, ainda sorrindo veio em minha direção e me puxou para o seu lado, entrelaçou nossas mãos e começou a pular pela água que respingava para todo lado com cada movimento nosso. Soltei um dos seus braços e à trousse rodopiando até mim, a puxei pela cintura e juntei seu corpo contra o meu. Olhei a garota a minha frente com atenção, é como se o mundo desabasse ao nosso lado, mas apenas ela me mantesse em pé com aquele seu sorriso, que só ela sabia dá.

Olhei a água escorrer pelo seu rosto e ela fechar as pálpebras para sentir tudo, virou seu pescoço para trás, se mantendo em pé só pela minha mão que a segurava, fui descendo meus lábios lentamente pelo seu pescoço, distribuindo beijos até chegar em sua boca, ela abriu os olhos ao sentir, minha aproximação, passou seus braços em volta dos meus ombros e eu encaixe minha mão em seus cabelos, olhei em seus olhos, ah! Aqueles olhos, tão castanhos e escuros quanto a noite e brilhantes iguis as estrelas.

Seu brilho me lembrava as estrelas.

Me aproximei devagar, dando-lhe a última chance de se distanciar caso não quisesse, mas ela não o fez. Encostei nossos lábios, e no mesmo instante senti o seu hálito do sorvete de morango.
Passei minha língua pela sua boca explorando cada centímetro que eu pudesse da mesma, seu beijo quente me aqueceu. Me aqueceu por inteira, como se ela fosse minha fogueira em uma noite fria de inverno, me aquecendo e me embalando em si. Não, era algo malicioso, era singelo, quase como uma despedida. Tinha sentimentos, e parece que todas as minhas dúvidas em relação a nós se desembaralhou com aquilo, com aquele toque, o seu toque. A nuvem de fumaça em volta de nós, havia sumido e agora eu podia ver claramente; aquele pedaço de mim, aquele que foi retirado no dia da morte de billy havia sido preenchido, eu estava completa.

Eu nunca me senti tão bem ao lado de alguém.

Separei nossas bocas devagar, e deixei um último selinho em seus lábios quentes. Encostei nossas testas e só podia sorrir, assim como ela que cantava a melodia de uma canção. Coloquei minhas mãos em sua cintura, segurando ela de forma firme, puxando-a para mais perto de si, sobrando pouco espaço entre nós, Lady jane colocou suas mãos no meu ombro, enquanto a outra se entrelaçava com a minha mão estendida. Prontas para nos movimentar, ela encostou sua cabeça sobre o meu peito e começamos a dançar, dançar sem ritmo e sem canção, mas essa era a nossa dança e eu a guiaria pôr o resto da minha vida.

Adm tá apaixonada galerinha😼

darkness and shadows (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora