Seu olhar me apavora

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2/9 MARATONA

                     JANE HOPPER
                           Good girl
                                ❥

Eu já estava perfeitamente arrumada para a comemoração que haveria hoje, um vestido de malha preto com mangas longas de cetim e um decote ombro a ombro revestia o meu corpo. Tinha um leve maquiagem em meus olhos e um gloss cintilante em meus lábios rosados, dei uma leve bagunçada no meu cabelo para ficar com um aspecto rebelde e peguei minha bolsinha de lado para seguir até o clube evans.

Ouvi um resmungo do Hopper, ao uma voz masculina soar na frente da casa chamando pelo meu nome. Eu logo a identifique, era o Mike.

— O que você quer Wheller? - meu pai perguntou, com a voz embargada de tanta raiva. Ele realmente não gostava do Mike.

De repente, um sentimento de indecisão surgiu em mim, será que o Hopper aceitaria um namoro meu com outra garota? Afastei esses pensamentos para longe e voltei a arrumar meu cabelo, já aguardava e entrada dele.

Quando a porta rangeu e eu avistei a figura de um garoto com os cabelos lisos caídos na testa, uma calça estilo moletom e uma blusa de frio no corpo, revirei meus olhos de uma forma que ele não percebesse.

— O que você quer? - perguntei indiferente.

— Como assim o que eu quero? - se aproximou, observando a roupa que eu usava com aquele olhar julgador, me virei para ele e encaixei a correntinha da minha bolsa em meu braço, pronta para sair.

— Para onde você vai assim? - Apontou para o meu vestido curto, que apertava minha cintura e dava a impressão de uma bunda maior.

— Não te interessa.

Passei por ele, mas o mesmo agarrou o meu braço me fazendo voltar para ficar frente a frente com o seu rosto, me agarrava com força.

— Como assim não me interessa? Eu sou o seu namorado.

— É, meu namorado, não meu pai.

Tentei me desvencilhar de suas mãos, mas ele me segurou mais forte, agora com uma expressão indignada.

— Pensei que iríamos ficar juntos hoje - falou um pouco baixo — Sabe, a gente iria...

— Transar? - indaguei — Nós não iriamos transar, mas você sim, até porquê só suas necessidades importam.

— Mas o que está havendo com você? - sussurrou ríspido, e olhou pelo espelho o panfleto da festa de hoje em cima da minha cama — Não me diga que você vai para a festa desses idiotas. Essa não é você, el! Desde quando sai? Nós nunca saímos, somos o casal estranho que...

— Não mike - praticamente gritei — Você que é um babaca, você é que não sai e me impede de fazer isso. O que iriamos fazer, hm? Ler gibis, te ouvir falar o quanto odeia o seu pai e depois penetrar em mim?

Falei a última frase um pouco mais baixo.

— Eu passei anos da minha trancada em um laboratório, como um rato de experimentos e agora, que eu posso fazer o que eu quero, cai em outra prisão. Eu não vou ficar aqui, ouvindo sua voz ridícula, olhando para sua cara ridícula, e vivendo um relacionamento ridículo! Eu quero viver, e não ser só sua terapeuta.

Puxei meu braço dele e o olhei com sangue nos olhos, o mesmo estava como uma estátua, parado, tentando raciocinar o que aconteceu.

— E caso você seja burro demais para entender, isso é um término.

Passei por ele indo até à porta, e quando eu a abri vi uma das cenas mais engraçadas da minha vida. Hopper estava ajoelhado no chão, com a cabeça encostada na madeira da porta para escutar tudo e joyce ao seu lado com uma cara de espanto e um olho que tentava enxergar além da pequena abertura da entrada. Ambos se olharam e se viraram para mim, com um sorriso claramente forçado.

darkness and shadows (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora