Minha gata, minha sina do meu condomínio

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Aproveitem essa fase.

                     JANE HOPPER
                          Good girl
                                

De certa maneira, eu nunca me senti tão conectada com alguém. É como se estivéssemos realmente ligadas, a uma espécie de fio, onde toda a energia entre nós circula sobre os nossos corpos. Como se eu e ela, fôssemos uma só.

Assim que acordei na sala, pois ontem à noite acabamos adormecendo nela, fui em direção a cozinha, e lá encontrei um pequeno bilhete com uma letra cursiva, e com aspecto antigo escrito no papel.

" Eu tive que ir resolver umas coisas pendentes pela ilha, volto logo. "

Amassei o papel e joguei na lixeira, peguei uma maça em cima da fruteira e me virei para paisagem a minha frente. As portas e janelas de vidro, davam visão livre para a floresta que rodeava todo o local; podia ouvir o som de alguns pássaros e aves cantando, enquanto passavam entre as folhas; o sol intenso batendo no mar cristalino, tão azul quanto os olhos de Max.

Eu nunca havia visto tamanha beleza, era o paraíso.

Observei a aproximação de sua figura, que logo passou pela porta de vidro com um sorriso animado em seu rosto. É dessa conexão que eu estou falando, pois, eu nem sequer sabia porque ela estava tão animada e já me sentia totalmente disposta e animada também.

— Bom dia, meu amor - anunciou, e veio até mim, logo depositando um beijo em minha testa — Que bom que você está acordada, iremos sair, vou te levar a um lugar maravilhoso.

— Lugar? Que lugar é esse?

Joguei os restos da maça no lixo, e a mesma saiu em direção uma portinha que tinha nos fundos do cômodo.

— É um lugar mágico! Eu ia para lá quando era pequena, pensei que não soubesse mais o caminho, porém quando estava voltando da tribo dos índios reencontrei o atalho para lá.

— Você foi fazer o que na tribo?

— Uns assuntos pendentes.

Concordei com a cabeça, e avistei a mesma saindo dessa porta que havia entrado com algumas coisas que estavam cobertas por um pano amarelo. Ela colocou em cima do sofá e voltou para pegar o resto. Eu me aproximei dos objetos, movida pela curiosidade e puxei o pano, dando vista para a porção de telas de pinturas limpas, cada uma com seu suporte de madeiras encaixadas, prontas para serem usadas.

— De quem é isso?

— Bom, agora é seu - me virei para ela, um sorriso que se aumentou gradualmente se estampou em meu rosto — Minha tia pintava quando era jovem, ela vinha para cá, pois dizia que lhe trazia inspiração. Mas a mesma parou com o tempo, e como eu sei que você gosta de pintar e desenhar, perguntei para ela se isso não poderia ser seu.

Estendeu no ar as tintas em uma caixa bem colorida, com pincéis de diferentes formas, e bandejas para depositar e misturar as cores. Arregalei os olhos e corri até ela, me jogando em seus braços e passando minhas pernas em volta da sua cintura.

— Obrigada. Obrigada. Obrigada - repeti diversas vezes, enquanto dava beijos em todo o seu rosto.

— Exagerada.

— Jogada aos seus pés - voltei para o chão normalmente.

— Não me lembra dessa noite, pelo amor de Deus.

Respirei fundo e lhe olhei com um sorrisinho no rosto.

— Nós vamos agora?

— Sim - pegou uma tela de pintura e outras tintas — Suponho que seria uma boa você levar isso aqui.

darkness and shadows (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora