darkness and shadows (Concluída)

Pisco olho, ela se nega

                    JANE HOPPER
                         Good girl
                               ❥

A luz do alvorecer batia na janela, me despertando gradualmente. Meus olhos batiam devagar, o sono ainda me acobertava e a vontade de fechar minhas pálpebras e dormir, novamente era bem maior. Mas essa vontade foi esquecida, ao vê por milésimos de segundos a bagunça que a casa de Will se encontrava, parecia mais com um lixão.

Will, estava deitado no tapete, próximo à janela com macarrão em cima do seu rosto; primeiro eu estranhei, o quê o macarrão tá fazendo na cara dele? Até me recordar que ontem, eu tive a brilhante ideia de fazer macarrão para nós jogarmos para cima, não sei porquê inventei de fazer isso, mas todos adoraram. Dustin, estava por cima dele, o seu peso esmagava o Byers, mas eles dormiam tão tranquilamente que nem pareciam se incomodar.

Pansy, estava no sofá, coberta de garrafas de uísque e em uma posição, muito estranha; ela dormia, na posição plantando bananeira com suas pernas encostadas na parte detrás do sofá, sua cabeça no assento do estofado, e sua roupa toda virada para baixo já que ela estava de cabeça para baixo, deixando a mostra sua calcinha e parte do seu busto. Eu só conseguia me perguntar, como alguém consegue dormir daquele jeito?

Do outro lado da sala, a cortina que cobria a janela da cozinha tinha metade do seu pano queimado e várias velas apagadas em volta da mesma. Eu segurei o riso ao lembrar do que havíamos feito, fizemos uma espécie de pacto, que nunca nos abandonaríamos e Will, falou que a única maneira de sela essa promessa era pondo a nossa mão no fogo por 20s, eu confesso que isso não fazia o mínimo de sentido, mas estávamos bêbados demais para questionar. Ia tudo bem, até Pansy cair no chão, chutar duas das velas sem querer e as mesmas estenderem o fogo até o tapete. Eu, tentando 'ajudar' peguei a garrafa mais próxima de mim e joguei o seu líquido que eu pensava que era água, no fogo, eu só não contava que a substância dentro dela era uísque, o que intensificou mais as chamas e as prolongou até as cortinas. A casa só não está em cinzas há essa hora, porque Max, minha grande heroína, jogou um pano que abafou as chamas e depois um tambor de água.

Eu nunca tinha me divertido tanto.

Ergui meu corpo para levantar-me, mas fui puxada novamente. Ela havia me segurado de surpresa, eu retornei, deitando-me em seu peito.

— Para onde você pensa que vai? - porra. Aquela voz dela, aquela maldita voz rouca e sexy pra caralho estremeceu meu corpo — Bom dia, lady jane.

— Bom dia, curupira meteoro da paixão.

Ela sorriu, ainda com os olhos fechados,  e pôs a mão vaga no rosto para tampar a claridade.

— Eu vou quebrar o outro dente do Dustin.

— Eu acho que ele já está desdentado o suficiente, amor.

Ela abriu os olhos, retirou a mão do rosto e se virou para mim. Ela estava tão linda, como ela consegue ser tão linda até acordando? Eu tenho certeza que eu estou horrível. Me olhava de um jeito carinhoso, droga! Por quê ela tem que me dá essas olhadas, tão profundas logo pela manhã?

— Nem o devorador de mentes, nem o demogorgon, nem o próprio Deus, explicaria esse seu olhar.

— Olhar? - questionou.

— É... Esse seu olhar de quem sabe que me tem na mão.

Ela sorriu, eu sorri de volta. É, talvez Hermione esteja certa; talvez, eu realmente seja extremamente gay por ela.

— Eu tenho é? - perguntou de uma maneira manhosa.

— Você tem dúvidas?

— Você esclareceu todas elas.