trente-trois. 🔥

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Passaram-se alguns dias desde o jantar na casa dos Dempsey, Patrick se encontrava cada vez mais afundado no trabalho, projetos voltaram a ser colocados na mesa, ideias já recusadas eram novamente analisadas, testes aconteciam com mais frequência, ligações de diversas partes do mundo que possuíam uma indústria Dempsey pareciam estar a ponto de uma explosão. Ele não tinha tempo para mais nada a não ser trabalho, não dormia, apenas cochilava, comida? Apenas quando Jesse, Sara ou sua secretária colocavam um fast food em sua frente. Água? Ele só conhecia o gosto do café. E Ellen? Ele não conseguia trocar nem menos duas mensagens com ela, atender quando ela ligava ou ligar para ela? Sem tempo.

Por um lado, ele agradecia por não ter o contato costumeiro deles dois, ele ainda não sabia muito bem o que fazer com a relação dos dois, ele a queria, mas sabia também que teria de pagar um preço por isso. Cogitou até mesmo que todo esse excesso de trabalho possuía um dedo do pai, era ridículo o tanto de contratos e e-mails ele lia para no final manter sua decisão, uma perda de tempo reuniões para ouvir o que já ouvira antes, e a proposta de uma nova indústria em um outro país? Era demais, tudo era demais.

- DEMISSÃO? – Patrick se ergueu colocando as mãos na mesma enquanto via sua fiel e já idosa secretária em sua frente – Você não pode sair agora!

- Desculpa Senhor, mas você tem que entender, eu não tenho mais idade para isso meu filho. A empresa está uma loucura, o senhor está cada vez mais ocupado, eu já não posso mais lhe acompanhar, ou lembrar de tudo, outro ponto é que, meus netos precisam de mim, eu preciso cuidar deles para que meus filhos possam trabalhar.

- Eu pago uma baba, uma escola para eles! Matricule-os na mesma escola que a minha sobrinha, eu pago.

- Senhor, eu agradeço, mas quero eu mesma cuidar deles. Não se preocupe eu mesma já encontrei uma nova secretária para o senhor, conversei com a Sra. Ramirez e nós duas já resolvemos essa questão, o senhor não vai nem ao menos notar a diferença. – Patrick encarou a senhora sem dizer nada, apenas pegou seu ramal e discou o de Sara. – Na minha sala AGORA! – berrou.

- Eu não posso, estou em reunião. – disse do outro lado.

- Quer que eu repita? – questionou furioso.

- Você precisa transar. – resmungou baixíssimo antes de desligar.

- Senhor, não brigue com ela. – pediu e se encolheu ao perceber o olhar de Patrick, que se ergueu pegando mais um copo de café e voltou a sentar, engolindo junto do liquido dois comprimidos. – Não é aconselhável tomar remédio com cafeína.

- Com sorte eu entro em coma! – resmungou passando a mão no rosto.

- O que você quer? – Sara perguntou sentando em frente à Patrick, tinha com ela uma pasta.

- Vocês duas.... – apontou – agiram pelas minhas costas! Eu não poderia estar mais furioso! – disse grosso – Sara onde estava com a cabeça quando a apoiou nessa loucura de demissão?

- Patrick seja razoável, recupere você sua cabeça! – disse calma – Charlotte já não tem mais idade e nem disposição para essa loucura Patrick. Ela tem uma vida fora desse lugar, ela tem outras pessoas além de você para cuidar. Além do mais, nós duas já encontramos outra pessoa, que inclusive já está trabalhando e assumiu diversas funções da Charlotte e você nem percebeu. – deu de ombros.

- Como? – arqueou a sobrancelha.

- Patrick, deixa de ser ranzinza, grosso e egoísta, Charlotte fez muito por você e pelo seu pai, está na hora de você retribuir tudo á ela. Me desculpa Charlotte, mas Patrick, Charlotte não iria ficar com você pelo resto da vida. Ela tem no mínimo 20 anos a mais que você. Desculpa de novo. – olhou para Charlotte.

BallerinaOnde histórias criam vida. Descubra agora