Ballerina

trente-cinq 🔥

Fazia pouco mais de 1 hora que estavam no carro a caminho da cabana, apenas o barulho do vento batendo contra o carro era possível ser ouvido, Ellen e Patrick estavam em um completo silencio, não que estivesse desagradável, passava das 7:30, os dois foram dormir tarde e acordaram cedo, é natural que ainda estivessem um pouco sonolentos. Patrick dividia sua atenção em tomar o café que ainda tinha no seu copo térmico, em dirigir e em olhar para ver se Ellen dormia no banco do passageiro. Ela por sua vez, se concentrava na paisagem que passava correndo.

- Com sono ou pensando? – Patrick disse baixo fazendo um carinho na lateral do joelho dela.

- Por que sempre que saímos um carro nos segue? – questionou vendo um carro preto atrás dele.

- Como? – a olhou confuso.

- Sempre tem um carro preto nos seguindo. – olhou para ele.

- Ah, são seguranças. – deu de ombros – Não me olha assim.

- Assim como?

- Com esse olhar de julgamento. – voltou a olhar para a estrada.

- Não estou julgando. – deu de ombros tomando seu capuccino – Só queria saber, acho que é natural você ter seguranças, eu até estranhei nunca te ver com um.

- Você não vê, mas estão sempre lá. – comentou olhando para ela. – Chegamos. – disse subindo uma estrada coberta por cascalhos.

- Me trouxe para o mato? – riu olhando para ele.

- Não julgue pelo começo do caminho meu amor. – sorriu olhando para ela.

5 minutos depois e a paisagem de "mato" deu lugar á algo limpo, árvores muito bem cuidadas e verdes, o chão não era de cascalho mas imitava madeira deixando tudo nivelado, ao fundo várias cabanas e ao redor algumas lojas e restaurantes.

- Isso parece uma cidade. – disse encantada.

- Não conseguimos torna-la porque não possui moradores fixos.

- É seu? – arqueou as sobrancelhas.

- Do Dylan. – corrigiu – Ele tem tantas coisas quanto eu amor, a diferença é que as dele são mais escondidas e mais abertas ao público.

- Uau, melhor você começar a me dizer do que você não é dono. – brincou admirando a paisagem – Vamos ficar aqui?

- Não. – respondeu – Vamos subir mais, aqui é só uma parte, lá em cima tem outras cabanas e a cabana. – olhou a cara de confusão dela – Aqui embaixo são as cabanas que ficam disponíveis para o público, tem cabanas para casal, para grupos, lá em cima para onde vamos, tem cabanas mais equipadas, maiores, mais reservadas, artistas, políticos, são os que geralmente alugam mais e então tem A cabana.

- E essa A cabana deve ser a cabana de vocês. – presumiu.

- Exatamente. – afirmou. – Dylan construiu essa cabana bem específica com apenas 3 quartos, sala, cozinha e banheiro. Você vai ver que é tudo aberto, o intuito dele com isso é de não virmos todos juntos para cá, no máximo dois casais e se tiver crianças dorme no terceiro quarto, ah e o melhor de tudo, não tem sinal de telefone. – sorriu.

- Como as pessoas vão falar comigo?

- O wifi é liberado 3 vezes por dia, então você pode usá-lo por uma hora, três vezes ao dia.

- E o que eu vou fazer nas outras 21 horas? – perguntou e viu Patrick sorrir de lado. – Eu não vou transar direto dois dias, pode esquecer.

- Quem falou em sexo? – arqueou a sobrancelha – Estou achando que a senhorita anda muito safada, tudo que eu comento você acha que me refiro á sexo.