trente sept

1.8K 110 372
                                    

INDÚSTRIAS DEMPSEY

Patrick voltava da 3 reunião do dia quando deu de cara com sua mãe sentada é uma mesa que havia no canto de uma sala. A mesa estava posta para um café da manhã. O homem estranhou arqueando uma sobrancelha e se aproximou.

- O que é isso? – abraçou a mãe que estava sentada e beijo sua cabeça.

- Bom, só assim para eu me encontrar com você. – sorriu segurando as mãos dele – Achei que namorando iria ficar mais próximo da família, mas pelo jeito prefere ficar a sós. – sorriu divertida. - Como você está?

- Cansado. – soltou um respiro pesado enchendo sua xícara com café. – E você?

- Preocupada. – disse rápida chamando a atenção de Patrick. – Seu pai estava furioso ontem. – disse e Patrick rolou os olhos. – Ele é seu pai Patrick, e você anda muito agressivo com ele.

- Foi isso que ele disse para você? – soltou uma risada incrédula e nasalada e viu a mãe assentir – Ele invadiu minha sala, entrou no meu computador, mexeu nos meus documentos, trocou minhas reuniões, bagunçou o meu trabalho, me disse desaforos. – disse firme preferindo ocultar da mãe as falas escrotas do pai sobre Ellen.

- Ele só estava tentando ajudar Patrick. – insistiu – Seu pai deu muito duro para que essa empresa seja o que ela é hoje, ele trabalhou muito para você assumir seu posto e ter a vida que você tem. Que nós temos.

- Mãe, eu sei o que estou fazendo. – disse – A maneira qual eu comando essa empresa não é problema dele, não é problema dele há um bom tempo. Foi ele quem quis sair da presidência, ele quem quis que eu assumisse, não foi para isso que ele me criou? Para assumir os negócios? Pois é o que estou fazendo, assumindo o controle. – continuou duro.

- Ele ainda é seu pai, independente dos negócios, independente do dinheiro, independentemente de qualquer coisa, ele é seu p....

- Então que ele comece a agir como tal. – cortou limpando a boca – Eu sou o filho dele, não um fantoche que faz o que ele quer, como ele quer e na hora que ele quer. É, talvez eu tenha mudado um pouco a forma como ando conduzindo as coisas, mas funciona e está funcionando, está gerando lucros e resultados, estamos quase duplicando os números. Ele precisa parar de se preocupar com a empresa que ele tanto ama e começar a se preocupar com a família dele, antes que seja tarde demais.

- O que quer dizer com isso?

- Nada. – suspirou afastando os pensamentos. – Você veio até aqui, montou uma mesa de café da manhã, há muito tempo não fazemos isso juntos, podemos apenas conversar como mãe e filho e deixar meus problemas de relacionamento paterno para outro dia? – pediu baixo com os olhos implorando e a mãe assentiu.

- Como quiser. – suspirou limpando a boca – A feira da indústria será em duas semanas, vamos contar com alguma presença extra neste ano?

- Se está falando de Ellen... – sorriu de lado involuntariamente – a resposta é sim. – comeu um pedaço de queijo – Inclusive precisamos jantar todos juntos antes da feira. – comeu o restante.

- Almocei com ela ontem. – disse comendo uma uva e sorriu ao ver a expressão surpresa do filho – Na verdade, passamos o dia juntas hoje.

- Como?

- Ela não te falou? – estranhou.

- Não nos falamos muito ontem. – pegou a xícara nas mãos – Meu celular está uma loucura, não consegui nem pedir para que comprassem um outro aparelho, não dá mais para conciliar o pessoal e o profissional em um mesmo telefone, ele trava, as mensagens se perdem. Um caos. – suspirou. – E eu também cheguei bem tarde ontem e ela foi para casa dela.

BallerinaOnde histórias criam vida. Descubra agora