Seize.

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Paris - 07:23 a.m

Ellen se mexeu na cama, sentia seu corpo afundar no colchão macio e uma sensação gostosa dos lençóis leves em seu corpo, o travesseiro tinha um cheiro bom, um cheiro que ela conheci e que não admitia o quanto gostava, o cheiro dele. 

Se permitiu ficar mais alguns momentos com os olhos fechados e se mexeu, se encontrando sozinha naquela imensa cama ela abriu os olhos, o quarto iluminado apenas pela luz da rua, o dia estava nublado em Paris. Ellen sentou na cama apoiando as mãos no colchão e olhou em volta.

Não haviam peças de roupas no chão, pelo contrário, seu vestido estava perfeitamente esticado em uma poltrona em frente á cama e seus saltos ao lado, um blazer feminino branco estava junto, um blazer que com certeza não era dela. Olhou par ao próprio corpo, usava uma camisa de botões branca e uma calcinha. 

No armário ao lado ainda estavam as taças de água, a tigela de morangos com 3 sobreviventes e o pote de sorvete vazio com as colheres dentro. Flashbacks da noite e madrugada se apossaram dela. A mãos entrelaçadas com forças excessivas contra o colchão, o impulso dos corpos, os gemidos, o barulho do choque dos corpos, dos beijos, as risadas. Lembrou do inicio, do corpo dela contra a parede, do jeito que seu corpo adormeceu sentindo apenas onde ele a tocava, foi então que se lembrou do desenho que deixou cair, ele não estava mais no chão.

- Patrick! - o chamou, mas em vão. - Você é muito burra mesmo Ellen. - disse para si mesma, levantou e se vestiu, fez questão de dobrar a camisa branca e deixá-la em cima da poltrona, encarou o blazer que não a pertencia e viu que ainda havia uma etiqueta, arregalou os olhos ao ver o valor, relutou em o vestir, pois assim estaria o aceitando.

Foi até a varanda do quarto, a vista era sensacional, nada a impedia de ver a torre eiffel, parecia até um quadro. Sentiu o vento frio e apenas por isso vestiu o blazer. Andou pelo corredor encantada com aquilo que ela não percebera na noite passada, era uma cobertura enorme e linda, fotos diversas espalhadas, Dylan, Alisson, os pais de Patrick e principalmente de Amélia, de 15, Patrick aparecia em no máximo 3 ou 4, tinha duvidas sobre uma foto de varias crianças.

- Senhorita Ellen. - ouvi uma voz doce, olhou em direção e viu uma mulher, cerca de 40 anos - Café, capuccino, suco, o que gostaria? - ela sorriu e Ellen finalmente viu a mesa repleta de frutas, pães, condimentos. Se aproximou e um homem puxou a cadeira para ela sentar. 

- Err... - resmungou confusa - Café está ótimo. - disse e a mulher a serviu.

- Me chamou Jordan e a levarei onde quiser Senhorita. - o homem disse. 

- O Patrick? - perguntou confusa e sussurrou um "Obrigada" para a mulher que sorriu após uma cara de surpresa, provável que ela não ouça muito aquilo.

- Estarei na garagem lhe aguardando. - sorriu e se retirou ignorando a pergunta dela.


Ellen entrou no carro preto, era um Audi, sentiu-se incomodada com aquilo tudo, pessoas a servindo, a levando a lugares, estava vestindo um blazer que custava mais do que uma parte de seu guarda roupa.  

- Para onde? - Jordan perguntou a olhando pelo retrovisor.

- Hotel Palm, Astotel. - disse e sorriu fraco, olhou para a rua e viu o enorme prédio por fora balançou a cabeça e pegou o celular.

"Onde você está? 'Tá tudo bem?"

Digitou, ficou rodeando a tela do celular com o dedo decidindo se enviava ou não e Jordan pareceu perceber.

- Ele nunca responde. - Jordan disse. - Ele sempre faz isso, me pedir para elvar as moças de volta para os hoteis. - Ellen sentiu o peito apertar um suspiro de ódio saiu - Normalmente ele as leva para outro quarto, não o dele. - disse tentando aliviar o sentimento dela - E cafés da manhã? Roupas? - riu fraco - Isso pra mim é novidade, a Senhorita deve ser muito especial. - concluiu, Ellen sussurrou um obrigada para não parecer grosseira.

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