Dix-huit

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Gemidos. Suspiros. Arrepios. Tremores. Mãos sendo apertadas, costas sendo arranhadas, peles sendo apertadas. Travesseiros sendo agarrados, lençóis sendo bagunçados e mais gemidos. Calor. Muito calor. Sensações de alívio, sensações de quero mais.... eu preciso de mais. 

- Ellen? - o homem a chamou.

Ellen estava parada á porta encarando a imagem de Lorenzo á sua frente, mas sua mente voltada na outra noite lhe deixava ainda mais sem reação.

- Estava esperando outra pessoa? - Lorenzo questionou com as mãos dentro do casaco. Ellen continuou o encarando, sua mente voltara a ficar confusa. - Eu queria conversar, não vai me convidar para entrar?

- Érrr...ham.... tá. - concordou e deu espaço se afastando até a cama e recolhendo as fotos. 

- Eu te atrapalhei? - largou uma mala pequena na poltrona.

- Não, eu só estava organizando algumas coisas.  - colocou as fotos na bolsa e fechou a tela do notebook. - O que você está fazendo aqui? Achei que tivéssemos sido claros um com o outro.

- Eu fui um idiota. - disse por fim a encarando. - Eu deixei o medo de te perder afetar nosso relacionamento, eu deixei o medo não me deixar te apoiar e te dar força, deixei o medo falar e acabei te perdendo. 

- Acha que o problema foi você não me apoiar? - riu fraco - Você basicamente me chamou de vadia. - mordeu o lábio mostrando indignação.

- Eu sei que você nunca me trairia, sei também que voce nunca teria nada com o Dempsey porque ele não faz seu tipo, digo, eu sei que nunca dormiria com ele por algo em troca. - naquele momento Ellen sentiu um sentimento de culpa dentro de si relembrando cenas da outra noite. - Eu errei, eu errei em te acusar, em não te apoiar, e eu só percebi o quanto te amo e o quanto você é importante pra mim quando entendi que você pode não voltar mais para Nova Iorque, não aguentei a ideia de te perder pra sempre. Nós vivemos tantas coisas nos últimos anos Ellen, eu não suporto mais a ideia de viver sem você, - se aproximou e tocou o rosto dela - eu preciso de você. Eu amo você.

- Lorenzo... - resmungou - Você me magoou, você sumiu por dias.

- Eu sei meu amor, eu sei, e estou aqui te pedindo perdão. - fez um carinho no rosto dela. - Eu te amo Ellen, eu quero passar o resto da minha vida com você, eu não quero mais viver sem você. Me da mais uma chance, por favor, em nome de tudo o que vivemos. 

- Lorenzo, eu não sei. - se afastou - Muita coisa mudou desde que terminamos. - passou a mão pelo cabelo. - Não sei se você ainda é a pessoa certa pra mim e nem eu sei se sou a pessoa certa pra você. Eu te perdoo mas não se consigo voltar c...- parou de falar assim que se virou e o viu ajoelho segurando uma caixinha com um anel. - com você. - finalizou e paralisou perdendo todo o ar que tinha em seus pulmões.

- Casa comigo. - disse - Eu juro que sou outra pessoa agora Ellen, eu sou decidido, eu tenho objetivos agora. Eu estou disposto a me mudar para Paris e ficar com você, eu quero te dar tudo aquilo que nós sonhamos, um casamento lindo, filhos, quero formar uma família com você. 

As palavras de Lorenzo eram difíceis de serem ouvidas sem serem sentidas, casar, ter filhos, sua própria família era tudo o que ela sempre quis, achava que Lorenzo era o homem certo para isso, ele cumpria basicamente todos os requisitos que ela tinha imposto para um homem perfeito. Dias atrás ela aceitaria sem pestanejar, mas hoje ela duvidava, ainda via Lorenzo como homem mas já não tinha tanta certeza sobre querer ele como o pai de seus filhos. 

Mas quem diabos ela queria enganar, enquanto Lorenzo falava sua mente imaginava Patrick ali, ajoelhado com uma maldita caixinha de veluda vermelha com um anel extravagante - que ela sabia que ele daria - dizendo tudo aquilo. Mas casamento e filhos não pareciam combinar com ele, e toda a esperança que ela parecia ter nele se foi depois da última manhã. Patrick Dempsey não podia lhe dar o que ela mais queria.

BallerinaOnde histórias criam vida. Descubra agora