Criminal Time \\N.H\\

capitulo 51

51

"Jessy, hoje conheci uma rapariga mesmo simpática numa After Patty.

Já agora, ganhamos 3 prémio e eu quase te agradeci á frente de milhões de pessoas, ai é que iam pensar que estou completamente tolo.

A rapariga era simpática. Mas eu odiei-a.

Vi defeitos em todo o lado e chamei-a de Jessy uma 500 vezes.

E hoje tomei a decisão que, se tu não voltas eu vou "

E carta acaba.

Nada mais.

Eu não sei o que tenho a dizer sobre isto.

Ele escreveu páginas e páginas a contar o que fez, falou sobre o novo álbum, criticou as novas roupas, falou sobre os prémios e a cima de tudo disse que me ama vezes e vezes sem conta.

Ele diz mal de mim, diz bem de mim, agradece-me por coisas que não fiz, culpa-me de coisas que não fiz....é como se pegassem numa varinha mágica e mexessem todos os meu sentimentos, mas ao mesmo tempo os triturassem.

Ele deve de se sentir tao perdido quando eu quando ele me toca ou quando está longe de mim.

Mas, como é que eu lhe digo?

Eu não sei como é que o vou encarar depois daquela discussão e depois de o ter visto a beijar a outra.

Fodase! Porque é que tudo é sempre tão complicado?

As lágrimas saem com mais intensidade e toda a casa fica turva por causa da água dos meus olhos.

Agarro bem as cartas nas minhas mãos, como se elas fossem fugir e desejo apenas felicidade por uns segundos.

Desejo voltar a trás no tempo e que tudo fosse como dantes...desejo que pelo menos uma vez nestes dias eu me sentisse em casa.

-ho fodase.

O meu corpo congela e as lágrimas secam por completo.

Neste momento só sinto calafrios em todo o lado.

Escorro suor e tremo de frio.

Isto não pode estar a acontecer...

-Jessy? O que estás aqui afazer?

A sua voz soa muito diferente da do telefone, mas continua a pares que está a quilómetros de distancia.

Limpo as lágrimas e levanto-me deixando as cartas para trás.

Ele continua a olhar para mim como se estivesse a ver um fantasma.

-eu...eu. vim. aqui. buscar. umas. coisas..porque..

As palavras saem soltas pela minha boca e os meus olhos focam-se na mala cinzenta ao seu lado.

-o que estas tu aqui a fazer?

Eu pergunto já quase recomposta.

Isto é um pesadelo! Vá lá! Acorda Maria!

-esta é a minha casa.

Ele responde e fecha a porta.

Agora somos só nós e estas paredes...

-e eu estou a ir.

Ele põe-se no meu caminho e olha-me calmamente.

-não vais sair daqui sem termos uma conversa.