capitulo 12

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-Não Jessy!!

Ele grita e corre em minha direção. Os seus braços agarram o meu e nesse momento eu dou-lhe um ponta pé e ele fica imóvel.

-Quem ri por último...ri melhor.

Eu ri e não espero nem mais um segundo para espetar a faca completa dentro dele, lentamente. Sentir os seus braços à perder força e ouvir os seus gemidos de dor até o seu corpo cair no chão e os seus olhos cheios de dor olharem para mim.

Eu apenas ri mais uma vez da sua expressão de dor e ajoelho-me ao seu lado.

-Acabou Richard! Nunca subestimes as capacidades de uma aluna de artes!

Digo ao seu ouvido e sem piedade e com toda a raiva volto a tirar a faca e a espeta-la noutro sitio.

Ele grita de dores mas não se consegue mexer.

-Eu ganhei e vou poder voltar para quem realmente me quer!

A sua boca enche-se de sangue e o seu peito deixa de subir e descer.

E nesse momento a paz invade o meu corpo.

Eu finalmente matei-o.

Finalmente a minha dor acabou e estou livre! Eu acabei com o meu pesadelo...

***

O meu reflexo no espelho está turvo e a bacia está cheia de sangue que saiu das minhas mãos. Eu matei-o! Porra eu matei um pessoa! É uma sensação de liberdade a lutar contra uma sensação de culpa.

Sinto-me sufocada com todos os estes pensamentos confusos e contraditórios.

Eu tenho que sair daqui, eu tenho que me esconder, voltar para londres...eu sei lá!!

Pego numa mochila com um roupa qualquer, visto um casaco quente ponho um gorro preto e pego em dinheiro do Richard que está espalhado nos bolsos, na gaveta, no cofre...Ele deixa, deixava, dinheiro em todo o lado.

Acho que consigo sobreviver  com este dinheiro, que nem sei quanto é.

Só falta uma coisa...apalpo a parte de baixo da cama e encontro a arma. Há muito tempo que já não pegava numa e a sensação de rebeldia e de medo não mudaram.

Eu tenho que fugir antes que a empregada chegue ou que algum dos gorilas, pelos qual que tenho que passar, se lembre de entrar e ver o Richard morto. Corro para a saída da garagem e desço as escadas. 

Faço pouco barulho e aponto a arma à pareça do homem.

-Vais fazer pouco barulho e vais levar-me ao centro da cidade. Agora!!

Eu falo baixo e o Homem vira-se para mim e levanta os braços.

-Por favor! Eu tenho família eu apenas estou a trabalhar aqui para...

-Então despacha-te e foge com a tua família para algum lado.

O homem faz aquilo que eu disse e arranca em direção ao centro de Moscovo.

-para onde vai?

Ele pergunta e eu distraio-me dos pensamentos.

-Não sei. Para longe.

-O que ele te fez foi muito mau.

-Não quero falar disso!

Eu digo já irritada e ele cala-se. 

Quando finalmente chegamos à cidade ele para o carro à beira de um passeio e eu abro a porta.

-Boa sorte.

Eu digo e logo que fecho a porta a dor de cabeça aumenta. Está  frio e muita gente na rua mesmo muita gente. Não percebo... estamos em agosto e já está frio.

Tento passar pelo meio da multidão e sou empurrada muitas vezes e pisada. 

A minha cabeça volta a doer quando me lembro da imagem dos olhos do Richard cheios de dor. Eu não o devia de ter morto! Eu sei que ele quase me matou a mim durante estes meses mas ele era uma pessoa porra!! Eu matei uma pessoa! Em que monstro é que eu me tornei? 

Encosto-me a uma parede e a minha respiração está tão acelerada que nem consigo ouvir as milhares de pessoas na rua. 

Solto um grito abafado quando a dor de cabeça aumenta de grau. Isto está a ficar impossível...

Ando pela rua estreita e com menos pessoas e tento aguentar com as dores enquanto que as minhas sapatilhas ficam presas nas pedras. 

Eu não aguento mais!

Entro no café e quase corro para dentro da casa de banho. Lavo a cara com a água fria mas nem isso a faz diminuir. As paredes começam a escolher e o ar fica cada vez mais abafado. 

Há zumbidos em todo o lado e parece que cada osso, cada nervo e cada músculo do meu corpo se estam a tentar separar.

Um grito involuntário sai pela minha garganta e a minha visão fica completamente banca.

E tudo se acaba quando o meu corpo embate no chão, um simples corpo vazio, um corpo de uma criminosa fugitiva...o corpo de uma pessoa que é egoísta ao ponto de matar alguém para conseguir a sua liberdade. 

Eu odeio-me mais uma vez e cada vez mais...

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Este capítulo saiu bem lá do fundo...

O que acharam?

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