Bares e mágoas

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  Musica recomendada: Where'd all the time go? (A partir da primeira fala do George)
Space song (A partir da primeira quebra de tempo)
Atenção: capítulo altamente soft 💕

  No dia seguinte quando acordei ainda estava escuro lá fora, tentei sair um pouco sem fazer muito barulho. Calcei as botas que estavam do lado de fora da casa, imagino que eram da Gina.
   Queria ir ver o lago que tinha ali perto, não era muito longe e como ninguém tinha acordado eu fui sozinha.
   Na beirada do lago havia um banquinho de madeira, provavelmente Arthur o fez, e a grama o deixava meio escondido. Me sentei lá e fiquei assistindo o vento tombar as folhas no campo. No meio das minhas viagens de pensamentos ouvi atrás de mim a grama se mexer, eu ignorei achando que fosse algum bicho, mas toda vez que eu me virava o barulho cessava. 

 -Meninos? Isso não tem graça. 

   Não tive resposta. Tentei enxergar entre a grama seca, mas não via nada, o som se repetiu, e então criei coragem pra me aproximar da direção que vinha. O som da grama seca partindo e minha respiração eram os únicos que eu ouvia, mas esse foi silencio assustador foi interrompido pelo grito que dei quando ouvi um barulho alto na grama e algo que parecia ter caído. 

-Ai, essa doeu. -Era uma voz masculina.

   Me aproximei e vi George caído tirando alguns fiapos de grama do cabelo.

-Me assustou sabia! 

-Seu grito deixou bem claro. - Ele riu da minha cara de assustada. 

    Ajudei ele a se levantar e fomos nos sentar no banquinho enquanto ele tirava maias alguns fiapos da grama. 

-Você me seguiu? 

-Ouvi você saindo e te vi da janela vindo pra cá. Você sempre acorda cedo assim? -Ele disse seguido de um bocejo.

-Não, é que queria ver o lago. 

-Vê mais de  perto então. -Ele fingiu que ia me jogar oque me fez assustar e segurar nele, se eu fosse ele iria também. 

    Ele riu da minha cara outra vez e ficou esperando eu perceber que não tinha largado ele. Quando percebi me sentei e e finge que não tinha feito. Ele se sentou também e fez o mesmo. 

-Sabe oque Remo tinha ontem? 

-Não, é oque queria saber, ele não é quieto daquele jeito, tem algo de errado acontecendo.

   Ficamos quietos por alguns segundos até eu notar ele me olhando. 

-Oque foi? -Eu disse com vergonha.

-Seu nariz fica vermelho no frio. 

-Mas não ta frio. 

      Nessa hora ele me agarrou e me jogou no lago como se eu não pesasse nada. Demorou um pouco pra eu sentir o quão gelada a água estava e começar a xingar ele, ele só ria da minha cara, até que tirou a blusa e pulou na água. Eu não acreditava que ele estava fazendo aquilo, era loucura demais pra uma pessoa só. Ele levantou da água jogando o cabelo pra trás, me passou um flash de quando o Draco fazia isso. Ele começou a se arrepender também e começou a tremer o queixo rindo. Ele então notou que eu estava me esforçando pra me manter com o pescoço acima do nível da água.

-Não alcança o fundo? -Ele disse rindo de mim.

-Nem todo mundo é gigante que nem você. -Eu disse já com a respiração um pouco ofegante. 

-Vem cá vai. 

    Ele me puxou pra eu me segurar no ombro dele, como em um abraço. Ele continuou rindo e tremendo o queixo.

-Como vamos fazer pra sair agora. -Eu disse olhando pra ele tentando não rir. 

-Não vamos. -Ele arrumou o cabelo rindo outra vez.

    A situação só ficava mais constrangedora, eu abraçada nele, os dois tremendo de frio e dando risada um do outro. Ele me olhou e deu um sorriso fofo.

-Que foi? 

-Seu nariz, fica vermelho no frio. 

   Eu tive vontade de afogar ele, mas acho que isso ajudou a tirar a minha sensação estranha toda vez que via ele. Fred nos viu da janela do quarto e nos olhou como quem dizia ''oque esses dois babacas tem na cabeça?''. George gritou pedindo por toalhas e voltamos os dois pra dentro correndo e tremendo de frio, enquanto Fred tentava entender a situação.

                                    ~

   Mesmo rindo e tremendo tentamos não fazer muito barulho enquanto corremos os dois pro chuveiro, quando chegamos na porta nos olhamos como quem implorava pra ir primeiro. Ele não foi muito gentil em simplesmente entrar e me fazer esperar. Fred ficou rindo da minha cara enquanto acendia a lareira. 

-Depois eu que sou o louco. -Ele disse enquanto eu sentava na frente do fogo coberta com a toalha.

   Ele se sentou comigo e não se importou de se molhar ao me abraçar pra me ajudar a não morrer de frio. 

-Se você não morrer de gripe até hoje a noite pensei em darmos um role. 

-Onde? 

-Três vassouras, oque acha? 

-Ta pode ser. -Eu só querendo que George saísse logo.

-Seu nariz ta vermelho. -Ele disse rindo. 

-É, ele fica assim no frio. 

   Ele riu e me deu a mão, oque me fez olhar pra ele. 

-To feliz que tenha vindo pra cá. 

    Eu sorri de volta e me surpreendi quando ele me deu um beijo. Ele sorriu sentindo meus lábios ainda um pouco gelados e me senti no lugar mais confortável do mundo quando ele colocou a mão quente no meu rosto. Quando ele me olhou deu outro sorriso que me fez lembrar que aquilo era injusto, fazer ele achar que seria algo, devo ter desmanchado o sorriso pois ele perguntou.

-Ta tudo bem? 

-Ta, é que...

-Ei, eu sei tá, não precisa ser mais que isso, não tem que ser serio. George também entendeu isso.

   Eu voltei a sorrir quando ele disso isso, meu maior medo era beijar ele de novo e magoar o George ou mesmo ele, esses garotos eram incriveis, mas não eram os meus garotos. Eu subi pra ver se George havia terminado, e ele já estava no quarto.
    Só naquela manhã já havia acontecido muita coisa, e eu sinceramente não sabia oque esperar do bar a noite, mas saber que vou poder ir a um lugar com os dois sem culpa nenhuma já me fazia sentir melhor. Enquanto sentia a água quente aliviar meu frio eu ouvia os ''bom dia'' do lado de fora do quarto, nem parecia que o dia ia começar agora. 

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