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     Chegando perto da mansão Draco andava me apressando e parecia muito mais animado do que o normal. Ele gostava de poder sempre voltar pra casa nos fins de semana, mas a animação mal cabia em si. Estava começando a achar que isso tinha a ver com a tal surpresa do Lupin.     
  Tocamos a porta e minha tia abriu, ela estava mais bem vestida que o normal, não era época de aniversario de ninguem, nem algum feriado, mas vi de longe Lupin vir com uma blusa social vermelha com um sorriso enorme. 

-Mas vocês não estavam brigados e tudo mais? -Eu perguntei entrando e assustada com o clima da casa. 

-Como consegui oque eles precisavam, eles me perdoaram. -Ele disse e depois olhou pra Cissa que concordou. 

-Venha querida, estamos todos te esperando.

  Narcissa disse delicada e me guiou até a sala de jantar, os três tinham um ar de felicidade, muito estranho, só não mais estranho que Bellatrix. Antes de passarmos pela porta ela passou pela nossa frente, tinha um rosto que não transmitia emoção nenhuma, mas os olhos estavam marejados, ela me olhou por alguns segundos, e depois seguiu pra sala.
   Quando chegamos a sala, Lucius estava sentado na ponta da grande mesa, e de costas pra nós, outro sujeito conversava com ele. Quando Lucius desviou os olhos pra nós, este fez o mesmo e se colocou de pé.
   Eu não conhecia, não fazia a mínima ideia de quem era, mas algo me intrigou muito, tinha os olhos iguais aos meus. Tinha uma barba um pouco por fazer, e os cabelos enrolados, me olhou e deu um sorriso surpreso.
  
-Pode dar um abraço nele querida. -Minha tia disse me dando um empurranzinho nas costas.
 
   Tia Cissa nunca me pediria pra dar um abraço em desconhecido, eu até cheguei a pensar em uma possibilidade, mas não era possível, achei que não fosse.
    Ele se aproximou e colocou as mãos nos meus ombros, me olhou de cima a baixo com um sorriso incrédulo.

-Seu nome? -Ele disse colocando a mão no meu rosto oque fez ver um pouco da cicatriz que antes cobria com o cabelo.

-Luiza. -Ninguem pareceu incomodado com o fato de um desconhecido estar tão perto de mim.

-Luiza. É um nome lindo. Bella fez uma boa escolha. -Ele disse com um ar encantado.

-Não foi ela quem escolheu, foi minha tia. -Eu disse fingindo não me incomodar em parecer ser a única do lugar que não conhecia ele.

-Bom, então no caso, muito obrigado Narcissa, escolheu um lindo nome pra minha menina. -Tia Cissa sorriu segurando a mão de Draco.

   Eu olhei pra eles que estavam atrás de mim, era realmente oque eu havia pensado, sempre imaginei se eu seria parecida com ele, se ele voltaria um dia, se ia se orgulhar de mim. O olhar que dei pra minha tia foram quase como palavras, ela respondeu assentindo feliz. Era meu pai.

-Sei que deve ser complicado, eu ainda tenho muita coisa pra te explicar mas... garanto que tudo tem um motivo. -Ele disse sínico sem quebrar o ânimo.

-Eu já sei o motivo pra ter ido embora, não precisa se justificar. -Todos na sala pareceram surpresos por eu não estar feliz.
E como estaria?

-Você...sabe? -Narcissa disse atrás de mim com um voz trêmula.

-Sei. Por isso eu voltei. E imagino que tenha voltado junto com ele. -Disse pra ele que demoro a assentir, me afastei pra que parece de tocar em mim. -Certo, e quase me esqueci, qual é mesmo seu nome?

   Ele parecia envergonhado ao dizer, Rodolfo Lestrange, sinônimo de traição. Minha mãe não poderia ter voltado em melhor momento.

-Já que estamos todos aqui, e pela arrumação da sala parece que receberemos o ilustre convidado, quero que escutem oque tenho a dizer. -Todos apenas ficaram calados me esperando continuar. -Sabem que não compactuo com essa ideologia ridícula. -Lucius pareceu incomodado. -Mas estou disposta a participar dessa espécie de reunião, pra evitar problemas pra vocês.

-Mas querida não preci...-Cissa interrompeu.

-Se Voldemort souber que não contaram a mim não irá gostar nada disso. Pelo que me dizem ele não é alguém que gosta de perder mais pessoas do lado dele.

-E é justamente por isso que não poderiam ter contado. -Minha mãe disse irritada se aproximando. -Sabia que não era de confiança. -Ela disse encarando Lupin que engoliu seco.

-Foi Dumbledore quem contou a ela. -Draco pela primeira vez defendeu Remo.

-Aquele estúpido não pode saber que o lorde virá a nossa casa. -Lucius esbravejou ainda longe.

-Não vai saber, se seguirem a risca o plano.

                                       ~

      Passei horas tentando imaginar como seria o rosto desse tal lorde, e porque o chamavam assim, vi pela janela algumas pessoas chegando mas não quis descer até que ele chegasse, alguém poderia perguntar algo pra mim, e se eu não soubesse responder, entregaria todo o plano que havíamos feito.
      Draco andava de um lado pro outro no quarto, inquieto, mais pálido que o comum, e arrumado pra reunião.

-E se ele pedir pra fazermos a marca? -Ele disse se sentando e mexendo as mãos inquieto.

-Então faremos, qual a parte de: temos que fazer qualquer coisa pra ele acreditar, que você não entendeu?

-Eu entendi, só que me recuso a acreditar que ele pode pedir isso.

       Lupin estava sentado encostado na porta em completo silêncio, com uma cara um pouco irritada e ao mesmo tempo um olhar de pensamento vago. Ele não poderia descer com a gente, ficaria no quarto e chamaríamos ele caso algo saísse do controle. Ele provavelmente estava irritado com Bella, por ter o acusado de me contar sobre Voldemort.

-A marca seria uma das menores provas que ele vai pedir. Provavelmente mandara um dos dois matarem Dumbledore. É um dos poucos capaz de lutar contra ele.  -Lupin disse mantendo o rosto sério, Draco me olhou assustado.

-Talvez peça o mesmo que pediu a Rodolfo.

-Caiu mesmo nessa história? Acha mesmo que Voldemort precisa de proteção? Vi nos olhos dele o incomodo ao ver sua mãe, ela se sentiria honrada em ter o homem que ama de volta se ele tivesse servido a isso. É muito estranho sua mãe não ter ido junto também, já que quem cuidaria de você de qualquer forma seria Narcissa. -Remo abriu espaço pra dúvida, falando num tom enojado sobre Rodolfo.

    Eu e Draco nos olhamos e eu tentei manter minha mente focado no plano. Ouvimos na porta dois toques e ouvimos Narcissa dizer baixo e um pouco assustada. "Ele chegou."

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