Como se declara

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Musica recomendada: infinity

      Os corredores até a sala onde eu seria julgada eram gelados e de um azul forte. Os dois homens me arrastavam enquanto o ministro corria a nossa frente. As pessoas ao redor andavam com os rostos erguidas e postura seria, apressados demais pra se cumprimentar, mas não pra me encarar com desprezo. 

      O único som que se ouvia eram os sapatos tocando o chão e minha respiração acelerada. Todos pareciam maquinas sincronizadas assinando papeis, as folhas voavam pra mesa vizinha pra que o proximo fizesse o mesmo. 

     O ministro parou pra conversas com um outro homem, falavam baixo e olhavam pra mim. O ar autoritário e egocêntrico dos dois era exatamente igual, e ainda mais igual ainda foi o rosto de espanto que fizeram, olhando logo atrás de mim, eu me virei ao sentir que os dois que me carregavam se distraíram. Minha mãe, Remo, Draco e Narcissa. 

-Minha filha não vai ser julgada por algo que não fez. -Minha mãe disse erguendo o rosto. A primeira vez que me chamou de filha. 

-Podemos resolver isso da forma certa Sr. ministro. -Remo se aproximou. 

    Os homens que me seguravam não conseguiram me segurar com me debati e corri pra abraçar minha mãe. O primeiro abraço que ela me deu. 

-Você vai negar até o fim. Ouviu? Vai negar até o fim. -Ela sussurrou enquanto me abraçava impedindo de nos ver falando.

    Eu assenti com a cabeça e me coloquei do lado dela segurando sua mão. O ministro assentiu em concordância e nos deu sinal pra o seguir. 

Musica: Warriors

    A sala que entramos estava cheia, as pessoas conversavam antes de nos ver conversar, todas as varinhas tinham que ser deixadas do lado de fora. Antes de ter que ficar de frente pra oque parecia a pessoa que iria me julgar Draco me puxou e me deu um abraço. 

-Diz que foi você, eu sei oque fazer.  -Ele sussurrou assim como minha mãe, eu já não sabia quem seguir. 

  Ele me olhou nos olhos e tia Cissa que estava ao lado também, sabíamos nos entender assim. O ministro se sentou e ordenou que eu ficasse ao centro. 

-Luiza Black Lestrange, você foi trazida ao conselho, para apresentar provas de sua inocência, caso seu testemunho seja significativo, terá sua liberdade concedida. Até lá, você continua aos olhos do ministério sendo culpada por usar duas das maldições imperdoáveis. Aceita esses termos? -Sua voz era ensaiada e todos ao redor tratavam aquilo com naturalidade, era como se não estivessem levando alguem de 18 anos para Askaban. 

-Aceito. 

-E oque deseja dizer em sua defesa? 

-Oque ouviu na minha casa hoje, foi um mal entendido, eu nem sequer estava com a minha varinha quando meu tio estava comigo. 

-Mas ouvimos claramente você dizer que Lucius Malfoy já foi atacado com a maldição Cruciatus.

   Todos olharam pra mim, levantei os olhos pra minha mãe que me encarou esperando eu dizer o nome dela, mas eu não podia fazer aquilo, ela também iria se eu dissesse que foi ela. Mas não podia dizer nada sobre Voldemort, ou saberiam da reunião. Eu respirei fundo e voltei a responder. 

-Lucius já foi atacado com a maldição, mas não é de meu conhecimento quem o fez. -O ministro pareceu desacreditar. 

-E com relação a Rodolfo Lestrange. Também não é de seu conhecimento? Lucius afirma ter estado presente no dia que assassinou seu pai, que inclusive  implorou por misericórdia. Como se declara diante dessa acusação?  

   Olhei de novo pra minha mãe, e depois para Draco.

-Me assumo culpada. 

   Toda a sala se agitou, rostos incrédulos, com raiva e desprezo, Draco e Narcissa deram as mãos, Remo me olhava sem entender, e Bella se sentou com a cabeça baixa. O ministro pediu por ordem e silencio.

-Esta dizendo que matou seu proprio pai? -Ele não parecia acreditar que eu assumiria assim tão facil. Assenti em concordância. -Nesse caso, Luiza Black Lestrange, você esta condenada a prisão de Askaban, prisão perpetua. 

   Minha tia desabou junto ao som do martelo do ministro, todos da sala se alvoroçaram. Remo tentou correr pra me abraçar antes de me arrastarem pra fora, ele foi segurado por outros homens. Draco me olhava assustado, mas como quem garantia que ia dar um jeito.

  Até que não cheguei a porta não tirei os olhos da minha mãe, esperando que ela me olhasse pra que eu pudesse tentar explicar. Ela continuou com a cabeça baixa. Junto ao choro de Narcissa as vozes agitadas se abafaram ao eu passar pela porta. 

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