Eu estava sem fome, ouvir os comentários das pessoas e ver o rosto delas pra mim era desgastante. Então como não tinha nada melhor pra fazer decidi ir ouvir o discurso dele.
Eu tentava manter na minha cabeça tudo aquilo que ele havia me dito, pra não me deixar levar pela cara de pena que ele fazia.
Ele entrou na sala dele e me esperou passar pra fechar a porta, a aquela altura os meus cães de guarda já deviam estar rosnando querendo saber onde eu estava.
Ele se apoiou na mesa e eu me sentei na cadeira na frente dela. Ele demorou pra tomar ar pra falar.-Precisamos resolver isso.
-Isso? -Eu respondi impaciente de qualquer sentimentalismo que ele tentasse usar.
-Luiza, não precisa fingir que nada aconteceu aqui, estamos só nós dois. -Tinha algo errado no jeito que ele falava.
-Não sei do que tá falando.
-Vai mesmo agir assim? -Ele já começou a perder a paciência.
-Engraçado não? Você disse que ia me tratar como sua sobrinha e fingir que nada aconteceu, e agora que eu decido fazer o mesmo você fica bravo?
-Não estou bravo, eu só...-Ele passou a mão no rosto estressado. -Só tô tentando resolver as coisas.
-Não entendeu ainda né? -Eu disse rindo sarcástica. -Não tem nada pra resolver, não somos nada, não sei nem se um dia fomos.
-Não fala assim. -Ele deixou o rosto nervoso por um chateado.
-Ah que fofo, você pode me tratar como uma mera distração, depois como se fosse um cachorro de rua, e de repente o senhor Remo decide que é uma boa hora pra ser delicado.
-Não foi uma distração Luiza...
-Não, realmente não foi, você estava bem concentrado, se eu fosse um pouco mais idiota diria até que me serviu pra aprender com isso. -Ele me olhou com os olhos brilhando. -Serviu pra aprender a não confiar em homens gentis demais.
Ele engoliu seco e saiu de cima da mesa, parou um pouco perto de mim.
-Posso ver como ficou? -Ele disse baixo. -Aquilo soou estranho porque ele fez uma reação como se já tivesse visto.
-Bom, já que não tem nada pra resolver... E não vai querer ouvir oque eu queria te dizer...pode ir.
-Esse é seu plano? Me deixar curiosa pra ouvir seu discurso?
-É. -Ele disse um pouco baixo.
Eu suspirei e me arrumei na cadeira esperando ele começar.
-Vou ser breve, prometo.
-Ainda tem coragem de fazer promessas pra mim? -Foi quando olhei pra ele, e ele estava me olhando, senti o nó na garganta ao me lembrar que era o Lupin, mas persisti.
-Oque eu te falei na cidade foi ridículo, eu estava assustado com tudo, Sirius está estranho, eu tive medo dele te chatear na casa dos Weasley, e você achar que a culpa era minha por ter feito você ir pra lá. Você não é igual a sua mãe, é melhor que ela, é muito mais forte que ela. Eu tentei me desprender de uma responsabilidade, por medo. Coisa que você não faria. Não precisa voltar a me tratar bem, nem gostar de mim, mas só por favor me deixa tirar o peso das costas.
-Que lindo. -Eu disse fingindo desprezo. -E o peso em questão é o fato de ter acabado com a minha cara ou de fingir que não teve nada comigo.
-Eu não tenho controle e você sabe disso. -Ele cerrou os dentes.
-Ah, aí está ele, o Remo Lupin de verdade. Vai arranhar minha cara outra vez?
-Luiza para com isso. -Ele apertava as mãos e mexia a perna tentando se manter calmo.
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Novo Império
FanfictionUma Lestrange em Hogwarts, amores, problemas e muita magia. Uma linhagem lendária, um novo império, com uma nova história. Essa história contém inúmeros gatilhos. +16 Designer da capa: Anna Gabrielly Xavier Cruz