Tá tudo bem

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  Esse capitulo contem gatilhos de agressão.

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    Harry não conseguiu deixar as palavras saírem quando esbarrou com Draco que provavelmente ia entrar no meu quarto. Saí ao ouvir a voz dele e seu rosto era de raiva e nojo, não era de se surpreender que pensasse algo muito além do que era.

-Ele veio me contar uma coisa do Sirius. -Eu disse já tentando demonstrar que era algo simples.

-Ah é, o Blaise também só estava te ajudando a estudar não é? -Ele disse sarcástico enquanto Harry não sabia se devia ficar.

-Draco, por favor... -Eu disse já esperando que a historia se repetisse.

-Vai pro seu quarto Potter antes que eu faça você dormir debaixo da terra.

     Harry não disse nada, Draco me olhou de cima abaixo enquanto ele sumia no corredor. 

-Primeiro o Lupin, depois os gêmeos, Blaise, eu, Potter. Quantos mais? Confesso que to ficando meio perdido na quantidade. 

-Draco ele só veio me contar uma coisa importante.

-Tão importante que não pode esperar o dia amanhecer? 

   Eu respirei fundo e aceitei que ele não ia acreditar de qualquer jeito. Ele começou a falar e vir cada vez mais perto.

-Sabe Luiza, achei que depois do que eu te fiz ia pelo menos querer agradecer. -Ele disse enojado.

-Eu agradeci! Você mal levantou o rosto pra me olhar.

-Olhar pra pessoa que mentiu pra mim? Que ignorou tudo oque passamos pra ficar com alguem por carência? -Ele gritou e fechou a porta forte vindo pra mais perto, eu me afastava o quanto podia. 

-Carência? Você nem sequer se perguntou oque eu conversei com o Harry.

-Não imagino que tenham tido muito tempo de conversar. 

    Por reflexo, e admito que por raiva deu um tapa no rosto dele, eu nunca revidei nem mesmo nas brincadeiras de lutinha. Ele me olhou desacreditado no que eu tinha acabado de fazer. O rosto dele que me olhava com nojo agora foi coberto por ódio, o dobro do dia da torre. Ele agarrou meu braço e começou a falar.

-Quer mesmo que eu acredite que não fez nada com ele? Se até pro Lupin você teve a falta de vergonha de dar? Ou acha que eu sou o único que percebeu a forma que  você achou de suprir a falta que seu pai te fez? Você fica procurando qualquer amor que te faça esquecer que não teve isso da sua família. -Senti as lagrimas voltarem e o tremor de medo da forma com que ele estava falando. -Você não vale metade do amor que eu te dei, me arrisquei por você, eu daria minha vida por alguém que não se importa nem com si mesma, que dirá comigo! -Ele começou a falhar a voz e tentar disfarçar o choro apertando mais forte meu braço. 

-Draco, ta me machucando. -Eu implorei pra me soltar do mesmo jeito que fiz na torre.

-Não sabe sentir dor Luiza? Aprende! Quem sabe assim não faz o mesmo com os outros. Eu amava você, e nas duas vezes em que vim te pedir desculpas você não perdeu tempo em colocar alguem no meu lugar. -Aquela altura a escola inteira podia ouvir ele, ele me prendeu na parede e com raiva e chorando ele me fez desejar que Lupin aparecesse outra vez. -Que foi Luiza? Ta esperando seu herói chegar? Lembra quem te salvou no lago? Lembra quem te defendia da Bella? Lembra quem dormiu do seu lado na chuva? Quem tava do seu lado quando o seu querido herói cortou seu rosto? Lembra quando eu estive do seu lado? Ou só lembra de mim quando todos os garotos foram embora e só sobra eu? Que opção eu sou? A ultima, ou nem entrei na sua lista? 

     Eu tremia mais que quando estava no lago, ele me forçava contra a parede falando alto e segurando meu rosto pra olhar pra ele. Vi Lucius fazer isso com Narcissa uma vez. Ele bateu forte na parede atrás de mim.

-Fala! Fala alguma coisa! Cadê a sua coragem?

    Eu sabia que gritar pioraria as coisas, fechei os olhos e deixei entrar na minha cabeça tudo oque ele tinha dito, a sensação do corredor voltou. Visão escura, me faltou força nas pernas, eu não conseguia parar de tremer, sentei no chão enquanto ele chorava de raiva apoiado na parede. Me vendo tentar respirar e falhar ele reconheceu, outra ataque. 

-Luiza levanta. -Ele disse baixo me olhando tentar puxar o ar desesperada. -Eu não bater em você Luiza, levanta. 

-Para, por favor. -Eu disse tentando fazer minhas mãos pararem de tremer. 

-Já parei. -Ele disse reconhecendo que exagerou, tapou o rosto e começou a chorar. -Luiza levanta por favor. -Ele se abaixou e por reflexo eu tremi quando tentou tocar em mim, o rosto dele notando oque fez era indescritível.

-A maldição império. -Eu tentei explicar mesmo com a voz tremendo. -Ele estava sob a maldição. Harry descobriu. -Ele desmanchou o rosto.

-Então ele...

-Seu pai. Mandou ele fazer isso, pra você ficar longe de mim. Sirius viu ele falando. -Ele sentou no chão tentando associar. -Drac. -Ele me olhou. -Não faz mais isso, por favor. -Eu implorei e deixei o choro desabar. Ele fez o mesmo e me abraçou. 

     Ele não me soltou até minha respiração voltar e eu parar de tremer. Quando me acalmei ele me levantou.

-Vai me odiar por isso pra sempre. -Ele disse mal conseguindo me olhar.

-Já tô começando a me acostumar.

-Não tô falando do que eu te disse. -Levantei o rosto sem entender. -To falando disso.

   Ele puxou meu rosto e me deu um beijo, senti a lágrima do rosto dele passar pro meu. Eu não queria aquilo agora, mas se esse fosse o único jeito dele mostrar que se arrependeu, já servia de alguma coisa.
   Ele se afastou e me abraçou forte.

-Eu falei isso de você, mas só serve pra mim. Eu quem busco o amor que eu queria de você em outras pessoas, você não é nada daquilo. -Normalmente quem chorava nos abraços era eu, mas dessa vez quem teve que decifrar os soluços de choro fui eu. -Eu acreditei que você faria aquilo comigo, eu sei que não faria, eu vi seu rosto quando ele fez aquilo, mas me recusei a acreditar, por medo. Te ver no lago me fez notar o quão estúpido eu fui, e agora fiz tudo de novo.

-Drac, tá tudo bem. -Eu o levei pra sentar na beirada da cama. -Somos mais parecidos do que gostamos de admitir.

    Ele deitou a cabeça no meu colo e fiz carinho no cabelo dele pra se acalmar, a forma com que dois e cuidavam depois de se machucar só mostrava que identidade de tudo nunca íamos conseguir ficar longe um do outro.

-Quer que eu chame o Lupin pra vir aqui com você? Ele sabe te ajudar com as crises melhor que eu. -Ele disse limpando o rosto.

-Não, e você não pode sair, já passou do horário de estar não dormitórios, se sair no corredor e te pegarem seu pai vai saber.

-Então eu..

-Vou pegar seu travesseiro.

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