Novo Império

Vai passar

   Draco voltou em silencio pra perto de Narcissa que o abraçou.

-Tratar ele como uma criança não vai fazer ele voltar a ser uma Narcissa. -Lucius disse enojado. 

-Antes isso do que não cuidar dele. Esta vendo em sua frente o futuro de pais com essas atitudes. 

-Ele merece, é um traidor. -Lucius rosnou. 

-Você também só conseguiu trazer esse garoto enfeitiçado Lucius, oque pensa que é? 

  Lucius veio rapido na nossa direção e Draco se colocou a frente da mãe, e eu a frente dos dois. 

-Oque vai fazer Lucius? Vai usar o feitiço em mim outra vez? -Todos olharam espantados, como alguem tortura uma mãe que só quer proteger o filho? 

  Antes de Lucius sussurar algum xingamento o lorde interviu. 

-Podem terminar seus problemas familiares depois. Luiza. -Ele me chamou dando sinal pra terminar com Rodolfo. 

 Enquanto eu me aproximava Narcissa me chamou pra voltar e não fazer aquilo, mas antes de fazer o apelo, Lucius disparou o feitiço nela. Ver alguem que eu amava sofrendo aquilo, não era a mesma coisa, e num impulso descontrolado eu disparei o mesmo em Lucius que também caiu em agonia. 

 Minha mãe correu em ajuda da irmã, e com a distração de todos Rodolfo se soltou e antes de alcançar a sala o lorde gritou: avada kedavra. Todos se levantaram e foram até a sala ver. Eu assisti de longe ele sumir como poeira. Sem nenhum sentimento. 

   A cobra rastejou até lá infeliz por não ter nada pra se alimentar. E antes do Lorde vir pra perto de mim Lucius se levantou e apostou a varinha na minha direção, meu estomago pareceu revirar e se contorcer, junto com uma dor imensa que parecia vir de dentro, mas ao mesmo tempo parecia que facas ardentes perfuravam cada centímetro do meu corpo. Ele me lançou a maldição cruciatus. 

   Hoje sei que foram frações de segundos antes de Draco intervir, mas parecia uma eternidade. Draco fez o mesmo com o pai, e não parou enquanto o lorde não ordenou, ele mal piscava, não parecia ter sentimento nenhum ouvindo o pai gritar e se contorcer. Quando Lorde mandou-o parar só se ouvia a respiração de Lucius. 

  -Já provaram o bastante. 

Musica recomendada: The end of the world - Billie Eillish e I love you

                                                                                                                          ~

     Eu, Draco e Narcissa subimos, eu ainda andava com dificuldade, a dor era literalmente insuportável. Quando entramos no quarto Lupin estava lendo pra garotinha que havia passado no corredor. Ele se levantou de imediato ao nos ver. 

-Ouvi gritos. Oque aconteceu? -Ele disse desesperado ajudando minha tia a se sentar, Draco segurava o choro. 

-A maldição, ele usou. -Narcissa disse retomando o folego. -Lucius, Bella, Draco, Luiza, todos eles usaram.

-Ele usou de novo? -Lupin disse desconsolado, ele sabia oque Lucius havia feito. 

-Eu prometi, prometi que não ia deixar ele fazer isso de novo. -Draco disse tentando não desabar. -Prometi pra você.

-Você era pequeno meu querido, não é sua culpa. -Narcissa disse abrindo os braços pro filho. 

   Draco por muitas vezes me distraiu dos problemas, me fez não ouvir as brigas e fingia não chorar com aquilo, mas ele precisava tanto quanto eu de alguem pra o proteger, ele merecia. 

-Isso vai passar. -Uma voz doce e tranquila cortou os soluços de Draco. A garotinha sorriu pra ele. -É oque a mamãe me disse, que toda dor passa um dia. 

  Todos se entreolharam preocupados em a mãe da menina entrar e ver Lupin. 

-E quem é sua mãe pequena? -Narcissa disse oferecendo espaço no abraço dela. A garotinha foi até ela e respondeu.

-Ela se chama Bellatrix, e tem o cabelo igual o seu. -Ela apontou pra mim que mal respirava.

   Olhando de novo, eu entendi porque os olhos dela me chamaram atenção, os olhos eram iguais ao da minha mãe. Narcissa a abraçou apertado, oque a fez rir, e com isso contagiar o ambiente com a inocência dela. 

   A porta abriu num movimento rapido, era Bella, ela olhou para nós e tentou entender se a garota havia contado. Antes de dizer qualquer coisa a menina correu pra ela, a dando um abraço. Ela me olhou e pela primeira vez vi os olhos dela se encherem. 

-Delphini, porque não vai com o Tom? -Ela disse não querendo demonstrar mais carinho a ela do que jamais me deu.

-Mas eu fiquei tão pouco com você. -Ela choramingou e estendeu os braços pedindo colo. 

-Você pode ficar comigo ou com Lupin Delphini, sua mãe precisa resolver algumas coisas. -Narcissa disse tentando a convencer. 

-Ta bem, ela chamou o papai de Tom, então tem mesmo alguma coisa pra resolver. 

   Uma das poucas vezes que vi minha mãe dar ao menos um sorriso de canto pra uma criança. Ela me olhou e assentiu em despedida. Fechou a porta e todos ficaram me vendo olhar a menina, era tão parecida com o pai, mas os olhos eram de Bella.

-Ele é o seu pai? -Ela apontou pra Lupin falando comigo. 

-Não, não é, o meu pai ele...ele morreu. -Era estranho chamar ele de pai, e ainda mais saber que estava morto, preferia quando não sabia  dele. 

-Ah, eu sinto muito. Mas pelo você tem sua mãe. 

-É. -Era informação demais pra uma criança. 

   Estavamos esperando todos irem embora, ela brincava no quarto e eu fiquei observando ela, encostada no ombro de Lupin. Cissa e Draco estavam sentados na cama quando ela se aproximou deles.

-Você tem o mesmo desenho dos amigos do papai. 

-É, é um desenho que fica pra sempre. -Ele disse tentando fingir que aquilo não o deixava chateado.

-É a Nagini no desenho. Eu brinco com ela as vezes. -Ela se sentou no colo do Draco e começou a olhar a marca. -Uma vez ela me fez um machucado, igual o seu. -Ela apontou pra mim. -Mas o meu passou rapidinho, nem dá pra ver mais. 

-O da Lu vai ficar por bastante tempo, mas acho que ela fica bonita com ele, não acha? -Ela abriu um sorriso lindo e balançou a cabeça assentindo.

-Parece aquelas guerreiras dos livros. -Eu e Draco nos olhamos lembrando de Blaise. 

      Narcissa havia encostado na cabeceira e dormiu. Remo estava viajando com o pensamento, dei a mão a ele que voltou. 

-Acho que já foram. -Ele se levantou e abriu um pouco a porta pra checar. 

      Não nos damos conta que já era madrugada. Desci as escadas com Lupin e olhamos a casa toda, tudo vazio, inclusive Lucius havia ido. De qualquer forma, lacramos todas as portas e subimos para dormir. Deixei minha tia dormir em meu quarto. Lupin se despediu e foi para o quarto de visitas. 

     Delphini se deitou no quarto de Draco mas se recusou a dormir, sem antes lermos uma historia e darmos a ela um copo de chá, disse exigente. Draco desceu pra fazer o chá e eu li a ela um livro sobre as guerreiras que ela disse eu me parecer. Ver ela fechando devagar os olhos e por fim não os segura-los abertos me dava uma sensação  entranha, mas boa. 

     Desci as escadas e Draco esperava a água ferver sentado no chão.