Fumaças no céu

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Abri os olhos. Mas um dia, ou tarde ou noite, não se tem noção das horas, ainda mais quando o céu esta nublado, oque acontece a maior parte do tempo. A pequena abertura na cela me permitia ver alguns dos dementadores no lado de fora, estavam mais agitados que o normal.

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Enquanto eu riscava mais um dia na parede de pedra fria, ouvi alguns detentos se agitarem, imaginei que seria uma das raras visitas do ministro, mas não ouvi ninguém, apenas passos e sussurros. Quando olhei novamente pela abertura, os dementadores estavam agrupados, e na frente deles um jato de fumaça escura passou como um raio, mais um, e mais outro, não eram dementadores.

Tentando entender do que se tratava gritei para que alguem me respondesse, questionei oque eram aquelas coisas, e fui respondida com risadas altas, seja lá oque for, os dementadores não estavam se importando com a presença deles.

Ouvi as paredes deixarem cascalhos caírem, e junto delas os risos dos presos aumentaram o volume, e depois uma risada impossivel de não reconhecer, mamãe.

Explosão seguida de explosão, o som ia aumentando a medida que se aproximava da minha cela. Pela fresta eu via os comensais que estavam presos voando como sombras, os dementadores junto deles, e então uma explosão ensurdecedora sinalizou que chegara minha vez.

A poeira baixou devagar, e a minha frente com os olhos brilhantes e rosto erguido de orgulho, minha mãe me estendeu a mão. Me ajudou a levantar e me puxou pra um abraço rindo.

-Isso é pra nunca mais me desobedecer mocinha.

-Não vou mãe.

Ela me olhou sorrindo por eu a ter chamado assim. Me entregou minha varinha, e me levou até a beirada da abertura que a explosão fizera. Abaixo de nós o mar violento batia na construção, o céu lotado de sombras violentas de comensais em voo livre. E ao longe enxerguei na neblina alguns bruxos em vassouras.

Ela me olhou e se desfez em uma sombra cinzenta, se juntando aos outros. Enquanto ela ia uma das vassouras desceu e quase arrastou os pés na água, seguido de uma subida que mostrava que era alguem experiente. Pôs-se a minha frente, Remo, com o cabelo bagunçado e respiração ofegante.

-Ainda sei andar nisso. -Ele riu me vendo abrir um sorriso.

Deu sinal para que eu subisse e segurasse firme em sua cintura. Num impulso rapido ele desceu pra perto do mar, consegui toca-lo fazendo uma marca na água, naquela imensidão de neblina se via apenas dezenas de sombras negras, dementadores e bruxos encapuçados em suas vassouras.

A risada de mamãe viajava pelo ar frio, então quando subimos mais, consegui ver a prisão de Askaban se afastando e se tornando pequena a medida que a neblina a cobria. Uma multidão de dementadores nos seguia, mas não como inimigos, pareciam estar do nosso lado.

Deixando pra trás os dias de sofrimento que passei sentindo finalmente o vento soprando no rosto, abracei forte Lupin que olhou rapidamente pra trás.

-Não pode se atrasar pro baile querida.

Tive a noção de quanto tempo havia passado, o meu aniversário, todas as provas, eu tenho 19 anos agora, e não sabia disso a segundos atrás. Sentir minhas mãos tocando outra pessoa era estranho mas ao mesmo tempo, era algo que me fazia querer estar ali pra sempre.

Era como se eu não os conhecesse mais, mas ao mesmo tempo tinha necessidade de os ter perto. A neblina foi baixando, eu perdi a noção de tempo de novo, já conseguia avistar o castelo ao longe.

As janelas enormes pareciam pequenos pontinhos de luz, mas ainda era majestosos. Os dementadores e os outros comensais se dispersaram e seguiram outra direção, enquanto eu, Remo e mamãe seguíamos para Hogwarts.

Vi dois pontinhos sobrevoando e pareceram se agitar ao nos ver. Minha mãe disparou na frente e deixando a forma de sombra se sentou na vassoura da outra pessoa, que pareceu cambalear com o impacto.

-Conseguiram! Conseguiram! -A voz inigualavelmente doce de Cissa ecoou, junto da risada de Sirius.

Chegando mais perto consegui ver o imenso sorriso dos dois.

-Tudo certo pra ela entrar? -Remo os questionou.

-Molly e Arthur estão atrasando o ministro de qualquer informação. -Cissa confirmou. -Aproveite querida. -Ela disse gentil enquanto Sirius entregava a Remo uma pequena mala.

Minha mãe deu um sorriso e Sirius assentiu. Remo desceu por a passagem do corredor, e aterrissamos no gramado do pátio. Seguimos em silencio até uma sala.

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