Dodicesimo Capitolo

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Bernardo Santinelle

Assim como Pietro, eu estou ainda olhando para Benjamin de uma forma abismada por ele realmente ter aceitado nossa proposta, claro que o menino cresceu muito nos últimos dois anos, e como meu palpite original, naquela época ele realmente tinha apenas quinze anos, e hoje já vai completar seus dezoito anos.

Uma pessoa de dezoito anos que esteve nas ruas sabe calcular bem os riscos, espero que ele pelo menos saiba mesmo.

Claro que tanto eu quanto Pietro também mudamos muito nesse tempo, a mudança faz parte da vida afinal, a começar com o fato de nem eu nem ele querermos outros filhos, embora o conselho quisesse muito, mas eu e Pietro ficamos totalmente traumatizados depois da perda de Soren e não queremos passar por nada parecido.

Samuel é tratado por nós como um pequeno príncipe, ele é mimado, mas nem tanto, claro que tanto Hericco, quanto Isabela o mimam demais, mas eu e Pietro conseguimos controlá-los.

Pietro estava certo, dês de quando era um bebê Samuel sempre foi mais amoado, e não gostava de ficar perto de pessoa, chorava quando colocávamos ele no colo de Luccas ou até mesmo o da Maju, ele sempre foi grudado comigo e Pietro, e isso nos ajudou muito nos nossos primeiros meses depois do seu nascimento e da perda de Soren.

Eu o procurei, movi céus e terra a procura do nosso bebe, mas eu não encontrei nem mesmo um grão de poeira sobre o desaparecimento dele, o que levou a todos a concluir que alguém muito experiente vez isso, a agora com as informações mais recente sabemos que foi a máfia francesa, mas não podemos ameaçar eles ou até começar uma guerra sem provas, e para isso temos que pegar a pessoa que facilitou a entrada deles no pais, e mesmo não dizendo a Pietro eu sei que tem. Por isso aumentei a segurança dele e de Samuel, mesmo eles não percebendo tem homens com eles vinte e quatro horas por dia, e bem mais de um homem, eu não quero que aquilo se repita.

Eu ainda me lembro dos dias que sucederam o sequestro de Soren.

Dois Anos Antes

Já faz três dias dês do maldito sequestro de Soren, eu mal parei em casa, coloquei cinco países a procura dele, tanto na Itália, quanto na Alemanha, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos estão procurando até debaixo de pedras para achar meu filho, mas isso não está dando nenhum resultado.

Já era quase uma da manhã quando finalmente cheguei em casa. Assim que passei pelo quarto de Samuel e Soren, escuto alguma coisa se movimentando lá dentro, e isso me faz entrar em pânico interno.

Assim que coloco minha arma nas mãos, eu entro devagar me deparando com Pietro olhando Samuel dormindo tranquilamente.

Quando o moreno nota minha presença, ele aponta a arma para mim, mas assim que vê meu rosto a abaixa.

- Oi - disse ele baixinho.

Pela primeira vez em três dias olhei meu marido, Pietro estava péssimo, com olheiras fundas nos olhos, descaço e com o cabelo todo bagunçado, seu corpo parecia pálido, e sua boca tremia, demonstrando o frio que fazia a noite.

Vou até a cômoda e pego uma das cobertas e jogo em seus ombros.

- Me diz que conseguiu alguma coisa - pede ele, suplicando com o olhar.

- Infelizmente nada – digo.

Pietro desaba na minha frente, e se eu não fosse rápido ele teria caído no chão, e assim ele chorou bem baixinho para não acordar Samuel que ainda dormia calmamente.

Dois Anos Depois.

Foram dias terríveis, quase não nos recuperamos, principalmente Pietro, então concentramos todo isso em proteger o máximo que pudermos Samuel, para que nós não o perdêssemos também.

Agora, depois de dois anos Samuel finalmente se conectou a alguém, uma pessoa que já conhecemos, que provou que não quer apenas nosso dinheiro, mesmo assim que tem um passado tão sombrio e oculto.

Eu vi nos olhos dele naquele dia o quando ele se encantou pelo menino, assim como eu, não posso negar. Mas ele estar aqui dizendo que aceita ir embora para a Itália com a gente é uma coisa sua real.

- Esperávamos que aceitasse - disse Pietro sorrindo para mim depois para o menino que ainda estava com Samuel no colo.

- Samuel - digo chamando a atenção do meu filho - você poderia ir brincar com os brinquedos no quarto enquanto conversamos com Benjamin?

- Mais vamos embora a noite - resmungou ele se aconchegando nos braços de Benjamin - queria ficar mais um pouco com ele.

- Mas meu amor - disse Pietro chegando perto e tirando Samuel do colo de Benjamin - ele vai embora com a gente.

- SÉRIO? - gritou animado, olhando para Benjamin que apenas concordou - então eu vou, mas volto assim que me chamarem.

E com isso Samuel foi animado para o quarto brincar.

Pietro se sentou no sofá menor, e apontou para que Benjamin se sentasse na cadeira, e eu me sentei lá, ao lado do meu marido.

- Acho que precisamos discutir umas coisas - disse ele bem sério olhando o menino que apenas concordou - se quisermos que isso de certo preciso que responda nossas perguntas, mas se tiver alguma que ficou desconfortável e só avisar. Tudo bem? - perguntou ele calmamente.

- Tudo - respondeu o menino baixinho.

- Precisamos saber até que ano você fez na escola - digo o olhando.

- Eu cheguei a completar o fundamental um, que seria do primeiro ao quinto ano, e fiquei até o oitavo, mas sai antes do final - disse ele baixinho e me pareceu envergonhado.

Por que uma criança de quatorze anos abandonaria a escola assim? Não é uma coisa normal, tanto eu quanto Pietro sabemos que tem mais aí, mas não vamos insistir.

- Quando estivermos na Itália eu começarei a fazer a faculdade que venho adiando porque Samuel não se acostuma com ninguém - informou Pietro - mas a minha aula do e das oito ao meio-dia, então as 12:20 eu estarei em casa, e como exigência nós queremos que você termine a escola - disse meu marido olhando o menino, que na hora ficou branco.

- Eu não entendo - disse ele meio embananado.

- É muito simples - digo pela primeira vez - enquanto Pietro estiver em casa você estará terminando seus estudos, ou por EAD ou presencial, aí é decisão sua, mas queremos que termine, e que provavelmente no futuro faça faculdade - digo vendo o menino ficar mais branco ainda.

- Você nos disse que fala italiano – constatou Pietro uns segundos depois.

- Parlo un po d'italiano (Eu falo um pouco de italiano) - disse ele perfeitamente, em um italiano que nem tinha sotaque português, o que me surpreendeu.

- Muito bem - elogiou Pietro fazendo o menino ficar todo vermelho de vergonha - mas ainda quero que acabe a escola.

Pietro não é uma pessoa que desiste fácil, ele quer que o menino acabe a escola, e nem que ele tenha que sequestrar o menino e o levar a força para a Itália meu amor conseguira o que ele quer.

- Só se for escola pública - disse ele baixinho.

- Quase todo o sistema educacional italiano é público - digo o olhando - mas para o seu azar você estudara provavelmente como vemos que e muito tímido por EAD em uma das únicas escolas particulares do territorial italiano, onde eu estudei, a Universidade Geral da Sicília. 

Te Encontramos Novamente Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora