Te Encontramos Novamente Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 02)

Trentesimo Capitolo

Dimitri Santinelle Petrov

Cinco Meses Depois.

Moscou, Rússia.

Respiro fundo mais uma vez.

Digamos que eu consegui fugir dos meus primos por dois dias inteiros, porém, agora como eu não posso mais fugir deles, ainda mais porque Maycon está me forçando praticamente a almoçar com meus pais, e minha linda mãe achou uma boa ideia chamar meus primos para esse jantar.

É exatamente isso que estou fazendo nesse momento, na verdade estou me arrumando e esperando meu lindo e maravilhoso noivo aparecer, o que não demora muito para acontecer.

- Nenhum sorrisinho? - perguntou tentando fazer uma graça, o que me faz apenas olhar sério para ele – fazer cara feia não vai fazer com que eu deixe que fure com seus pais hoje.

- Amo meus pais – afirmo segundos depois me levantando logo em seguida – meus tios, primos e toda a minha família, toda ela, mas esses almoços com a família geralmente acarretam perguntas, meus pais as vezes me olham estranhos esperando que eu fale alguma coisa – digo querendo muito chorar, mas me contenho, mesmo que seja em frente a ele ainda não quero demonstrar esse lado de mim agora – eu os amo, porém, eles querem que eu faça e fale uma coisa que eu não posso e acima de tudo não quero, pelo menos não nesse momento – admito calmamente me sentando novamente.

- Sei que as perguntas são irritantes, e os olhares ainda mais – disse se sentando ao meu lado e me encarando, logo depois ele começa a passar a mão sobre o meu rosto - porém, lembra o que o psicólogo disse? Você precisa voltar aos poucos a ter uma vida normal e saudável, e isso inclui fazer programas de família as vezes – completou.

- Maldita hora que eu te contei isso – resmungo baixinho com um biquinho nos lábios nada felizes – mesmo assim é irritante.

A única coisa que Maycon fez depois disso foi sorrir para mim, acho que é a única coisa que ele poderia fazer na verdade, o que não me ajudou em nada, mesmo que goste de ficar observando seu lindo sorriso.

Por poucos segundos sorrio calmamente para ele também, não um sorriso forçado, mas sim um verdadeiro que eu não dou para muitas pessoas ultimamente,

- Não podemos ficar muito tempo – digo olhando no fundo de seus olhos – tenho algumas coisas para resolver – completei segundos depois.

- Sei que seu trabalho é importante – disse calmante pegando na minha mão - como também sei que hoje é o último dia de Nikolai antes que ele volte para o internato, seu primo precisa de você, é o último ano dele e depois de tudo ainda terá que assumir por completo suas responsabilidades aqui – disse me fazendo fechar os olhos.

- Todos passamos por isso assim que saímos daquele internato – digo me levantando logo em seguida - somos mandamos para la por um motivo, ele já provou que dá conta de tudo, agora só falta acabar com isso e assumir seu posto de nascença – completei, mesmo que as vezes não acreditasse em nada que eu mesmo dizia.

- Poderia mudar isso - falou segundos depois se levantando e vindo para a minha frente - você é o Capo, Dimitri Santinelle Petrov, só o homem mais poderoso da Russia, pode mudar essa quando quiser para que seu primo não passe pelo mesmo que você e Katharine passaram – disse tentando mesmo puxar para o meu lado mais humano.

- O que eu e Katharine passamos só serviu para nos deixar mais fortes – afirmo segundos depois – Nikolai vai superar, ele é meu primo e um Petrov precisa disso se quiser sobreviver aqui.

Embora pareça cruel essa é a realidade, ele precisa aprender a sobreviver a Russia, infelizmente o único jeito é tirá-lo de sua juventude e colocá-lo para trabalhar de uma vez aqui dentro.

- Se você diz.

Maycon Ryan

Ser o noivo de Dimitri Santinelle Petrov é a coisa mais difícil que eu posso colocar e palavras, mas eu não trocaria meu pequeno e bravo Dimi por ninguém nesse mundo.

Esse almoço na verdade está tenso, os italianos estão tentando quebrar o clima, mas o Sr. e a Sra. Santinelle Petrov não parecem estar no clima. Nikolai e Katharina estavam em uma conversa animada com Isabela e Luccas Santinelle, enquanto Bernardo se dividia entre conversar com Elisabetta Santinelle Petrov e o próprio Dimi, que estranhamente conversava com o próprio primo de boa, mesmo ainda estando sempre sério demais, então estou considerando isso uma vitória muito boa.

- Ainda me lembro quando você era uma criança - a sra. Elisabetta disse olhando o sobrinho – quando seus pais vinham para cá com seus pais e você corria pela neve no quintal – continuou fazendo o italiano sorrir com elas – agora você até mesmo tem dois filhos.

- Fazem realmente muitos anos tia – disse com um pequeno sorriso nos lábios enquanto sorria um pouco mais forçado, mas isso é quase imperceptível - já estamos enormes, meu pai sempre diz que nem mesmo viu o tempo passar.

- Eu concordo com ele – disse ela comendo um pouco mais – parece que foi ontem que Dimitri começou a andar sozinho, e agora já é um homem que tem que lidar com as próprias decisões – falou olhando para Dimi e sorrindo para ele por alguns instantes antes de voltar a olhar Bernardo.

- Dimitri cresceu muito – disse voltando o olhar para o primo que continuava sério – ainda lembro quando você era só uma criancinha, ou ainda quando entrou no interno.

- Fiquei horas explicando para ele com quem poderia e com quem não poderia mexer para que não começasse uma pequena guerra – Isabela Santinelle disse com um grande sorriso como se lembrasse dos velhos tempos.

- Eu lembro disso – respondeu alguns segundos depois, me olhou brevemente antes de voltar seu olhar para Isabela Santinelle – acho que foi o que me manteve vivo naquele inferno de escola.

Nikolai apenas parou de comer um pouco, olhou para ele e depois voltou como se nada tivesse acontecido.

- É só um internato – meu sogro disse segundos depois – um inferno deve ser um exagero para falar sobre aquele lugar.

- Vai por mim tio, não é um exagero - Luccas Santinelle disse olhando no fundo de seus olhos.

- Assino embaixo sobre aquele lugar.

Olho para eles, e todos, até mesmo a sra. Elisabetta parecem concordar com isso, mas sinceramente, como uma simples escola pode ser tão horrível assim?