Te Encontramos Novamente Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 02)

Trentaduesimo Capitolo

Pietro Santinelle

Bernardo avisou que chegaria provavelmente hoje na parte da noite, essa semana realmente tem sido conturbada então estou contando os segundos para estar com ele novamente. Já era por volta de meio-dia quando a porta foi aberta revelando Bernardo.

Confesso que assim que o vi tomei o maior susto, estava esperando que ele chegasse mais tarde, como havia dito que chegaria.

Assim que ele se aproxima me levanto e vu em sua direção, mas não chego antes de Samuel, que já tinha saído correndo para os braços do pai.

- Não sabia que chegaria agora - digo me aproximando dele e o abraçando finalmente.

- Queria fazer uma surpresa - disse ele beijando meus lábios - so vou tomar um banho, tivemos um problema.

- Algo para se preocupar? - pergunta já preocupado pensando que isso poderia envolver Salvo.

- Nada - afirmou ele, mas não me convenceu nada.

Bernardo deixou Samuel em meu colo enquanto subia, alguma coisa tinha acontecido e estava com medo do que poderia ser.

Bernardo Santinelle

Não quero preocupar Pietro com o que aconteceu no avião, ele já está preocupado demais com tudo o que vem acontecendo, mas também não posso mentir para ele sobre isso, só preciso achar uma maneira calma e adequada para contar.

Depois do banho eu me troco rápido e já saio, aviso brevemente Pietro do motivo da minha saída, mas sem dar muitos detalhes.

Assim que chego no galpão onde o homem ja estava com Graziella olhando para ele.

- O que tinha no uísque? - perguntei assim que cheguei, não sendo nada educado com minha prima.

- Um tipo de sonífero - disse ela ainda olhando para eles - tipo boa noite Cinderela – completou calmamente sem me olhar.

Meu relacionamento com Graziella está abalado a anos, sendo sincero nem mesmo sei por que deixamos de ser próximos, mas ela se afastou e eu estava ocupado demais para me preocupar com isso naquele momento, então apenas ignorei completamente seu comportamento estranho, na verdade estou ignorando nesse exato.

Chego mais perto dele, o mesmo já estava acordado, mas de cabeça baixa, ainda vestido quase completamente.

- Quem te mandou? - pergunto, porém, não recebo resposta.

Vejo Isabela na porta, ela se aproxima e começa a fazer o que tanto ama. Depois de uns minutos de tortura finalmente vou para perto novamente.

- Quem te mandou? - pergunto novamente.

- Pierre Rossi - disse ele com dificuldade, suponho que pela dor - ele queria o Capo italiano, vocês estarem em um avião sozinho, eu achei que seria fácil enganá-los – disse com um pequeno sorriso infeliz nos lábios.

Depois da informação olho para Isabela que entende logo. Logo após essa confissão deixo aquele lugar com Graziella ao meu lado.

- Mande mensagem para Amelie, e peça educadamente para que ela mande um aviso para nosso querido Pierre Rossi – mando com muita raiva daquele desgraçado.

Ainda temos que ter uma conversa com Benjamin, e para isso eu preciso contar para Pietro algumas coisas que descobri.

__________*__________

Assim que eu cheguei em casa vejo Pietro parado me esperando.

O olhar dele não estava nada bom, e com aquele olhar eu só penso que ele pode me colocar para fora do quarto, ou seja, no sofá, e eu sei que Pietro faria isso, afinal eu conheço o homem com quem me casei. Claro que o que aconteceu de manhã não vai passar.

- Acho que agora você pode me contar exatamente o que esta acontecendo, Bernardo Giusseppe Francesco Santinelle - com a maior certeza a coisa não está boa para mim, Pietro falou meu nome completo, ele realmente está irritado.

- Isso pode esperar - digo me aproximando dele, recebendo um olhar nada agradável dele - eu tenho algo que precisamos discutir, sobre Benjamin - isso desperta a curiosidade de Pietro ao extremo, sei disso pelo seu olhar que se foca em mim no mesmo segundo.

- O que aconteceu? - perguntou ele se sentando no sofa e eu me sento ao seu lado segundos depois.

- Quando estávamos indo para a Russia, Luccas e Isabela me avisaram Marcos Ferrera está vindo para a Itália em um mês - digo vendo ele franzir as sobrancelhas - ele é o líder de uma das maiores facções do Brasil. Isabela e Luccas fizeram uma pesquisa completa sobre ele e sua esposa, e descobriram que Benjamin e filho da esposa dele e do irmão dele que morreu a alguns anos - informo vendo-o me analisar por um tempo.

- Bernardo - ele diz me incentivado a continuar.

- Um dos nossos informantes disse que quando tinha quatorze anos o menino desapareceu como um fantasma, ninguém conseguiu encontrá-lo - digo olhando para ele.

- Acha que algo aconteceu? - ele fez a mesma pergunta que eu

- Tanto eu quanto Isabela e Luccas achamos que sim – digo com uma cara seria - por isso temos que conversar com Benjamin e saber exatamente o que aconteceu, já que vamos negociar com esse homem, eu preciso saber quem ele é - afirmo olhando para Pietro.

Benjamin Ferrera

Eu e Samuel estávamos brincando quando o sr. Pietro chegou na porta, ele ficou um tempo nos olhando antes de finalmente interromper nossa brincadeira.

- Olá - disse ele sorrindo meio forçado para nos dois - Samuel se importa em ceder Benjamin par mim uns minutos? - ele perguntou olhando para o menino calmamente.

Samuel me olha um tempo e depois olha para o pai, e mesmo que não querendo ele afirma com a cabeça. Sorrio para ele em sua fofura emburrado e lhe dou um grande beijo a bochecha, o que o faz soltar uma risadinha.

Vou andando ate o sr. Pietro e ele me conduz para fora do quarto.

- Em que posso ajuda-lo? - pergunto não entendendo a cara seria dele.

- Nos precisamos conversar - disse ele mais sério ainda.

O sr. Pietro me conduz ao seu quarto e do sr. Bernardo e eu já encontro o mesmo sentado nos esperando, também com uma cara seria.

A cara seria dos dois me da um frio na espinha, eu me sento na cama e o sr. Pietro vai ao encontro do marido se sentando na poltrona ao seu lado.

- Benjamin - disse o sr. Bernardo - a algum tempo nos descobrimos que estava acontecendo tipo uma luta entre as facções no Brasil - ele diz e eu na mesma hora fico tenso - o sr. Marcos Ferrera vira a Itália em um mês para conversarmos - esquece o tenso eu estou apavorado - nós sabemos que ele e seu tio, e que fugiu dele - apavorado já está virando fichinha para cada frase que ele falava, meus sentimentos estão muito além disso agora.

Eu fugi desse homem dês dos meus quatorze anos, eu me escondi dele por toda a cidade, e agora que finalmente consigo estar longe dele ele vem até mim?

O sr. Pietro percebeu o meu apavoramento e vem ate o meu lado.

- Em primeiro lugar - disse ele me abraçando, me puxando para o seu peito - nos sabemos que algo aconteceu - me afirmou ele - mas precisamos saber o que aconteceu para sabermos com quem estávamos lidando.

Eu não tenho mais escapatória, ele está vindo para a Itália e se eles não me ajudarem ele vai me achar, já que nunca parou de me procurar, mesmo depois de quatro anos.

- Quando eu tinha quatorze anos o meu pai morreu em um acidente de carro - começa me segurando para não chorar - eu nunca acreditei nisso, sabia que tinha algo a mais, meu pai andava estranho ultimamente, foi algo que ele descobriu, e eu tinha certeza de que isso o havia matado - digo sorrindo sem nenhuma emoção - foi quando minha mãe se casou com ele, o irmão mais novo do meu pai. Meu pai nunca gostou dele, eu também não gostava muito dele, mas ela se casou com ele, e um tempo depois meu irmão nasceu. As coisas começaram a ficar difíceis mesmo quando comecei a ficar mais velho, mesmo só tendo morado com a gente por alguns meses comecei a crescer, e aí ele começou a me tratar estranho, mas eu ia levando. Até... Até aquela noite...