Te Encontramos Novamente Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 02)

Trentaquattresimo Capitolo

Isabela Santinelle

Depois da ligação de Bernardo eu me pego pensando no que poderia ser tão sério e grave para ele ter tanta raiva de Marcos Ferrera.

Há varia opções na verdade para isso na verdade e minha curiosidade nesse momento está nas alturas, mas isso não é um problema meu de qualquer jeito.

Estou perdida em meus pensamentos em conjunto com todo o meu trabalho, que está indo muito bem na verdade, porém, é muita coisa que tenho para fazer hoje.

Respiro fundo e continuo analisando a contabilidade de uma das novas empresas que eu investi recentemente, em conjunto com Henrique estamos pensando em abrir uma franquia de escolas ano que vem na verdade, penso em começarmos com uma escola primária e depois subir parra os próximos anos.

Estou perdida nesse pensamento sobre esse futuro investimento que nem mesmo noto quando Henrique chega em casa, não que essa seja a casa dele, esse ainda é meu apartamento, só meu, mas ele tem passado mais tempo do que eu gostaria de admitir aqui ultimamente.

- No que tanto pensa? - perguntou segundos depois se sentando na minha frente enquanto comia o resto de comida japonesa que pedimos ontem à noite.

- Em muitas coisas - digo sendo misteriosa enquanto roubo um pouco de comida dele.

- Aposto que sua curiosidade está voltada a Benjamin Ferrera – constatou segundos depois, eu não pude negar então apenas assenti – sabe que eu o conheci antes daqui? - perguntou me deixando ainda mais curiosa do que antes.

- Como?

- Meus pais meio que conheciam o pai dele, nos vimos umas duas vezes antes que eu saísse de casa – disse dando no ombro como se aquilo não fosse realmente interessante.

- Como é esse tio dele? - perguntei querendo me preparar para a chegada do homem, isso seria bem mais fácil se eu soubesse como ele é de verdade.

- Um homem realmente vil – afirmou segundos depois parando de comer e me olhando – eu não suportava o homem, ele é só um assediador idiota que sempre se safava pelo dinheiro que sua família tem – afirmou respirando fundo - a família Ferrera é bem rica no Brasil, ele se safou de muitas coisas por causa disso, mas quando seu irmão mais velho assumiu o controlei dos negócios as coisas mudaram, soube que ele ficou preso por dois anos por tentativa de estrupo, o irmão se recusou a fazer qualquer coisa, quando ele morreu Marco se casou com a cunhada e assumiu os negócios do irmão - contou calmamente dando no ombro - é só isso que eu sei na verdade, convivi bem pouco com ele.

- Parece que ele é um homem horrível – digo baixinho começando a me perder em pensamentos.

- Horrível é um de vocês quando torturaram alguém – respondeu olhando no fundo dos meus olhos – ele está mais para um monstro mesmo, soube que a menina que ele tentou estrupa era menor de idade, ele teve sorte de só pegar dois anos – disse me fazendo arrepiar a espinha só de pensar.

- Ele vai pagar por isso – digo calmamente.

- Tenho certeza de que sim - falou com um pequeno sorriso nos lábios - confio que faram ele pagar por casa um desse atos cruéis.

Pietro Santinelle

Saber da história de Benjamin me deixa com o coração sangrando. Ele era tão novo para já ter passado por tudo aquilo, e saber que o desgraçado estará aqui em menos de um mês me deixa com mais raiva ainda.

Benjamin ainda estava chorando no meu peito, ele parece tão frágil assim, chorando a dor de um passado, uma coisa que nunca deveria ter acontecido, ainda mais com uma criança de quatorze anos.

- Eu não quero ir embora - disse ele baixinho ainda chorando.

- De onde tirou isso? - pergunto abraçando-o ainda mais forte.

- O que aconteceu foi nojento - disse ele chorando ainda mais - eu sinto nojo de mim mesmo todas as vezes que eu lembro daquele dia. Eu não deveria esta la, foi minha culpa, foi... - eu o interrompo logo, já que não aguento ouvir ele falar assim.

- Olhe para mim - digo tirando ele do meu peito e olhando no seu rosto - nunca mais se culpe por algo que você não tem culpa, o único culpado é ele, você e a vítima Benjamin, nunca se esqueça que você é a vítima - digo puxando-o de novo para mim - ele foi o culpado, e você a vítima - digo novamente no seu ouvido.

- Eu me sinto sujo - disse ele baixinho também - eu me senti sujo por muito tempo, mas aí vocês aparecem na minha vida e eu pela primeira vez dês daquele dia me senti bem - disse ele em um quase sussurro.

Me deito na cama e puxo ele comigo, que ainda chorava um pouco.

Depois de um tempo fazendo carinho na cabeça dele eu finalmente percebo seu corpo ficar mole finalmente ele dormiu

Me levanto devagar, dou um beijo na testa dele e saio do quarto. Bernardo tinha acabado se sair do quarto de Samuel.

- Assim que ele estiver na Itália será preso e levado ao galpão - disse ele assim que chegou perto de mim - Samuel está dormindo.

- Benjamin também está dormindo - digo dando um suspiro.

- Acha melhor dormimos com ele ou no quarto de hospedes? -perguntou Bernardo.

- Não queria que ele acordasse sozinho depois de chorar tanto - digo sendo sincero - ele dormiu nos meus braços, não acho que seria legal ele acordar comigo dormindo em outro quarto.

- Acha que ele pode pensar que não queremos ele por perto por aquilo? - ele perguntou.

- Ele acha que nós o achamos sujo - digo dando um suspiro em desgosto - ele realmente acha que ele e o culpado pelo que aconteceu.

- Ele não é - afirmou Bernardo.

- Eu sei que ele não é - digo olhando para ele - mas ele acha que ele é.

Com um suspiro eu entro novamente no quarto, com Bernardo atras de mim.

Bernardo se senta no sofá do quarto, mas não antes de pega-se um travesseiro e uma coberta.

- Vai dormir aí? - perguntei olhando em dúvida para ele.

- Não quer que eu durma aí não? - ele perguntou me olhando.

Eu por outro lado não disse nada apenas me deitei ao lado de Benjamin, que assim que percebeu a minha presença se agarrou em mim dormindo confortável.