Te Encontramos Novamente Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 02)

Cinquantesimo Capitolo

Benjamin Ferrera

- Dio – digo recuperando o folego.

- Essa foi intenção – disse Bernardo apoiado na cabeceira da cama e me observando calmamente.

- Isso com certeza tem que se repetir – digo sorrindo para ele, que me devolve o sorriso segundo depois.

Escuto uma risada, e quando viro a cabeça ganho um selinho breve.

- Com certeza temos que repetir isso mais vezes – disse Pietro sorrindo grandemente para mim.

Um Mês e Meio Depois

Muitas coisas mudarem nesse mês; uma delas é que eu tenho um novo quarto, o quarto que antes era só de Pietro e Bernardo, agora pertence a três pessoas.

Bernardo estava acabando de tomar café, quando eu e Pietro descemos as escadas, Samuel olha um pouco para nós antes de se virar para o pai e o olhar curioso.

- Papa – ele chama olhando Bernardo, que logo prende a atenção nele – por que Benjamin vivi dormindo no quarto seu e do papa? – ele perguntou jogando a cabeça para o lado em claro sinal de confusão.

Olho assustado para Pietro, que sorri nervoso com a resposta que Bernardo pode dar para Samuel.

- E se eu te disser que eu e o papa temos um novo relacionamento – disse Bernardo nunca desviando os olhos de Samuel.

- Mas eu pensei que você e papa fossem casados – disse Samuel confuso olhando Bernardo.

- Nós somos – afirmou o mesmo – mas com Benjamin temos um relacionamento também, nos três.

- Um relacionamento com três pessoas? – perguntou o menino parecendo mais confusão ainda, mesmo parecendo tentar compreender.

- É – respondeu ele – um relacionamento três – completou sorrindo.

- Então eu tenho outro papa? – ele perguntou novamente confuso, mas parecendo feliz lá no fundo.

O ar falta em meus pulmões com a resposta que Bernardo dará a Samuel, uma parte de mim quer isso, mas a outra tem medo.

- Se ele deixar – disse Bernardo dando no ombro.

Nesse exato momento os olhos brilhantes de Samuel se focam em mim, o menino sai correndo da cadeira, o mais rápido que pode e vem até mim, se agarrando nas minhas pernas e me olhando.

- Posso te chamar de papa? – ele perguntou me olhando com aqueles olhos de pidão, a coisa mais linda do mundo.

- Claro que pode – respondo olhando ainda desnorteado para ele.

- Eba – disse o menino comemora correr pela sala – eu tenho mais um papa! Eu tenho mais um papa! Eu tenho mais um papa!...

O menino dizia freneticamente ainda correndo pela sala, isso arrancava risadas de Bernardo, Pietro e minhas.

Seis Meses Depois

Quem disse que ter um relacionamento é às mil maravilhas eu quero que ele me explique o porquê o meu não é assim, tem seus lados bons, mas muitas vezes é uma merda.

Pietro e Bernardo acordaram brigados hoje, Bernardo não falou nada no café da manhã, e Pietro brigou comigo por causa da EAD. Eu já estou acabando a aula quando escuto um discursa lá embaixo, e já sei bem que está discutindo por algo idiota.

Vejo Samuel entrar na sala com os olhos cheios de lagrimas e vem correndo para o meu colo, escondendo o rostinho no meu pescoço.

Vejo que o professor só deixou algumas atividades complementares, então eu só tiro uma foto de tudo e saio da aula.

Desço lentamente as escadas, e vejo Pietro e Bernardo discutindo no meio da sala, como dois idiotas.

- Eu não quero saber – disse Pietro olhando com raiva para Bernardo, ele estava quase gritando – eu quero ela fora.

- Não confia em mim? – perguntou Bernardo indignado – eu nunca iria querer nada com ela.

- Mas ela quer algo com você – disse categoricamente.

- Mas eu não quero nada com ela – disse Bernardo novamente olhando para Pietro.

Nenhum dos dois parecia ter visto eu e Samuel no pê da escada, ou se viram não se importaram naquele momento.

- Eu não me importo – disse Pietro olhando com mais raiva ainda para ele – ela te quer e eu a quero fora.

- Ela é uma ótima profissional – argumentou Bernardo – não queria demiti-la.

- Uma ótima oferecida – resmungou Pietro olhando Bernardo – eu a quero fora para ontem.

- Não vou demiti-la.... – foi aí que eu os interrompi.

- JÁ CHEGA – gritei chamando atenção dos dois.

Samuel deu uma leve tremida no meu colo pelo grito.

- Não veem que estão o assustando – pergunto olhando indignado para os dois – agora que já pararam querem me contar o que merda está acontecendo aqui? – pergunto sem paciência.

- Bernardo tem uma secretaria mais do que só oferecida – disse Pietro indignado alguns segundos depois – ele não quer demiti-la.

- Ela é uma ótima profissional – disse Bernardo – ela pode se oferecer o quanto quiser, mas eu só tenho olhos para vocês dois.

- Eu não me importo – respondeu Pietro – não quero ela perto de você.

- Mas... – eu os interrompo novamente.

- Parem – digo e assim a atenção dos dois se volta para mim novamente – Bernardo você vai demitir essa mulher, e Pietro deixe de ser tão ciumento, ele nos ama, se não nos amace não estaria com a gente e parem de discutir.

Ainda com Samuel no colo eu vou até a cozinha e pego uma fatia de bolo de maracujá que compramos ontem.

Vejo que Bernardo e Pietro ainda estão de cara feia, parecem até duas crianças birrentas com aqueles biquinhos raivosos.

Dou um pedaço de bolo na boca de Samuel que aceita alegremente o doce, como ele sentado na mesa e lhe dou a colher para comer sozinho.

Vou até a sala e ambos estão se encarrando.

- A pequena discussão de vocês ainda não acabou? – pergunto ainda em pê de braços cruzados.

- Ela é uma boa profissional – resmungou Bernardo ainda indignado.

- Ela é uma vadia oferecida – resmungou Pietro também indignado.

- Ela está causando uma briga nesse relacionamento – disse e os dois me olham – ela é uma vadia oferecida, e por isso não pode trabalhar para você Bernardo. Isso deixa Pietro com ciúmes e me deixa com ciúmes – digo dando um suspiro – claro que confiamos em você, mas não confiamos nela, e nem em nós mesmos para não matarmos ela caso ela encoste em você.

- Não queremos cometer um assassinato – resmungou Pietro olhando para ele com um biquinho nos lábios.

Bernardo analisa as minhas palavras por um tempo, antes de suspirar.

- Tudo bem – resmungou ele ainda nada feliz.

- Ótimo – respondo sorrindo para os dois – mas se fizerem meu filho chorar de medo novamente por uma discussão o sem sentido eu castro os dois – digo voltando para perto de Samuel que ainda comia feliz o bolo.