Será apenas um eclipse

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Leon Carvajal

Ao ouvir aqueles disparos e alguns gritos senti meu motorista me puxando para dentro do carro, consegui ver um motoqueiro fugindo do local, o carro que até então seguia as meninas, ligou as sirenes e começou a perseguir aquela moto, eu precisava ver se a pessoa daquele táxi estava bem, pois o motorista estava gritando e pedindo socorro, as pessoas iam se aglomerando, meu motorista insistiu que eu não fizesse nada, mais eu não podia ir embora diante de tal acontecimento, senti as mãos fortes de Jacob me segurar, com um impulso me soltei e caminhei até aquele carro, o motorista estava pálido e algumas pessoas já estavam chamando a polícia, a cada passo que eu dava, meu coração se apertava ainda mais, quando cheguei perto e vi a porta de trás aberta, eu não acreditava no que os meus olhos viam, era Eva minha filha estava completamente ensanguentada, corri até o carro entrando.

-Leon: Filhaaa fica comigo por favor, vai ficar tudo bem! (falei aquelas palavras em meio as lágrimas)

Sacudia tentando acorda-lá mais não obtive sucesso, senti que ela ainda tinha pulso, eu gritava pra que alguém chamasse a ambulância, Jacob foi para o outro lado e começou questionar ao motorista do táxi como aquilo havia acontecido, eu abraçava minha filha e seu corpo ainda estava quente, gritava a chamando, eu não podia soltá-la ela era minha filha não importa o que ela havia feito, naquele momento eu não conseguia ouvir mais nada, senti os paramédicos me tirarem daquele carro, eu estava relutante pois não queria deixar minha filha sozinha, eles se prontificaram a fazer o possível.

Levei as mãos na cabeça e só conseguia imaginar o pior, depois de alguns minutos vi eles colocando minha filha na ambulância, pedi que Jacob nos seguisse que eu iria com Eva, entrei naquela ambulância e sentei ao lado de minha filha que ainda se encontrava inconsciente porém com vida, segurei em sua mão e pedi que não me deixasse, juntamente a mim tinha um paramédico, me pedindo calma.

-Leon: Como vou ter calmaaa é minha filha que está morrendo. (Falei de forma rude)

Eles frearam a ambulância e abriram a porta tirando Eva em cima daquela maca e correndo para dentro do hospital eu corri atrás, implorando que salvassem minha filha, foi quando adentraram para sala de cirurgia, senti algumas enfermeiras me segurando pedindo que eu ficasse ali pois não poderia acompanhar, as lágrimas escorriam em meus olhos, peguei meu celular e liguei para Lucía, que já havia sido avisada por Jacob e estava a caminho do hospital, fui levado para sala de espera, eu precisava de outra camisa pois a minha estava coberta do sangue da minha filha.

Depois de uns minutos vi Lucía entrando e me abraçando, o abraço era reconfortante, ela insistia que tudo ficaria bem, tentava me acalmar, eles já estavam ali a mais de 1 hora, eu precisava saber qualquer notícia, meu coração estava angustiado, só conseguia pensar no pior, andava de um lado para o outro, quando um médico juntamente com uma enfermeira veio até mim, o semblante daquele médico já dizia tudo.

-Médico: Sr carvajal? (Me chamou cabisbaixo)
-Leon: Sou eu doutor, por favor me fala alguma coisa. (Senti lucia me abraçar de lado)
-Médico: Eu sinto muito fizemos tudo que foi possível, mais infelizmente sua filha... morreu. (Aquelas palavras eram como socos dentro de mim)

Senti meu corpo caindo e ajoelhando, só consegui chorar e me culpar por tudo que aconteceu se eu tivesse feito algo diferente, talvez minha filha ainda estaria aqui.

Hanna Montez

São Paulo - 15:00

Meu dia estava perfeito, digamos que muito produtivo, olhei ás horas e me assustei eu precisava almoçar, levantei pegando minha bolsa e saindo da sala dos professores, havia dado 4 aulas pela manhã e teria toda uma tarde maravilhosa pra dar mais 3 aulas, meu trabalho era minha paixão, fazia tudo por amor as crianças, elas me faziam acreditar em um país melhor, todos os dias eu almoçava no restaurante da dona Joana, uma senhora que por anos me tratava como filha, todos os dias meu almoço era em seu humilde e simples restaurante.

Olhei para os dois lados e comecei a atravessar a rua pois o restaurante ficava do outro lado, quando estava acabando a travessia senti um impacto e tudo havia ficado escuro.

Valentina Carvajal Valdez

Estávamos dentro do avião, tudo estava perfeito a viajem era longa, hora e outra trocávamos beijos e carinhos, Juliana havia ficado na janela segundo ela o céu a fazia lembrar de mim, pois meus olhos eram da mesma cor, não questionei apenas achei fofo, olhei para minha mão que agora estava com uma aliança, representando o meu amor e todo meu respeito por ela, senti as mãos de Juliana me chamando, e apontando para aquela pequena janela, tudo estava ficando escuro, não estávamos entendendo nada, alguns passageiros estavam eufóricos.

Quando ouvimos a voz da aeromoça pedindo calma, pois era apenas um eclipse e já tudo voltaria ao normal, achei incrível pois em minha lua de mel fui presenteada com uma das coisas mais belas do mundo, o amor entre o sol e a lua, que não é vivido pois eles não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo, mais quando eles se encontram é o encontro mais lindo do mundo, embora seja breve é marcante para quem consegue assisti-lo, selamos nossos lábios em comemoração a tal acontecimento.

Leon Carvajal

Minhas pernas não aguentava o peso sobre minhas costas, a culpa era tamanha que apenas gritava porque isso acontecerá comigo.

-Médico: Sr Leon eu sinto muito, fizemos tud...

Antes que o médico terminasse aquela frase uma enfermeira chegou gritando.

-Enfermeira: DOUTOR DOUTOR VEM COMIGO POR FAVOR, CORREEE...

Vi o médico sendo puxado por ela, e fiquei sem entender, perguntei a outra enfermeira o que havia acontecido ela se prontificou a descobrir e nos avisar.

Médico

Senti os braços de Ana me puxando, ela era uma excelente enfermeira que trabalhava comigo a anos, nos corríamos para a sala que a alguns minutos eu havia anotado a hora do óbito de Eva, e quando adentrei aquela sala, eu não pude acreditar no que os meus olhos viam.

-Médico: Calma Eva não tente se levantar por favor (cheguei perto evitando que ela se levantasse)
-Eva? Quem é Eva? Onde estou, porque sinto tanta dor? (Ela não falava coisa com coisa)
-Médico: Eva que dia é hoje? Qual é o nosso presidente? Você sabe em que cidade você mora? (Perguntei olhando para ela, os batimentos era perfeitos ela estava viva, inacreditável)
-Hoje é 4 de julho de 2021, nosso presidente infelizmente é o Bolsonaro e moro em São Paulo, e por favor pare de me chamar de Eva. (Ela falava murmurando aquelas palavras)

Sai daquela sala me encostando na parede, como é possível ela acha que está em São Paulo, porém todas as outras perguntas estão corretas, nunca havia visto algo do tipo, Eva havia ressuscitado achando ser outra pessoa.

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Obrigada pelo carinho de todos que acompanharam.
Chegamos ao fim de uma história, será?

Seria uma casualidade ou o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora