Indo pra casa

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Lucho

-Sérgio: Luchooo acorda anda.

Senti alguém me cutucando, me virei ao ver aquela luz em meu rosto, minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento.

-Lucho: Porra Sergio apaga essa luz.
-Sérgio: Apaga a luz? Você tá de brincadeira né, Lucho você tem noção que tem uma pessoa no hospital por culpa da sua irresponsabilidade?
-Lucho: Aí caramba, não foi um sonho? (Sentei na cama bruscamente)
-Sérgio: Não Lucho, não foi um sonho, você atropelou a namorada da Valentina.

Aquelas palavras pareciam música, se ela morresse seria perfeito.

-Lucho: A culpa foi toda dela.
-Sérgio: Você ficou maluco? Você estava bêbado, Lucho você conta ou eu vou contar.

Me levantei segurando Sérgio pela camiseta com muita força o encostando na parede do meu quarto.

-Lucho: se você contar eu juro que te mato seu veadinho de merda.

Sérgio me olhava pálido, quando o soltei deixando o cair ajoelhado, empurrei com os pés chutando-o de leve, em direção a porta.

-Lucho: Sai daqui anda, e você está avisado eu juro que te mato.

Eu havia cometido o crime perfeito, se já eram 2 horas da tarde do outro dia e ninguém tinha vindo atrás de mim, era por que os únicos que sabia do que eu havia feito era eu e Sérgio, e conhecendo aquele viadinho, ele não contaria joguei meu corpo para traz na cama, cruzando meus braços em baixo da cabeça, olhando para o teto e sorrindo da notícia que havia acabado de receber.

Eva Carvajal

Alguns dias haviam se passado, mandei mensagem para Juliana, perguntando como ela estava, pois não podia dar na cara que sabia do acontecido, e pra piorar quando ela me contou tive que mentir que não estava na cidade, pois eu não poderia ir visita-lá Valentina não saiu daquele maldito hospital, investiguei sobre o bar que elas estavam no dia do acidente, e como sempre por uma boa quantia em dinheiro consegui a gravações daquela tarde.

Estava em meu carro dirigindo pra casa, precisava assistir o quanto antes, ninguém vai machucar minha Juliana, minha preocupação era em como tirar Valentina do meu caminho, estava disposta a fazer qualquer coisa, naquela altura do campeonato eu não podia me preocupar com Juliana em um hospital.

Ao chegar em meu quarto peguei meu computador colocando aquele pendrive, abrindo o arquivo comecei assistir as gravações aproximadamente naquele horário, e não me surpreendi nem um pouco ao ver quem saía cambaleando daquele bar, Lucho ex namorado de Valentina, pausei o vídeo exatamente no momento em que ele atropela juliana, fiquei olhando aquela tela afinal Lucho estava prestes a conhecer o sabor amargo do meu veneno.

Juliana Valdez

-Julls: Amooor eu consigo comer sozinha.

Rindo da forma que Valentina me tratava feito criança, ainda sentia dor por todo meu corpo, mais estava me recuperando bem, em breve iria pra casa, Valentina ficou comigo durante todos os dias em que estive naquele hospital.

-Valen: Aviãozinho... abre a boca amor.
-Julls: Amor eu não sou criança.

Somos interrompidas pelo meu médico.

-Médico: Que bom te ver assim Juliana, se recuperando, tenho notícias boas.
-Julls: Doutor por favor eu posso ir pra casa, já estou ótimo.
-Médico: Pode mais não hoje, amanhã te darei alta.

Não foi como eu esperava, porém pra quem esperou tantos dias, mais algumas horas naquele hospital não iriam me matar.

Eva Carvajal

Estacionei meu carro perto da casa de Lucho, ele tinha um hábito de toda tarde correr no parque aqui perto, no início do namoro ele e Valentina faziam isso juntos, foi a única mania que o rapaz não conseguiu deixar pra trás, passado uns 40 minutos de espera lá estava ele saindo de casa a pé já que o parque não era tão longe, precisava descobrir quais os horários de sua corrida diária, ele saiu de casa exatamente às 18:30, agora era só aguardar ali e ver em quanto tempo ele retornaria, e se ele repetia esse ritual todos os dias ou quais eram os dias.

Quando toda sua rotina tivesse em meu conhecimento, encomendaria um presentinho nada agradável para meu ex cunhadinho.

Juliana Valdez

Valentina estava me ajudando organizar minhas coisas, em alguns minutos eu poderia ir pra casa.

-Valen: Ahhh espera, você pegou seu carregador?
-Julls: Nem me fala nessa coisa chamada carregador, foi por causa disso que fui atropelada.

Senti o corpo de Valentina me abraçando.

-Valen: O meu amor já passou, eu sinto muito!

Me virei pegando o carregador que estava na gaveta ao lado da cama, caminhei até ela olhando naqueles olhos azuis que eu tanto amava, agradeci por te-lá em minha vida, entrelaçando nossas mãos, ao abrir a porta do quarto levo um susto ao ver quem está parado em minha frente:

-Ricardo: Oi Juliana, fiquei sabendo do seu acidente e vim te visitar.
-Julls: Eh oi doutor Ricardo. (fico sem graça e não consigo disfarçar meu desconforto)
-Ricardo: Aquí está são pra você.

Pego as flores sinto o cheiro.

-Julls: Muito obrigada pelas flores, já estou indo pra casa.
-Ricardo: Que bom, não vai me apresentar sua amiga?
-Julls: Ah claro me desculpa, amor esse é meu chefe, doutor Ricardo essa é minha namorada Valentina.

De uma forma muito simpática eles se cumprimentam, meu coração está acelerado meu trabalho nunca esteve tão perto de Valentina, eu precisava contar tudo pra ela, chega eu contarei assim que chegarmos em casa, não posso mais viver com esse medo essa insegurança.

-Ricardo: Juliana, aquí está isso é pra você.

Estico minha mão e pego aquele grande envelope, tentando decifrar o que teria ali dentro.

-Julls: Pra mim? O que é?
-Ricardo: Melhor você abrir em casa, quando estiver com tempo.

Percebo em seu olhar um pedido para que eu não abra na frente de Valentina, guardei em minha bolsa tentando imaginar o que seria aquilo, estava decidida não faria mais nenhum acordo, apenas faria as últimas duas apresentações e nada mais que isso.

-Julls: tudo bem, doutor Ricardo muito obrigada pela visita.
-Ricardo: Claro, se precisar de algo por favor estamos a disposição.

Deixando ele ali caminhando até porta do hospital, tentando disfarçar minha curiosidade para saber o que tinha naquele envelope, agradeci algumas enfermeiras por terem cuidado tão bem de mim, ao lado do táxi Valentina abre a porta pra mim.

-Valen: Prontinho amor pode entrar.
-Julls: Obrigada amor. (Entrando me ajeitando vejo Valentina sentar ao meu lado)
-Valen: Amor impressão minha ou estava um clima tenso entre você e seu chefe?
-Julls: Oque? Clima tenso ? Claro que não amor só não esperava sua visita.
-Valen: Sim achei fofo ele ter ido te ver, isso mostra que você é uma excelente vendedora de mansões.

Droga todas as vezes que ouvia Valentina dizer aquelas palavras meu coração se quebrava, eu precisava contar a verdade pra ela, respirei fundo olhei em seus olhos. Selei nossos lábios em um selinho.

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Juliana vai ter coragem de contar para Valentina ??

Seria uma casualidade ou o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora