"O que fizeram comigo, me criou. É um princípio básico do universo que toda ação cria uma reação igual e oposta."
-V de Vingança
Enquanto deixava a hospedaria, Aiala sentia algo que a muito não sentia, seu coração estava mais leve, porém essa sensação não duraria muito. Havia em Fliunte alguém que a garota não conseguiria perdoar não importa o que, alguém que sentia prazer na dor e agonia de outros.
italós descansava numa área mais afastada do centro da cidade, deitado sob uma oliveira despreocupado, mas se o que Nikolaus falou estava certo aquilo não passava de fachada. Sabendo que a aparência despreocupada do homem poderia ser apenas uma isca para atrair desavisados, a garota não podia agir sem cautela. O Homem parecia ter cerca de 1,90 de altura, seus traços eram mais finos, certa vez Aiala conheceu um homem que veio do oriente e pela semelhança talvez italós possuísse o sangue deles nas veias, era difícil discernir qual a sua idade, ele aparentava ter uns vinte e oito anos, mas possivelmente tinha muito mais. Seus cabelos eram amêndoados e seu corpo tinha um porte atlético sem músculos exagerados, ele era inquestionavelmente belo.
A garota já tinha planejado quando e como atacar, o mais difícil seria se aproximar sem que ele notasse sua intensão assassina, ela não estava conseguindo manter a frieza e plenitude quando o assunto era aquele cara. A cautela dele era um enorme problema, Aiala o observou durante todo aquele dia e não encontrou nenhuma abertura, ela teve que enviar um recado para Nikolaus dizendo que ele deveria aguardar mais um dia. O outro problema que ela teria que enfrentar era as habilidades desconhecidas de italós, segundo o que Nikolaus lhe contou, o que ele tinha de cauteloso ele tinha de habilidoso, contudo ele não parecia carregar nenhuma arma com ele.
O homem ficou a manhã inteira sob a oliveira, saiu apenas por volta do meio dia para se alimentar e enviar uma correspondência para alguém, provavelmente Nikolaus. O homem sempre fazia suas refeições no mesmo lugar e aquele dia não seria diferente, o local onde ele estava almoçando estava lotado, mas isso não o impediu de afastar um pouco a cadeira da mesa e se debruçar sobre ela depois que seus pratos foram recolhidos. Alí ele simplesmente adormeceu, aquilo era um absurdo, ele era um assassino e é normal que alguém assim tenha muitos inimigos, então porque ele não se preocupava em dormir nos lugares mais aleatórios possíveis? Só havia duas respostas para aquilo, a primeira era a de que ele era um maluco sem noção do perigo, a segunda era a de que ele era o perigo. Aiala assistia a tudo quando viu um grupo de homens se aproximar, eles haviam acabado de chegar ao local e procuravam uma mesa para se sentar, mas como o local estava cheio havia apenas uma mesa possível. Um dos homens bateu com uma das mãos na mesa, o som ecoou por todo o lugar e todos se silenciaram e se viraram para ver o que estava acontecendo, todos menos Italós que sequer estremeceu ou se assustou com o ato, ele continuava frio, impassível e alheio a tudo aquilo, como se nada daquilo fosse problema dele. Os homens estavam em cinco e eram incontestavelmente fisicamente mais fortes que o dorminhoco, eles faziam questão de deixar suas auras intimidadoras a mostra, não tinha como italós não ter notado.
O autor do golpe na mesa ficou irritado com a falta de reação de Italós.
- Essa é a única mesa disponível em todo esse local. - Falou o homem. - Mas você está ocupando uma mesa para cinco mesmo depois de ter terminado.
- Não. - Isso foi tudo que Italós respondeu.
O silêncio reinava, mesmo Aiala ficou chocada com tamanha audácia, uma coisa era evidente, aquele homem não parecia temer a morte.
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Aiala: A Noiva do deus do mar
FantasyA vida é uma constante busca. Alguns buscam felicidade, outros satisfação pessoal, tem aqueles que buscam o romance e aqueles que buscam completude sem ele, há aqueles que buscam amor e há aqueles que buscam vingança. Aiala Kokkinos vive em uma Gré...