"Amor e perdão não são sentimentos que compramos com palavras bonitas"
- Nagato
Aiala havia preparado suas coisas com antecedência e deixado suas poucas bagagens no interior da mata, ajeitando-as sobre o cavalo antes que Andreas e ela começassem com sua punição, deste modo, no momento em que saiu da casa abandonada tudo que ela precisava fazer era montar em seu cavalo e deixar Mégara antes que a família Nomikos notasse o sumisso do segundo filho.
No momento em que alcançou o limite territorial de Mégara, Aiala enfim pôde respirar com mais tranquilidade. Contudo, a garota não pôde deixar de se sentir frustrada, ela desejava eliminar todas as suas presas em pouco tempo e voltar para seu vilarejo para ajudar o povo, mas o outono já estava indo embora e logo seria inverno, porém ela tinha eliminado apenas dois homens. Com a chegada do inverno, viajar se tornaria mais difícil e cansativo, então ela se decidiu " eliminarei mais um antes que o inverno chegue".
Segundo as informações, o próximo alvo de Aiala estava em Corinto. Aquela era uma Cidade-estado muito conhecida por ser um rico centro comercial, seu porto era porta de entrada para negócios internacionais. Era uma das cidades mais antigas de toda a Grécia tendo seu território populado a mais de três mil anos antes de Cristo, ela também ficou conhecida por seu poderio Naval. Para a desgraça e preocupação de Aiala, aquela era uma cidade devota a Poseidon ao ponto de realizarem jogos para honrar o deus do mar, nela também foi construído o templo dórico de Apolo, ela é uma das cidades mais populosas de toda a Grécia.
Apesar do ônus de ser uma cidade devota a Poseidon, ao ponto de atribuírem a ele a maior parte dos créditos pela prosperidade do lugar, não era como se Aiala pudesse simplesmente evitar o lugar para sempre, a menos que o alvo deixasse a cidade. Mas a garota afastou de sua mente tal esperança, o homem que ela perseguia agora não deixaria uma cidade como aquela tão cedo e ela não tinha tempo para esperar que ele o fizesse. A cada minuto que passava, as chances de perceberem algo errado e notarem que alguém estava sumindo com os integrantes do grupo de sete homens se tornavam maiores, principalmente depois da morte de Andreas Nomikos. A família dele era influente demais, notícias de sua morte logo se espalhariam como areia ao vento e se o restante do grupo procurasse por Geórgios poderiam constatar que estavam sendo perseguidos e se moverem de onde estavam, dificultando a caçada. Aiala precisava agir e fazer isso rápido.
Aiala chegou a Corinto de madrugada, à alguns dias, ela tinha começado a viajar também a noite, felizmente Torkell ,o cavalo, era jovem e vigoroso. Da parte mais alta da cidade, ela pode ver o revolto mar e sentir o vento atigir seu rosto com mais agressividade e mais frio que o normal, ela constatou que era em decorrência do final do outono e que os ventos anunciavam a chegada do inverno.
Depois de encontrar um lugar para deixar seu cavalo e se instalar na cidade, Aiala foi até a área da cidade onde ficava a maior concentração dos mercados, de longe ela notou uma amontoado familiar de carroças para transportes e decidiu se aproximar. Sua memória não a estava enganando, quando chegou ao local onde estavam as carroças, a garota encontrou um amigo que fez no vilarejo dos comerciantes onde matou a fera.
- Eúandros!? - chamou a jovem.
O homem se virou em reconhecimento ao seu nome, ele possuía cabelos negros e grisalhos que delatavam seus cinquenta anos, tinha cerca de 1,70 de altura, olhos pretos e uma expressão sempre gentil em seu rosto. Um homem sábio, motivo pelo qual seus negócios se mantinham firmes mesmo em tempo de crise, líder de seu grupo que vinha de muitas gerações de uma família de comerciantes. Eúandros havia se afeiçoado a jovem no pouco tempo que passaram juntos no vilarejo, ele admirava sua força e coragem, até mesmo lhe ofereceu um lugar em sua família. Ele queria que Aiala se tornasse esposa de seu filho mais velho, aquele que herdaria os negócios do pai, e assim se tornasse sua filha. Qualquer uma teria aceitado uma proposta como essa, mas Aiala tinha outros planos e faria o melhor para envolver o menor número possível de pessoas em sua vida perigosa. Talvez um dia após finalizar sua vingança e restaurar seu vilarejo, ela fosse até Eúandros e aceitasse sua proposta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aiala: A Noiva do deus do mar
FantasíaA vida é uma constante busca. Alguns buscam felicidade, outros satisfação pessoal, tem aqueles que buscam o romance e aqueles que buscam completude sem ele, há aqueles que buscam amor e há aqueles que buscam vingança. Aiala Kokkinos vive em uma Gré...