Capítulo XXVII

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Três dias se passaram e Dídimo não ficou consciente nenhuma vez sequer, os dois médicos da frota faziam o melhor possível para acorda-lo, se ele não acordasse logo a desnutrição o mataria.

- Como está o estado dele. - Níobe perguntou aos médicos.

- Nada bem, havia veneno em uma das lâminas que o acertou, conseguimos neutraliza-lo, mas a perda de sangue somada ao duro golpe causado pelo veneno foram demais para ele. Não quero ser rude, mas falando objetivamente... é um milagre que ainda esteja vido.

- O corpo dele sentiu muita dor, acreditamos que isso possa tê-lo afetado mentalmente. - Falou o outro médico. - Tentamos dar a ele o máximo de água e líquido que conseguimos, mas se ele não acordar a desidratação e a desnutrição seram um problema grave para se lidar.

Damazo estava jogado no chão no cando do quarto, ele estava sentado fitando o chão com uma expressão de perdido no rosto.

- Podemos tentar usar o sangue do irmão dele para mantê-lo vivo por mais tempo, mas nunca tentamos isso antes, ele pode rejeitar o sangue e acelerar sua morte. - Falou o primeiro. - Estamos sem opções, poderíamos tentar encontrar algo se estivessemos em terra, mas ele não vai aguentar até lá e ...

- Usem o meu sangue. - Falou Damazo.

- É como dissemos, esse procedimento é arriscado e pode não funcionar. - Falou um dos médicos. - Ele pode rejeit...

- Faça, não temos opções. - Disse resoluto.

- Nós nunca fizemos isso antes, não sabemos quanto de sangue podemos tirar de você em segurança. - Disse o outro. - Você pode até morr...

- Eu não me importo, uso o máximo que puder. O tanto que garantir a sobrevivência dele.

- Damazo?  - Chamou Níobe num fio de voz.

- Use até a última gota se precisar. - Falou como se não ouvisse ninguém.

- Damazo? - Chamou de novo. - Não vou deixar meu imediato morrer.

- Se preparem para começar a transfusão logo. - Ele continuou.

- Damazo? - Ela gritou.

- Nini. - Falou carinhosamente. - Sei que pode parecer cruel com você eu está apostando em algo que pode ser inútil, em algo que pode matar nós dois, mas você acha que vou continuar vivendo de ele morrer. - Damazo chorava. - Não posso viver sem ele.

Aiala não se moveu, seu estado não estava muito melhor que o de Damazo, mas diferente dele ela sequer conseguia chorar. Níobe considerou por uns minutos e finalmente se peonunciou.

- Eu autorizo. - Falou por fim. - Não sou cruel o bastante para olhar nos seus olhos e pedir para deixar seu irmão morrer apenas por quero que você viva. - Disse a Damazo.

Os médicos se prepararam para o procedimento rapidamente, trouxeram outra cama e colocaram ao lado do leito de Dídimo, Damazo se deirou alí. Eles espetaram uma agulha ôca na veia de Damazo e outra na veia de Dídimo, eles ficaram ligados por um fino tubo e o sangue começou a passar da veia do gêmeo mais velho, para a do mais novo.

Após alguns minutos os médicos ficaram observando possíveis reações.

- Está estável. - Anunciou o mais velho deles. - Sem reações adversas aparente.

Aiala: A Noiva do deus do marOnde histórias criam vida. Descubra agora