Nos braços do deus do mar, a mente de Aiala vagava entre a consciência e a inconsciência. Ninguém alí se atreveu a interromper aquele momento de dor e instabilidade do deus, todos assistiam a cena, alguns com curiosidade como no caso dos deuses e alguns poucos sobrevivente ao massacre feito contra a raça dos gigantes, outro com pesar como no caso dos humanos alí presentes. Hades assistia aquilo, mas em vez de temer que seu irmão decidisse cumprir com a ameaça que havia feito, ele sentia profunda tristeza e agonia em ver Poseidon naquele estado.
O corpo de Aiala doía tanto que ela não conseguia fazer nada além de olhar para o deus enquanto aguardava o fim, tentava capturar silenciosamente uma última memória.
Estava quase na hora, Tânatos deu seus primeiros passos na direção da garota a fim de fazer o trabalho para o qual foi designado. Era surpreendente que ele colocasse seu dever a cima de tudo mesmo diante da ameça que Poseidon representava naquele momento.
- Para trás! - Disse o deus do mar em aviso, ele sequer olhou na direção do Senhor da morte.
Tânatos não se abalou, caminhava sem exitar, contudo parou ao notar que uma outra divindade começava a se mover.
Nix se aproximou do casal devagar, seus pés não emitiam sons a cada passo, foi o que Aiala observou, mas talvez a audição dela estivesse falhando naquela altura. Com a aproximação da deusa, Aiala se esforçou ao máximo e foi ao limite para dizer custosamente umas poucas palavras. Ela precisava de uma última confirmação para que assim sua alma pudesse partir em paz.
- Não esqueça da sua promeça. - A voz da garota estava terrivelmente fraca. Precisou tomar tempo para compensar o fôlego perdido ao proferir aquelas poucas palavras. Não havia restado nada da figura imponente que desafiou os deuses momentos atrás. - Garanta que nenhum humano passará pelo que passei de novo. - Seu corpo frágil estremecia.
- Não. - Respondeu Nix.
Todos ali ficar chocados e começaram a murmurar entre si.
O olhar de Aiala foi tomado pela surpresa, mas ela logo deu lugar a decepção. O que ela esperava? Como foi confiar em um deus? A garota se questionava em seus momentos finais.
- Eu sou uma personalidade oculpada. - Esclareceu a divindade. Silêncio na assistência. - Não tenho tempo a perder com uma raça tão inferior.
Diante de tamanha arrogância, a garota não ficou chocada.
- Então faça você. - Ordenou a deusa como se fosse nada.
Confusão se alastrou pelo ambiente, o que a personificação da noite queria dizer com aquilo? Poseidon ergueu o olhar e a encarou.
- Perdão? - Disse sem compreender. Sua noiva estava morrendo e a deusa estava a fazer pedidos maldosos?
Nix não respondeu, ergueu a mão direita e agiu como se segurasse a taça, as nuvens se dissiparam, deu-se uma forte ventania. A lua brilhava no meio do céu noturno quando lentamente, partícula por partícula, um cálice dourado adornado com pedras preciosas surgiu na mão da deusa.
- É uma noite propícia. - Comentou ela com o objeto em mãos.
Os deuses o sabiam que aquele objeto era nada mais nada menos que o graal dos deuses, cada um deles sabiam do que aquele artefato poderoso era capaz.
- Tem certeza, mãe? - Indagou Geras.
- Nem tenta, a mamãe sempre faz o que quer. - Acusou Oizus e suspirou.
- Que cruel! É assim que tratam a mãe de vocês. - Disse Nix fazendo-se de vítima.
A deusa amava seus filhos mais que tudo, por eles ela comprava qualquer guerra, eram os únicos para os quais ela fazia vista grossa diante de palavras rudes. Os demais deuses e titãs sempre ficavam chocados como o comportamento dela se tornava sensível e amável diante dos filhos.
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Aiala: A Noiva do deus do mar
FantasiaA vida é uma constante busca. Alguns buscam felicidade, outros satisfação pessoal, tem aqueles que buscam o romance e aqueles que buscam completude sem ele, há aqueles que buscam amor e há aqueles que buscam vingança. Aiala Kokkinos vive em uma Gré...